QUAL A MELHOR MANEIRA DE MORRER?

O barulho da cidade grande ecoava em meu ouvido como um besouro. Sentia o cheiro do lixo daquela cidade e o cheiro das pessoas que passavam por aquele beco.

Em um momento de fúria interior, sai de onde estava e corri para longe, para um lugar tranqüilo longe de todo aquele inferno, me senti mais livre, mais leve, mas minha garganta ardia de tanta sede…

Movimentos simples e desajeitados me incomodavam, e aquela dor não passava, e voltar para o inferno da cidade não estava na minha lista de coisas favoritas a fazer…

Mas não durou muito a minha paz, senti que minha garganta pegaria fogo em alguns instantes, então corri de volta ao beco de onde havia partido, a pouco mais de 20 minutos.

Em meio a tantos mendigos sujos e o lixo, encontrei a alma que veria o outro lado da vida mais cedo… Fui direto aquela mulher, e num instante ela esta sem vida em meus braços… Aquela visão me fez correr o mais rápido que pude para longe, sentia uma repulsa de mim mesma.

Cheguei ao fim do mundo, ao precipício que separava o mar dos habitantes daquela cidade, enfim, pulei na esperança de morte… Afundei tanto que não conseguia enxergar, mas fique tempo suficiente para saber que não morreria desta forma, muito menos hoje…

À volta a cidade foi lenta, pensando em alguma maneira de morrer…

Continua.

Katia Cruz
Enviado por Katia Cruz em 22/12/2010
Código do texto: T2686137
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.