NINGUÉM

Parava de varrer, às vezes, para pensar; como se não pudesse fazer as duas coisas de uma só vez. Pensava na vida que levava e de como não conseguia sair daquilo, já estava cansado de tudo. Pensava na avó que estava em casa adoentada, do dinheiro que mal dava para tanto remédio. Era para o coração, para a pressão alta, para a coluna...a diabete... e quase sempre não encontrava nada nos postos de saúde. Mas o emprego de gari foi o único que conseguiu arranjar pela frente de trabalho, ganhava pouco e ainda era temporário.
Era mais de meio-dia, o sol parecia ganhar força total, Ductor transpirava sem parar, a cada instante era obrigado a enxugar a testa com as costas das mãos como que num ritual inevitável e sofrido. Aqueles dias andavam quentes em demasia. Não conseguia acreditar que o painel do largo da batata registrava a temperatura de quarenta graus! Ondas de calor subiam do asfalto como se estivesse num gigantesco microondas, o ar estava tão abafado, misturado a toda aquela poeira, que o jovem gari sentia constantes faltas de ar. Que estava acontecendo? Nunca a cidade havia ficado tão quente daquele jeito.Não, não podia continuar mais com aquilo.
Mil pensamentos continuavam a perturbar o jovem Ductor, pensamentos de dificuldades, de humilhação. Lembrou-se certa vez da afronta que um sujeito lhe fizera. Quantas vezes Ductor havia testemunhado papéis de doces e balas sendo atirados dos ônibus? Quanto mais pensava nisso, mais se indignava. Enquanto varria a rua, lembrou-se do sujeito branquelo e barbudo, trajando um surrado terno azul marinho e levando numa das mãos um pasta preta de couro que vinha chupando mexerica, comprada na barraca do Tião. O homem por onde andava deixava uma trilha de cascas da fruta. Aquilo era demais!

- Olha moço, tem um cesto logo atrás de você, pode por até aqui no meu
carrinho se quiser...
- Você é pago pra quê? Gritou o barbudo. - Faça o seu serviço. E
prosseguiu como se nada tivesse acontecido. Maria que logo vinha atrás de Ductor viu a cena.
- Seu imundo, ordinário. Imagina como deve ser a sua casa!Gritou aquela mulher
franzina, enquanto erguia a vassoura. – Pior que é tudo assim, tem um monte de gente assim, e nem sequer olham na nossa cara, nem um bom dia dão, é como se a gente não fosse ninguém!
- Deixa pra lá baixinha, disse o gari esboçando um sorriso apagado. - Não vale
a pena se irritar.
- Assim que puder eu largo tudo. Desabafou Maria, um tanto indignada.


X X X

Chegou logo o fim da tarde, momento em que o largo da Batata ficava mais vivo e agitado. Maria foi embora, mas Ductor ficou pois a essa hora já começavam a subir as “fumacinhas” dos espetinhos. Churrasqueiras brotavam por todo o largo, um cheiro gostoso de carne... pessoas saindo das lojas, dos bares, de seus respectivos trabalhos para voltarem para casa naquela sexta-feira, ou irem para as suas baladas. Era uma animação diferente: os ambulantes, com suas caixinhas de isopor já ofereciam as doses de catuaba, conhaque, refrigerante e cerveja em lata que eram vendidas aos montes, por causa daquele calor assustador que se recusava a ir embora, mesmo chegando a noite. Aos poucos, as lâmpadas do largo acendiam. Uma vida quase noturna começava a se manifestar. Ductor gostava sempre de ficar um pouco mais junto com os amigos Denílson e Bahia, mas lembrou-se subitamente: “A chuva de meteoritos!” Haveria durante a madrugada uma magnífica chuva de meteoritos, segundo o jornal que leu em casa. Não poderia perder aquilo por nada! O espetáculo ocorreria na alta madrugada, talvez fosse melhor ir embora um pouco mais cedo para descansar. E logo ali na esquina já despontava o ônibus Rio Pequeno, Ductor de imediato reconheceu seu amigo Fernando na direção, e assim, como carona, ao lado de seu parceiro, o jovem gari buscou o caminho de casa.

