Mirabela- O amargo sabor do destino - continuação-

Continuação...

Os móveis brancos suavizam os tons do ambiente que ainda conta com o marrom dos pufes e das almofadas. E ainda um móvel em forma de relógio que serve como barzinho.

No quarto, decorações inspiradas no exotismo africano. Móveis de vime e tecidos indianos tingidos á mão com motivos africanos e tons de terra.

O clima confortante garantiu o uso de cortinas abundantes e macios estofados. E ainda, um salão de beleza e um de massagem, além da hidromassagem com capacidade para sete pessoas. Afinal, D.Vaggio costumava repetir a frase para seus amigos e comparsas: "Desestressados sim, desconectados jamais". A sessão de massagem shiatsu, a geladeira em formato de celular.

Mas, não podia faltar o clássico estilo Italiano; na saleta tapetes importados da Itália e móveis decorados com motivos Italianos criados por sua amiga Anita Dell Monti.

Tudo aquilo era novidade de mais diante dos olhos perplexos e vidrados de Fabricia. Desbaratinava-se confusa, tentando entender o contraste entre o luxo e o lixo. Como, que há alguns minutos estava em meio a tanta pobreza e num passe de mágica encontrava-se diante de tanto glamour e requinte? E tudo isso, por incrivel que pareça, embaixo da terra?

Ela procurava ansiosa pelo dono de tudo aquilo, olhava para os lados, estalava os dedos de ansiedade. Sentia um tremor em todo o corpo, suava frio nas mãos. Quase chorava, mas se chorasse, suas lágrimas com certeza seriam de pura felicidade.

Por um instante, ela toca no braço de Neide e esta sente que sua mão está gelada. A mulher fita-lhe os olhos com um ar indeciso e lhe diz: - Está muito nervosa para quem se diz amiga do senhor Giorgio.

- Bobagem minha! é que faz muito tempo que não nos vemos!

E lá no canto da sala, ocultamente D.Vaggio aproxima-se, e acena com a cabeça para que Neide retire-se e esta prontamente o obedece:

- Com licença!

- Espere, Neide! vai me deixar sozinha?

A mulher dá de ombros e sai, deixando Fabricia apreensiva. Ela não percebe a presença de D.Vaggio e fica observando Neide subir lentamente aquelas escadas.

- Neide, por favor! Não vá agora!

- Já cumprí com o meu dever senhora, com licença!

greice
Enviado por greice em 21/12/2010
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