O outro novo mundo

Introdução

Você cansa de ouvir a mesma história, entre trevas e luz, mas sabe mesmo qual a verdade sobre isso, uma grande propaganda para aumentar as fantasias sobre o nada, pois uma e outra são as mesmas coisas, porém como a ignorância, não nos permiti ver e só vemos aquele lado escuro, num beco sem saída, num pensamento talvez ou quem sabe a sua própria sombra. O fato é que o escuro nos mete medo e você como pode, o mais corajoso entre eles, descrente pode dizer que é somente uma cor, talvez um cinza, ou um preto, cores neutras, talvez mortas, e somente aquilo que é vibrante que tenha significado. Mas me conte sua sombra, ela copia você ou você a copia? Caminhe por dentre estes relatos de um ausente de visão, isso mesmo um deficiente visual e verá o que somente eu vejo...

Passos sem passos

Numa rotina matinal, fui fazer minha caminhada, talvez um pouco para sentir o coração bater mais forte, ou mentir para mim mesmo que estou querendo ficar em forma, ou talvez para querer chegar mais perto da imortalidade que a vida me dá, com as pesquisas rodando por ai, dizendo que podemos chegar aos cem anos com mais facilidade, desde que tenhamos uma vida saudável. O tênis apertado sobre um pé que a muito já caminhou, em plenos vinte e sete anos já andados, olhos sobre o céu talvez comuns a todos, uma resistência de quem a muito já se esforçou para adentro do mundo se endireitar.

O importante talvez seja você não percorrer o mesmo caminho sempre, não digo isso somente por correr, caminhar, na verdade falo isso da minha vida, tudo que temos é belo, porém tem momentos que achamos que temos de tudo e ficamos melancólicos ou talvez nos achamos incapazes, ou começamos a duvidar. É a sua vida talvez não seja tão importante como você pensa problemas, dúvidas, paranoias. Só não esqueça que você sempre pode caminhar, assim como eu faço mesmo quase parando ainda me pego andando. Queira ou não o tempo caminha, mas o que será que você está esperando de mim não é?

Já viu um arco-íris? E uma árvore de natal? Sabe me dizer qual a diferença das cores? Sim são cores, várias tonalidades, umas mais fracas que as outras, mas a resposta exata seria apenas cores, mentira, mas eu lhe pergunto, e a sombra de um arco-íris ou de uma árvore de natal. Também não merece atenção? Ou é como uma floresta sem nenhum verde numa estação mais fria do ano, cheia de sombras que nos assombram.

Então me diga qual a diferença de uma pessoa que não enxerga o nosso mundo e uma que vê tudo que esta diante de si? A que não enxerga vê tudo escuro e a outra enxerga a tudo, sim essa seria sua resposta, mas será que aquele que não vê como nós, não vê outro mundo ou o verdadeiro mundo. Por quantas vezes não fingimos que não enxergamos à corrupção a politicagem, me diga qual a diferença...?

Bem por muito tempo pensei assim como você, até que o tempo, ahhh o tempo, esse mesmo, bom e velho talvez amigo, mas importuno às vezes, bem vindo sempre, elegante em suas teorias absurdas da vida, assim como brinca conosco de envelhecer.

Mas quando no despertar que sofri numa dessas minhas corridas pela vida, perdi a visão que conhecemos...

O despertar de um sonho acordado...

Mas não se enganem, criei coragem, para buscar a verdadeira coragem e foi no momento que não mais vi, não mais senti os olhos, foi ai que a escuridão me abraçou, mas lhe digo a cópia de tudo, na verdade hoje conhecendo bem digo que não sei quem é cópia de quem. Sim sua sombra é feita quando ha luz, não é? Então será que você também não é feito quando se ha luz do outro lado e assim você surge? Parece totalmente ilógico você ser a cópia de sua sombra, um mero reflexo, sem cores, talvez como consideramos, sem vida, apenas uma cópia mal feita, sem detalhes. Bem pensava eu assim, parece que além de deficiente visual me tornei um pouco paranoico e quem sabe louco. Pensei assim, sei também o quanto estão pensando isso de mim. Mas sempre em frente mesmo que não pareça caminhar...

