Sangue de Dragão - Cap. 10

--- Azura Usa sua Técnica ---

Numa salinha do segundo andar da Ala de Detenção, os dois guardas que deveriam estar vigiando os alunos, praticavam seu passatempo predileto, jogar cartas. Eles sabiam que era proibido praticar essas atividades no horário de trabalho. Mas a verdade é que nada acontecia nesta ala. Tudo era um grande tédio. Os alunos tinham consciência dos seus erros e cumpriam suas punições sem dar problemas.

Um ruído abafado chegou aos seus ouvidos.

---- Você escutou isso? --- perguntou um dos guardas.

---- Não, o que? --- respondeu o outro.

---- Pareceu um estrondo.

---- Você está escutando coisas. Aqui é o melhor trabalho da Ordem. Nada acontece por aqui. Vamos, jogue logo, quero acabar logo com isso e ganhar a aposta.

---- É...aqui é muito calmo mesmo. Mas o jogo ainda não acabou. Você vai ver a maior virada de todos os tempos --- os guardas continuaram sua diversão dando várias risadas.

Do lado de fora algo mais sério se desenrolava. Uma disputa de força e resistência acontecia.

---- ARRRRRRRGGGG --- Azura grita de dor. O que pareciam ser lâminas afiadas rasgam a pele de suas costas.

Orogi acabara de descer de uma árvore como um raio e atingira seu oponente com suas garras de cinco centímetros. A fúria tomava conta de sua mente por completo. Algo dentro dele dizia para destruir aquele maldito mago, para dilacerá-lo e comer sua carne.

Azura tentou acertá-lo, mas a dor não permitiu que desse um bom golpe. Orogi esquivou facilmente e, com um salto, retornou para as árvores velozmente.

Orogi se comportava como um verdadeiro animal selvagem. Tinha acertado sua presa e esperava que ela perdesse as forças enquanto sangrava. Das árvores, analisava o melhor momento de atacar de novo.

Azura ofegava enquanto buscava se concentrar. Suas costas ardiam demais. Mas não ia se deixar derrotar tão facilmente.

Orogi saiu de seu esconderijo e atacou pela direita. Azura desviou do pior do golpe, mas foi atingido no braço. Mais um corte sangrava.

Foi assim mais umas quatro vezes. Orogi saía de cima das árvores e atacava com velocidade. Azura tentava aparar ou esquivar dos golpes, mas sempre era atingido de alguma forma. Quando olhava para a direita, era atacado pela esquerda e quando olhava para a esquerda, o ataque vinha pela direita. Orogi parecia brincar com a situação.

---- Desgraçado! --- esbravejou Azura ---- Só sabe fazer isso!

Azura percebeu que se não tomasse uma atitude logo, seria derrotado. Então resolveu fechar os olhos e sentir o ambiente. Lembrou dos ensinamentos do seu professor de magia, o mestre Karvec.

“Os ouvidos podem enxergar mais do que os olhos. Portanto, escute e verá” costuma dizer o mestre.

“Vou honrá-lo mestre” pensou Azura “Não cairei. Essa aberração sentirá minha força. A força do fogo. Chegou a hora”

Azura fincou firme os pés no chão e posicionou as mãos com os punhos fechados. O ar em volta das suas mãos começou a crepitar e a aquecer. Seus olhos continuavam fechados e os ouvidos bem abertos. Buscava sentir cada movimento a sua volta, o vento, as folhas balançando. Já estava zonzo devido ao sangramento no braço e nas costas.

Por trás dele, Orogi observava tudo e sentiu que era hora de atacar. Desta vez a luta acabaria. O pescoço era seu alvo. Veria sua presa sangrar até a morte. Sua fúria venceria.

Saiu das árvores e atacou. Azura percebeu seu movimento. Olhou para trás.

---- Vou lhe mostrar minha técnica maldito --- neste momento suas mãos foram tomadas por poderosas chamas.

PUNHO FLAMEJANTE!

O golpe de Azura atingiu em cheio o peito de Orogi. O impacto gerou uma explosão de fogo entre os dois, arremessando Orogi para trás vários metros.

Por fim, exausto, Azura caiu ao solo de joelhos.

MiloSantos
Enviado por MiloSantos em 01/12/2010
Código do texto: T2647370
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