Mirabela- o amargo sabor do destino - Continuação -
As duas conversam longamente, por um bom tempo. Até que Mirabela confessa á amiga que foi forçada a cair naquela situação.
= Por Deus! quer dizer então que você caiu nas garras do grande vampiro da meia noite?
- Isso mesmo, Fabricia! o homem drácula forçou a me transformar numa criminosa. Ou eu fazia o que ele queria, ou ele liquidava a minha avó.
Ouvindo a tudo atentamente, Fabricia pensa um pouco, hesita e finalmente consegue chegar onde queria. E dando voltas com as palavras, ela finalmente pergunta:
- Mira, você poderia me dar o endereço da mansão deste tal D.Vaggio?
- E para quê você quer?
- É só para saber.
- Fabricia, eu te conheço.
- Tudo bem! eu quero ser a nova bela criminosa. Quero substituir você, Mirabela.
- Você só pode está brincando.
- Nada disso! vou procurar este tal D.Vaggio e lhe pedir para me colocar no seu lugar.
- Fabricia, por favor! não brinca com coisa séria, aquele homem é perigoso. E depois, esta vida é como um trem desgovernado. A única forma de pará-lo é se estrepando.
Fabricia de repente se exalta e passa a falar alto, Mirabela a adverte, pedindo-lhe silencio, enquanto que ela continua com seu ataque de histerismo insano:
- Você é uma tonta, Mirabela! como pôde ter deixado a policia te capturar? e ainda por conta de uma vingança boba, contra aquele português idiota.
- Fabricia, pense bem! uma vez encontrando D.Vaggio, você vai ficar presa na teia dele, para o resto da vida. Ele nunca mais vai te liberar.
Fabricia está completamente louca, e alheia aos clamôres de advertencia de Mirabela, ela dá de ombros e sai.
Mirabela porém, baixa os olhos com muita tristeza. Passa a perceber que Fabricia não está alí por sua causa, e sim por causa própria, e muito perigosa por sinal. Mesmo assim, ela não estava disposta a deixar a amiga cair na mesma armadilha. Ela, como ninguém, conhecia as fraquezas de Fabricia, conhecia sua frieza e seu duvidoso caráter. Porém sempre gostou da amiga e tentava compreender todo o seu deslumbramento de menina simples do interior. Mas estava triste, aquele momento era especial, era o momento em que ela encontrava-se fragilizada e necessitando de calor humano. O que Fabricia não estava lhe correspondendo no momento, pois só conseguia mesmo, ver seus próprios interesses.
Ainda não se dando por convencida, Fabricia retorna insistente:
- Por favor, Mira! me dar o endereço do drácula.
- Não adianta insistir Fabricia, não quero ver você uma criminosa, e ainda mais por minha causa.
- Tudo bem! eu acharei sozinha. Por meus próprio méritos
Dizendo isso, ela retira-se rapidamente, enquanto Mirabela chama-lhe:
- Fabricia espere! não vem mais me ver?
Ela dá de ombros e apenas diz: - Talvez.