Me senti tele transportado de um lugar para outro, parecia que voltava a enxergar, porem descobri que estava no mesmo lugar, mas me via diferente, um pouco irracional, sem entender o que eu via tudo num espelho transparente, via pessoas iguais a si próprias, como se fossem irmãs gêmeas, sem contar que faziam tudo numa repetição igual. Mas o que me surpreendia era as cores, a primeira vista parecia uma sombra, mas ao analisar bem, identifiquei que eram cores que nunca pensei existir, realmente parecia uma combinação de efeitos especiais de filmes, com algo místico e raro, pensei com meus botões, estou num sonho dentro de outro sonho. Só que não me despertei e me concentrei mais ainda no que estava diante de mim, eram tão vibrantes, quando percebi o outro lado, se parecia com o meu eu, mas estava meio confuso, cores fracas e quase apagando, tornando-se sombras... Apenas estava confuso, mentira estava num sono super. Pesado, com toda a certeza. Mas deixei de paranoia e tentei agir normalmente, mas foi que me vi diante de um espelho, parece que minha cor, será! Sou um deles? Eles? Quem, o transtorno das ações repetidas e repentinas na minha mente de aceitar algo tão diferente, é como uma criança de seis anos na década de 80 descobrir que Papai Noel não existe, ou que nunca poderá ser o seu supere herói preferido. Mas a intensidade era tremenda e conforme as horas passavam as pessoas, tinham suas cores mudadas, parece que a cada hora ela se moldava com um tom suave, um tom mais alegre, nossa quanta alegria e beleza nos fatos. Que será mais que minha mente está criando para mim... Decidi caminhar para ver ate aonde chegaria minha casa, existiria? E a comida? Nossa como estava cheio de dúvidas...

Mas ainda estava presas as pessoas e tinha muito mais detalhes a se observar, o céu... Quem me vê assim acha que sou calmo, mas me vi sair correndo e gritando por todos os cantos daquelas ruas, apertando as pessoas, pulando e mais nada, pois não teria coragem de fazer isso, só foi uma vontade súbita de querer me mudar também. Entre essa descoberta ou sonho, talvez me ponho a pensar que já que estou a vivendo de certo modo, então se tornaria real. É como um sonho tão real, que você ao despertar pensa que tudo aquilo aconteceu pelo falo de parecer real.

Vou tentar retomar minha vida, normalmente, quem sabe talvez isso seja apenas um surto passageiro, quanta paranoia para mim mesmo em relutar o que pode ser verdade. Ok, tudo bem, continuando a rotina, respirando fundo, amarrar meu tênis novamente, fechar os olhos, mas fechar os olhos para ver o que? Fugir do que estou vendo? Bem vou fechá-los e respirar bem fundo para ver no que dá, vamos lá, um, dois, três. Uma pálpebra por vez, as duas de uma vez me assusta um pouco, ao menos fico desperto e alerta ao mesmo tempo. Tudo bem, devagarzinho e temos apenas escuridão, nossa que sorte, vou abri-los novamente. Não há nada de novo, acho que não dei tempo para imaginar a nada... Vamos lá, coragem, é mais fácil temer o que não posso ver do que posso ver diante de mim. Quanta enrolação, já estou aqui, sou eu aqui, isso eu mesmo, vamos lá. Ao fechar meus olhos, puder ver cenas passadas, cenas do outro mundo, o que eu era, ou talvez o que eu seja. Seria apenas minhas lembranças? Até que ponto eu mesmo posso voltar nas minhas lembranças e as tornar real. Acho que não tenho o tempo que preciso para pensar nisso agora, pois bem, caminharei em minha rotina, até a hora de descansar sobre um travesseiro.

