Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação -

O dia amanheceu nublado. Uma chuva fina caía timidamente, umedecendo aquele dia, tão triste quanto estavam agora os belos olhos de Mirabela.

Era mais um dia de visita naquela penitenciária tão fria. Mais um dia, principalmente para Mirabela, que já estava se acostumando a nunca receber visitas. Porém desta vez era diferente. Alguém teria se lembrado dela e ansiosamente a esperava na sala de visitas e ela precisava se apressar. Um sorriso iluminou o seu rosto naquele momento_ quem afinal havia se compadecido de uma infeliz? e agora lhe presenteava com a doce presença de uma visita?

E lentamente, acompanhada por uma policial, ela se aproxima de uma pequena mesa, onde quem a espera é ninguém menos que Fabricia. A emoção toma conta de sí, ela estremece da cabeça aos pés. De repente sente como se estivesse dando uma volta pelo passado e tudo vem a tôna.

A sua infância e adolescência na cidadezinha de Anistia, em suas diversões e brincadeiras ao lado da amiga. Ao estender os braços para abraçar Fabricia, ela não consegue falar, a emoção é muito forte. As palavras somem, porém as lágrimas correm soltas por seu rosto.

Fabricia, por sua vez, só consegue sorrir. As duas trocam um forte abraço, tão forte que talvez pudesse ter a duração de uns dois minutos. Mirabela chora copiosamente, chegando a soluçar abraçada a amiga,, quase não querendo largá-la.

E quando finalmente se acalmam, um sarcasmo de Fabricia é inevitával:

- Mira! Você vai me contar tudo, o que aconteceu mulher? de santinha á bela criminosa, foi um salto e tanto.

Ela baixa a cabeça revelando uma certa timidez, depois força um sorriso quase que obscuro. E levantando a cabeça deixa que soe aquela voz tão baixa, porém nítida:

- Deixe-me ver você, Fabricia. Não mudou nada, continua jovem e bonita.

- Mas você mudou Mira, e muito.

greice
Enviado por greice em 29/11/2010
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