X X X


Duas horas da madrugada, estava chegando o momento. O tímido rapaz sorria ao lembrar-se da indignação dos dois amigos Denílson e Bahia, quando souberam que o companheiro iria trocar uma noite de forró para ver “estrelinha cadente.” “Faça-me o favor camarada, isso não é coisa de home.!”
Ductor, da janela do seu quarto, espreitava o ambiente à sua volta. O bairro dormia, a rua encontrava-se em profundo silêncio. As casas mudas... com exceção do sobrado branco da esquina, a luz da sala acesa, uma silhueta se movimentava freneticamente por trás da cortina...provavelmente o seu Jair, coitado... depois que se aposentou adquiriu esclerose e pareceu nunca mais ter sono ...
Três horas da madrugada, já estava quase na hora. Pensou Ductor entusiasmado. Resolveu ir até o quintal, mas antes deu uma espiada na vó Isabel que dormia profundamente toda enrolada no cobertor, e provavelmente nada sabendo sobre meteoritos...Ductor, já do lado de fora, subiu no muro do quintal para alcançar a laje. Zezinho latiu imediatamente, mas logo reconheceu seu dono e trocou sua bronca por um caloroso abano de rabo.
Somente em cima da laje poderia avistar as estrelas de forma tão nítida, as luzes da cidade ofuscavam toda aquela maravilha... Ductor deitou-se sobre a laje, colocou as mãos entrelaçadas por trás da cabeça e extasiou-se com toda aquela beleza, os olhos perdidos na imensidão noturna, como poderia haver tantas estrelas assim ?

Um riscado luminoso no céu... Ductor deu um pulo. Outro riscado, depois outro; três, quatro, cinco chispas, o fenômeno havia começado. As fagulhas se multiplicavam, um colorido feérico enfeitava as alturas, era lindo! Uma chuva luminosa e sem nuvens garantiu o espetáculo. Numerosas partículas do tamanho de grãos de areia se dissipavam na atmosfera. Poderia durar muitas horas... mas ficaria ali... e aquela noite foi o seu presente, sentiu dentro de si uma felicidade inexplicável, uma alegria quase infantil tomou posse dele. Seu rosto se abriu num sorriso largo e sincero, se o vissem talvez o achassem até meio bobo, patético. “Era motivo assim para toda aquela euforia?”Perguntaria Bahia com seu jeito debochado. Mas ele era assim, quê importa.
O gari desceu da laje.
Foi a noite mais feliz de sua vida.