A Rotina

Um atrás do outro, isso mesmo, como se estivesse aprendendo a caminhar pela primeira vez. Que tal ir comer algo, um sorvete, um sanduiche, será que isso existe aqui? Só mesmo procurando para saber, será que só as cores mudam ou também os sabores, será que somente a minha cor mudou, ou também mudei? Para melhor ou pior, será que existe estes termos onde estou agora? Nossa estou aprendendo a viver, penso melhor em pensar que devo apenas deixar ir, mas me pego ainda e os sentimentos e suas manifestações, podem existir? Mas de que maneira, são tantas questões, mas irei conhecê-las pouco a pouco, mas conhecerei a todas. Tanto tempo para poder pensar em tentar me esquecer, o que eu tenho a existir? Um anjo apelidado de minha vida. Sutil, inoperante, belo, sagaz sim sou eu talvez meio cômico, sem a tal inteligência para ser mais um afortunado, como é bom poder ficar com meus pensamentos. Acho que agora posso realmente caminhar e parar de ensaiar minha caminhada como estou fazendo ate agora. Ok, eu posso ver, mas o que se tornar enxergar desse jeito, apenas obrigado. Já que estou nessa cidade, quer dizer minha cidade, como calculei, vou almoçar, estou com um pouco de fome. É um pouco difícil andar, nunca pude ver o que estou vendo nem quando enxergava, queria um cavalo branco para poder caminhar e ir andar pelas montanhas. Ver a natureza pura em toda sua beleza e não já transformada pelo homem. Encontrei numa parede diante da esquina, me pus a imaginar a cena, fechando os olhos sendo que nem sei cavalgar. Pequena criança interna, que habita nesse corpo, me ajuda a viver da ignorância um pouco. Acho que melancolia é meu estado de espirito, como é bom rir. Abri meus olhos, debaixo para cima, bem devagar para voltar para essa realidade aqui me dada. Achei estranho, tinha um cavalo tão puro de cor em minha frente, um branco invisível azulado, não tente imaginar, você teria que estar lá para ver, dei de ombros, alguém o deixara ali por agora, mas logo o seu dono chegaria. Endireitei meus pés paralelamente e continuei a caminhar. E escutei o cavalo marchar atrás de mim, me virei e ele estava a vir a meu encontro, com certeza estava querendo um torrão de açúcar, mas como não tinha, já ia retirar minhas mãos do bolso, quando, senti algo estranho no bolso, OH NAO, UM TORRAO DE AÇUCAR, como veio parar aqui? Será que roubei do chá que não bebi? Mas como? Espere um minuto cérebro, esse cavalo era o que eu imaginei, ufa isso é realmente um sonho. Bem vou aproveitar que é um sonho então, como não sei cavalgar, pois agora o faço como um Pégaso, simples, rapidamente aprendi e rapidamente criei de repente um belo grito na rua, OH MEU DEUS, isso é para um filme? Viro-me e vejo um grupo de pessoas falando sobre meu Pégaso, e começou um aglomeramento, pessoas espantadas, outros curiosos, alguns caminham ate mim e perguntam, isso é algum tipo de robô? Mas que sonho estranho, se é meu posso fazer o quiser, não é um robô! É MEU PEGASUS! Aquela senhora de cabelos roxos ardentes verdes saiu por detrás daquele aglomeramento e disse esses jovens de hoje em dia gostam de se divertir com a nossa inocência. Recebi muitas vaias, como se tivesse zombando de todos. Pensei comigo, espere um momento, estou sendo tratado assim em meu sonho, mas com que direito, já que é meu. Entreguei o torrão de açúcar ao Pégaso e me pus a montar no cavalo. Agora quero ver quem zomba de quem, e numa batida de asas, me pus a levantar voo. Aquela senhora, antes de desmaiar disse algo, mas como ocorreu muita gritaria somente pude ouvir o final, ONIOOOOOOOO. Ai começou uma verdadeira gritaria: És um anjo! O messias? Um falso Messias? O que faremos? Não acreditava no que estava por ver, parecia ser tão real aquilo, as pessoas correndo, mais gente chegando, acho que já chamei a atenção demais por um instante, voei mais alto, em direção as nuvens, sobrevoei a cidade e desci em um campo, de flores azul-sol, já disse, não tente imaginar, vivencie comigo. Pois, bem o que eu fiz? Ah