num chão a queiMar

... Começou do olhar - dos risos

E das palavras que falaram...

Mesmo sabendo de todos os riscos, mesmo sabendo que poderia ser roubada. Nem o medo, nem os sinais da mente e muito menos do coração tiveram tempo de ser “ouvidos”.

Afinal, era só um lance casual. Nem mesmo a sensatez saberia dizer se valeria à pena! Glória decidiu que era a hora, alguma coisa dizia deixa acontecer. Vai que é tua! Esquece os dramas e encara por que o cara esta te dando bola.

De fato nem sempre dá para usar tudo que se aprendeu na escola da vida. Não têm como desistir sem antes tentar. Tem horas que a incoerência fala alto, fala para matar a vontade e nem a insegurança impede rolar... Sem muito pensar, sem prever ela foi... Foi mesmo!

Não tinha ninguém para dizer não, pára, pensa um pouco, nada podia impedir acontecer... Eles eram adultos e que tudo mais fosse pro inferno. Loucura total?! E só bastava emoção, e ela chegou com tudo, dos dois lados!

O corpo só precisava de abraço, boca e nuca... E lá foram eles direto para o secreto quarto de hotel. E tinha até curva na estrada, antes da virada do ano. E que ano, muitas coisas tinham deixado de acontecer por tanto cuidado e agora mais do nunca tinha que ‘dar’ – tinha que dar certo! Pelo menos no final do ano um lance sem programação, um lance bom!

Mesmo sem saber quem era o cara, e de suas intenções, mas pra que tanta seriedade se a vida também é feita de aventura, do inesperado e de loucuras.

Quase todo tempo procuramos certeza no misterioso viver. Mas na vida, ninguém tem certeza de nada e nem do que pode acontecer, e já que tudo passa, e Glória estava cansada de olhar a vida passar, naquele dia ela queria mais era descobrir além daquele riso e do olhar, queria intensificar as palavras faladas... E Will estava ali na sua frente dizendo eu também estou a fim de você! Então, por que não?!

Tudo entre eles começou com olhares, risos e palavras. Depois dançaram colados, sentindo o calor de seus corpos atravessarem suas roupas, como se estivessem num chão a queimar...

Ah! Tem tanta coisa que podemos descrever, mas escolhemos preservar. É que intimidade não é paranóia. O que posso dizer é - que o chão passou a queimar ainda mais, e o som de seus corpos só fez balançar o quarto, e daí em diante tudo deles ficou entre quatro paredes...

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 25/11/2010
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T2636622