X X X

Manhã.
Uma neblina estranha circundava a casa, havia algo diferente naquele dia. Ductor notou o nevoeiro incomum, sentiu um leve arrepio. Abriu a porta da cozinha e deparou-se com uma espessa nuvem de coloração branca-azulada, seria conseqüência da chuva de meteoritos da madrugada?
Resolveu ligar a televisão para ver o noticiário. Todas as emissoras estavam fora do ar. Ficou perplexo. Dirigiu-se imediatamente ao quarto da avó mas nenhum sinal dela, seu coração bateu forte.
Ductor percorreu toda a casa, vó Isabel não estava em parte alguma. Correu para o quintal, não conseguia enxergar absolutamente nada, foi apalpando o muro e chamando pela avó, mas não houve resposta. Foi quando tropeçou em alguma coisa:
- Zezinho? Gritou Ductor. O gari abaixou-se e tocou algo, sentiu logo os pelos
curtos do animal. O cão estava encolhido num canto, tremia muito sem emitir nenhum grunhido.
Ductor abraçou o cachorro. O que fazer? Deveria esperar a neblina se dissipar para procurar a vozinha? Deveria controlar a ansiedade, logo aquele nevoeiro desapareceria e poderia empreender a busca.
Conforme o esperado, o nevoeiro foi se dissipando aos poucos. Um silêncio inquietante tomava o ambiente. Ductor, em passos lentos, caminhava pela rua mirando o interior das casas, mas nada; nenhum movimento, ruído algum sequer, ninguém. Os sobrados completamente mudos, com seus cômodos escuros, os carros estáticos nas garagens...ninguém.
O silêncio só foi quebrado pelo latido de Zezinho que resolveu seguir seu dono. Com o rabinho abanando, olhando dos lados, ainda desconfiado de alguma coisa, o vira-lata de pelo amarelo aproximou-se do gari como que também pedindo uma explicação. Ductor caminhava como um autômato, quase não notando a presença do animal. Em poucas horas já havia percorrido todo o bairro e tudo permanecia igual, não havia ninguém. Tirou o celular do bolso no intuito de contactar os amigos, mas o aparelho estava mudo.
Sentiu realmente que havia algo diferente na atmosfera, o ar parecia mais pesado e difícil de respirar, mais ainda do que nos outro dias. Um mormaço parecia aumentar aos poucos. Embora fosse dia, Ductor notou perplexo que podia ver nitidamente um grande número de estrelas, mesmo aquelas menores que logo desapareciam com o amanhecer. A Lua, por sua vez, teimava em ocupar o mesmo espaço no céu constantemente sem ter sua posição alterada com a passagem do dia como deveria ser. A lua parecia inchada, estava maior ou mais próxima, estranho. – alucinação?

Tudo estava diferente – concluiu. O mundo havia mudado.


X X X

Por quanto tempo o gari viveria aquela situação? Difícil responder a princípio, pois o que aparentemente poderia ser passageiro durou mais, muito mais do que ele poderia imaginar...o fato é que meses, anos se passaram e sua solitária figura acompanhada do pequeno vira-lata percorria em vão ruas e avenidas. Num clamor solitário pedia por alguém, uma só pessoa que fosse. Mas a situação era sempre a mesma, ninguém. Aprendeu a estimar Zezinho como a um amigo humano, o cão era o único companheiro com quem poderia conversar, - loucura.
Várias vezes por dia indagava ao animal o porquê daquilo tudo. E a resposta do cão era quase sempre um olhar amistoso e um convite a brincar de correr atrás.
No início difícil era dormir, pois não havia mais noite, os dias tornaram-se constantes, permanentes. O sol, assim como a Lua, também parecia maior...Dois corpos celestes disputando de forma insistente e simultânea um espaço no céu. O quê era tudo aquilo afinal? Que houve com o mundo?

X X X

Quantos carros Ductor encontrava abandonado pelas estradas utilizando-os até acabar o combustível? Foram eles muito úteis, podendo assim atravessar, muitas vezes, a fronteira do Brasil em busca dos países vizinhos.
Mas nada, ninguém. Desiludido, sempre acabava retornando.
Ductor Também notou que nada apodrecia, podia comer alimentos guardados a anos nas estantes dos supermercados, o gosto era sempre igual, não faltava comida.

Em uma de suas andanças, deparou-se com uma velha banca de jornal destruída na avenida Paulista. Entre algumas revistas e jornais espalhados, algo lhe chamou a atenção, um dos jornais trazia a seguinte manchete em letras garrafais:

“Misteriosas Bolas de fogo sobre a Alemanha: Meteoros ou discos voadores?”