perguntas, para mim e comigo mesmo de mim para mim. Vou deitar aqui sobre a fresca sombra límpida, esverdeada-amarelo fosco e tirar um cochilo e acordar e rir desse sonho estranho. Adormeci, senti respingos em meu rosto, o céu começara a chorar para aconchegar a terra, mas espere... Ainda não despertei? Estou realmente em um sono pesado, vou descobrir mais um pouco então de mim. Apelidei meu Pégaso de Segunda-Chance, deixei o no campo. Caminhei ate uma estrada de terra branca marrom-rosa, avistei uma venda, mas não possuía um tostão em meu bolso. Mas irei me alimentar somente com meu olfato, um restaurante, um café-bar, não consegui distinguir, pois não havia nenhum nome, adentrei e sentei, a televisão mostrava um noticiário, uma simpática moça, chegara e perguntava o que eu gostaria, disse a ela, o que pago com um belo sorriso, ela sorriu de volta, ate então pensei, um sorriso igual outro sorriso, mas ela voltou com uma xicara de café e torradinhas, agradeci e com outro sorriso a deixei ir. Comecei a ver a bela e como sempre manipuladora TV, panpanpan pannn noticias urgentes, hoje num bairro não muito distante do centro da cidade, pessoas alegaram ver um cavalo alado e um homem montado sobre ele, e depois o mesmo voa para as nuvens e desparece. Agora vos digo, pensávamos que somente os governantes angelicais, pudessem ter esses animais sagrados e também eles raramente se mostram em nossa presença, e agora? Será que algo esta para acontecer? Segundo o relato das pessoas no local, era apenas um homem comum. Um minuto, acabo de receber este aviso: Temos um retrato falado dele aqui, se alguém o vir, ligue imediatamente para esse numero talvez ele possa ser um impostor. Pois, bem acreditávamos que era um dos angelicais que cuidam desse mundo. Realmente meus olhos agora viam mais que sonho louco, pensei um pouco, ninguém ainda no local percebia que aquele retrato ali era meu. Vou sair daqui e organizar as ideias, sem chamar a atenção, agradeço a moça que me atendera e dirijo-me a porta. Caminhando naquela rua deserta, me coloquei a pensar, cabisbaixo, fui indo ate o Segunda-chance. Eu sou o que então? Sou só um cara que imagina o desenho das coisas em sua mente e não sei como elas se realizam, fui considerado de certa forma perigoso, uma ameaça, mas existem alguns como eu, então a resposta esta junto desses que me julgam impostor. Ao terminar meu raciocínio logico, vejo meu Cavalo-alado, tentando ser capturado, puts... Que sonho maluco! Sai correndo, e gritando ei vocês, soltem ele, realmente um segundo de bobeira, todos vieram a correr atrás de mim, pensei, mas minha mente não estava focada, o que eu poderia realmente fazer? Meu cavalo com Lasers fechei os olhos e imaginei, quando abri meu cavalo preso e eu cercado. Mas se é um sonho e tudo que imagino se torna real, oras bolas o que errei? Fui algemado sem direito a falar nada por um grupo, todo de branco-preto, sem nada nas mãos, mas não sei o que faziam, mas me deixavam com medo, entrei no carro. Pensei, não sabia se era bom realmente ir, pois de certo modo iria chegar aos responsáveis, mas já que fui convidado assim, acredito que não possa ir. E que não sou o convidado especial, fechei meus olhos, imaginei uma saída, mas como iria realiza-la? Queria tanto despertar, mas não vinha ao caso, teria que sair dali, mas qual a ideia genial agora? Fechei-me de todos os sentidos, lembrei-me de quando era criança e brincara numa caixa de papelao, era minha casa, meu carro, era minhas roupas, era meu robô, era tudo, tudo que eu precisava, para aquele agora infantil. Ao abrir meus olhos, mal pude acreditar, o carro era um carro de papelão, minhas algemas também era o de papelão e inclusive a roupa de todos eram de papelão, soquei a porta, enquanto todos estavam espantados e sai, assobiei para o Segunda-Chance, o qual veio em minha direção, agarrei sua crina, límpida como o choro dos deuses e voei o mais alto que pude. Enquanto estava a voar, escutei meu nome...

Coincidência...

Continua... =D