Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação-
Finalmente um mês se passa. Na cadeia, Mirabela é bem comportada. Segue todas as regras, cumpre suas tarefas com disciplina e come com satisfação a comida horrivel que lhe servem- o que é motivo de admiração para as outras detentas.
Mirabela, por sua calma e serenidade, transformara-se em motivo de admiração ás detentas que viviam reclamando de tudo. Ela quase sempre encontrava-se triste e cabisbaixa, com o pensamento voltado para aqueles que tanto ama. Já nem estranhava o fato de eles não irem visitá-la na penitenciária. Estavam certos. O que poderiam esperar de uma criminosa?
E enquanto confabulava silenciosamente com sua dor, não percebe a súbita presença de Florence, uma das detentas.
- Oi, posso me sentar perto de você?
Mirabela ergue a cabeça assustada. Já a conhecia de vista. Conhecia seus trejeitos, a achava muito masculinizada. E encarando-a lhe diz, suavemente: - Claro! fique a vontade.
A mulher senta-se ao seu lado, apresentando-se: - Meu nome é Florence, e o seu?
- Mirabela.
- Estou sempre vendo você isolada, com um olhar distante. Está triste?
Ela força um sorriso e timidamente responde: - Um pouco.
A mulher levanta-se do chão esfregando uma mão na outra tirando a poeira, e dirigindo-se novamente a Mirabela,lhe diz: - Olha, eu e a minha equipe, estamos planejando uma fuga. Vai querer participar?
Mirabela levanta-se assustada: - Não sei!
Desfarçadamente, a mulher se retira devagar e antes advertindo-a:
- Se decidir, me procure! Só não vai dar com a lingua nos dentes...