Prelúdio de Guerra - O Espanhol

Prelúdio à Missão

de Guerra:

O Espanhol

Virada do ano do nosso Senho de 1568 para o ano do nosso Senhor de 1569, Espanha. “Duvido que Dom Esteves aceite”, eram as palavras do jovem rei português ao nobre Eurico, quanto este se referiu ao nobre espanhol. Um perigo avançava contra as colônias portuguesas, um avanço sem limites dominava as terras selvagens.

– Não! – disse Dom Esteves.

Eles caminhavam pelas ruas de Madrid, rodeado pelo povo que queriam conhecer os maiores nobres de seus reinos, somente superados pelos seus reis.

– Garanto que os outros dirão “sim”.

A multidão os cercavam.

– Quando você me convidou para as outras aventuras, eu disse que não haveria como, pois minha vida como “soldado nobre” deste país me toma todo o meu tempo.

– Eu sei...

– Eu não tenho toda essa facilidade de estar em vários lugares do mundo rapidamente, da maneira que você espera de mim. Minha nave de guerra só tem permissão para sair quando o rei assim permite. E os meus homens sob meu comando, seja por terra ou mar, precisam constantemente do seu líder. Estou cheio de problemas, mais do que eu posso ou quero lutar. E esse é o ponto: eu jamais, de nenhum modo, irei puxá-los para o inferno de batalhas que estou envolvido, exceto se os nossos caminhos se cruzarem novamente. E eu entendo se vocês não se importarem, mas eu me importo. Preciso recusar respeitosamente. Agora necessito caçar um estranho homem que passou furtivamente por Madrid, matou alguns homens e seguiu o seu caminho. O rei pediu atenção especial para esse caso.

– É um árabe.

– O quê?

– O homem que lhe foi ordenado perseguir é um árabe...

– Como sabe disso?

– E tem outro do mesmo país em seu encalço, o estou investigando desde que transpuseram as fronteiras entre o seu e o meu país.

– Parece que você sempre está à par de tudo...

– Pois, é.

– Francamente, não entendo como encontra tempo para todas essas coisas. Fico observando o que você é capaz de fazer em um mês e não sei como consegue realizar tudo. Não é assustador tomar todas essas decisões em nome do seu rei?

– Ser o que faço é como ser o Papa e o Rei ao mesmo tempo, Dom Esteves. O simples fato de estar aqui conversando contigo significa que pelo menos metade dessa multidão que nos rodeia são homens sob meu comando preocupados com a minha segurança.

Esteves olhou para a multidão e sorriu.

– Então fico feliz em saber que não o subestimei, pois é certo que a outra metade são os meus homens.

– Promete que irá pensar na proposta? Você tem um objetivo em comum e ele está seguindo em direção à minha cidade. O que acha?

Dom Esteves sorriu novamente.

– Está bem! – disse. – Partirei contigo somente nessa viagem e levarei alguns dos meus comandados. Mas não espere que eu sempre vá contigo aonde quer que for, certo?

Era a vez do nobre Eurico sorriu.

– Certo...

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Prelúdio à Missão

de Guerra – O Árabe

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Boa Leitura!

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"Contos da Era Heróica" são contos anteriores à trilogia "Os Confins da Terra", clareando dessa forma um pouco mais o contexto da história e onde cada personagem se encaixa.

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J M Silveira
Enviado por J M Silveira em 28/11/2010
Código do texto: T2642144