Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação -
Na casa de Fabricia, esta foi a primeira a reconhecer Mirabela na reportagem da TV, e não contendo-se, ela cai na gritaria gargalhando sem parar: - Meu Deus! vejam, é Mirabela, é Mirabela!!
Fabricia gargalhava alto e sem cessar. Gritava alto e rolava pelo chão. Seus pais não acreditavam no que viam e exigiam silencio.
Na casa de Santiago, antes que o senhor Manuel comentasse, todos viram pela TV a imagem de Mirabela tentando cobrir o rosto com a jaqueta jeans e sendo empurrada por policiais. Perplexo, Santiago conserva-se imóvel, com os olhos fixos na TV.
A cidade inteira estava um caos. Ninguém queria acreditar que aquela mulher que parecia ter veneno no olhar, tratava-se da doce Mirabela.
Fabricia por sua vez, suspirava satisfeita, e zombeteira dizia:
- Quem diria!! Eu sabia, a Mirabela nunca foi nenhuma santa. Que grande estratégia da minha amiga. Esta é a Mirabela, é ela quem vai me tirar desta cidade inútil. Eu sabia! Valeu Mira!!
Santiago permanecia estático, alheio a tudo e a todos. Eram inúteis as ofensas lançadas por sua mãe que, praguejava contra Mirabela, pois ele nada ouvia. Estava imóvel e duro como uma estátua de pedra, apenas sentindo o calor das lágrimas que deslizavam por seu rosto.
E no meio dos gritos histéricos e ofensas de sua mãe, ele levanta-se lentamente, dirige-se em direção a porta silenciosamente e sai.
Enquanto isso, no hospital o estado da senhora Lázara agravava-se cada vez mais. Mesmo não tendo acesso as noticias, instintivamente ela parecia adivinhar tudo o que estava acontecendo. Sua respiração estava muito fraca, respirava através de uma bomba de oxigênio. Já não haviam tantas esperanças em sua recuperação.