Era na verdade um pedaço de uma edição antiga, o exemplar fora publicado bem antes da chuva de meteoritos, Ductor conseguiu ler parte da notícia. O jornal parecia ter sido rasgado na época talvez por alguém também ávido por uma explicação. E Ductor, muito ansioso, folheou nervosamente as páginas do impresso até localizar a respectiva notícia: “A descida de enormes bolas de fogo sobre a Alemanha nesta última semana fez com que muitos alemães acreditassem numa aparição em larga escala de discos voadores.Essas misteriosas bolas de fogo foram avistadas em diversas partes do mundo,cidades inteiras entraram em pânico. Mas, afirmam os cientistas se tratar de uma bizarra chuva de meteoros com tamanho descomunal... no entan...”Acabava ali a notícia, o homem alucinado procurava pela outra parte mas em vão.Tentando montar os fatos, concluiu que antes da chuva de meteoritos que assistira, outro evento anterior havia ocorrido, revirou a banca inteira, praguejava jogando e chutando tudo, Zezinho assustou-se com a fúria repentina de seu dono e começou a latir. O rapaz inconformado, mergulhou nos cantos da banca, porém no lugar da tira que faltava encontrou um outro pedaço de jornal com parte do seguinte noticiário: ...”E os terremotos que quase antes não ocorriam em território brasileiro parecem que agora estão se manifestando com mais freqüência e força. Pois foi ontem na segunda-feira, que ocorreu o mais forte de nossa história, foi no norte do Mato Grosso, 7.2 na escala Richter matando, segundo as informações de bombeiros, 8 pessoas, destruindo 10 casas e comprometendo seriamente a estrutura de alguns prédios, no entanto, essa informação não é oficial podendo ser maior o número de vítimas...o tremor pôde ser sentido em vários municípios do Norte do Mato Grosso tendo o seu epicentro no Porto dos Gaúchos...”

Ductor permaneceu com o olhar inerte durante alguns segundos, sentou-se lentamente na beira da calçada, pensativo, tentando encaixar as peças daquele assustador quebra-cabeças. Por um momento, sentiu-se fraco e desanimado. Algo em seu íntimo dizia que nada daquilo mais teria volta, nada mais. Lembrou de sua avó, recordou ali sentado, parte de sua infância quando foi morar com a velha senhora, pois havia perdido seus pais muito cedo. Aos sete anos de idade era difícil compreender porque um motorista de caminhão, que vinha em sentido contrário na rodovia, havia dormido no volante.
Ductor chorou, no entanto logo tentou conter as lágrimas, pois era precisa pensar, tentar entender...As coisas pareciam querer formar um sentido, o jovem não entendia exatamente como, mas uma espécie de razão misteriosa começava a se configurar em sua mente. Estaria realmente sozinho no mundo? De alguma forma foi ele poupado de alguma coisa, ou simplesmente esquecido? Lembrou-se subitamente de um noticiário que viu na televisão na mesma noite em que presenciou a chuva de meteoritos...” Segundo a Nasa, há relatos de avistamentos de bolas de fogo nos Estados Unidos, no Canadá, na Holanda,Alemanha, na Irlanda do Norte no Japão e em alguns países da América do Sul...”.
Ductor tentava entender a situação, uma série de eventos havia ocorrido antes da chuva de meteoritos que assistira aquela noite em cima da laje: as bolas de fogo, o terremoto... mas haveria uma ligação entre todos esses eventos?

X X X


Ductor levantou-se, continuou a caminhar pela Paulista, Zezinho vinha logo atrás. O gari sentia-se invadido por inúmeras sensações... é como se alguma coisa tentasse estabelecer algum tipo de comunicação, será? Aos poucos, uma certeza secreta começava a se consolidar em sua mente...e a angústia que antes o dominava, foi aos poucos desaparecendo...
Sentia-se agora diferente, toda a angústia havia desaparecido. O rapaz respirou fundo, olhou para o céu claro e absurdamente repleto de estrelas, - agora aquele era seu mundo! Mirou o horizonte e enxergou em distâncias que jamais sonhou poder alcançar: a visão de fábricas vazias, prédios abandonados e, em volta de tudo crescia triunfante árvores vigorosas como carvalhos, seringueiras, jequitibás, uma grama forte e espessa tomava como se fosse seu direito as ruas, calçadas e avenidas. Despontando por todos os lados, uma flora triunfante se fazia presente, Ductor sorriu.
Parece que as coisas começavam a querer fazer sentido... talvez....
Deveria caminhar até essas regiões e assim fez por vários dias. Percebeu que muitos dos fragmentos dos meteoritos germinavam como sementes transformando-se em colossais árvores vermelhas cujos troncos alcançavam o tamanho de edifícios, plantas de aparência bizarra, jamais vistas por ele antes davam seus primeiros sinais de vida...
Agora ele começava a entender...

