MORTINHA POR BRILHAR ...
Hoje estou assim, atrevida, desinibida. Contrario a teoria heliocêntrica. Que me perdoe Copérnico, mas hoje sou eu o centro do universo. É o sol que se move em meu redor.
Trajo a rigor, sonhos fluidos. A minha voz é meiga e suave, a minha entrega adivinha-se desproporcional. Esqueço que o jornal continua a preto e branco e que o comboio já não passa dois minutos antes de o sol nascer.
Chegas de fato escuro e gravata no mesmo tom, presença cor de cetim. Agora é tarde para já não gostar de ti! Ergo o flute, é contigo que quero brindar…
Silêncio, dizes tu, preciso de me ouvir pensar! Não me calo e ofereces-me as palavras. Levo-as comigo, rasgo o momento que não foi.
Devolvo o mérito a Copérnico e adormeço dois minutos depois de o sol nascer…