X X X


Não era mais possível medir o tempo, os astros não se moviam mais no céu, quantos anos teria Ductor agora? Cento e cinqüenta, duzentos, trezentos... talvez quatrocentos anos? Não sabia concluir ao certo, sua mente, cada vez mais, sentia um sinal de apagamento, suas impressões eram outras, suas emoções diferentes. Um não-pensar nas coisas representava agora sua conduta mais dominante, tudo parecia normal, a vegetação exótica, o Sol , a Lua, a ausência humana – o quê importa?
Para se deslocar de um lugar para outro, não usava mais os carros, andava ou corria vigorosamente por horas sem se cansar, sentia uma energia incessante fluir do corpo, Ductor agora era o próprio Sol. Seu cão Zezinho também não demonstrava nenhum sinal de envelhecimento. Ductor percorria o mundo a pé e não se cansava, e por onde andava encontrava uma relva magnífica e onde não a encontrava, tratava de enterrar os pequenos meteoritos para apenas em alguns dias, vê-los despontar do solo em forma de brotos coloridos, alcançando em pouco tempo centenas de metros de altura.É como se Ductor recebesse em sua mente instruções para realizar tamanha empreitada. E assim foi praticando aquele estranho cultivo pelo novo mundo. Percorreu países, cruzou mares, atravessou continentes, por onde andava o arauto espalhava as sementes misteriosas, nada o detinha: Em poucos séculos uma nova Terra!
Uma luz espectral circundava toda a vegetação, havia agora uma ambiente feérico, muito diferente do anterior. A memória do antigo gari, lentamente se apagava. Lembrava-se vagamente de uma senhora que habitava com ele...

X X X

Mas foi em um determinado dia que Ductor avistou ao longe, numa imensa cratera, intensa luz azul. Correu para lá, Zezinho foi na frente. A cratera foi formada provavelmente pela queda de um grande meteoro, não sabia determinar quando ocorreu, porém a luz era recente. O cachorro com as orelhas em pé e a expressão muito atenta precipitou-se sobre o buraco, havia algo ali. Logo o que parecia ser choro de criança deixou os dois perplexos. Junto ao fundo da cratera, sob a vegetação Ductor avistou dezenas de bebês, todos nus deitados sobre a relva, e junto deles havia inúmeros destroços, metais retorcidos...e o homem notou nestes metais estranhas inscrições...
Pareciam recém-nascidos, porém muito grandes para a idade que aparentavam, quase o dobro do tamanho de um bebê comum. Todos possuíam uma pele de coloração acinzentada, uns mais, outros menos. Assim que avistaram Ductor e seu cão, olharam fixamente para os dois. Ductor sentiu o impacto daqueles imensos e penetrantes olhos escuros, suas mentes eram poderosas...Ductor viu o quê suas mentes mostravam...sim... Ductor gostou do que viu...uma nova Terra... eles prometiam. Agora compreendeu perfeitamente qual foi o seu papel em tudo aquilo.
Os erros da velha humanidade não voltariam a ocorrer, homens e mulheres da antiga Terra receberiam uma nova chance, porém em outro lugar, num outro momento...
Havia compreendido tudo finalmente.
Ductor, o semeador. Ductor, o condutor.! Com um largo sorriso, ele os recebeu. – “Brotará sobre aquele solo uma outra Terra!”.
Uma nova história terrestre começava a ser escrita...
Daniel Alves Santos
Enviado por Daniel Alves Santos em 27/11/2010
Código do texto: T2640379