A Princesa Mestiça - Capitulo 20
- Não consigo ouvi-la. – Se desesperou Kurt.
- Kurt.
O demônio encarou o mestiço com os olhos rasos.
- Sei que se importa com Ana. Observei a amizade de vocês. E me surpreendi com você. Ela confia em você e eu também passei a confiar, por isso deixo a segurança dela em suas mãos.
- Mestiço...
Darién esperou.
- Diana o ama. Ela ficou apavorada com isso, a marca unia vocês, mas ela não estava segura quanto ao amor.
- Eu a amo, disse isso mil vezes, mas ela duvida. Sempre velo o sono dela quando ela dorme. E sempre que nos encontramos ela me expulsa e mesmo assim eu a amo.
- Você ama o que ela foi. Diana não é mais a Ana e nunca mais será. Não entendeu isso?
- Amo ela mesmo assim, apesar de tudo.
- Deve amá-la como Diana, é só isso que ela quer. Esqueça a parte dela que ela não conhece e recomece.
Darién assentiu e quis fervorosamente poder voltar para ela e tirar aquelas duvidas absurdas sobre o amor que sentia por ela. É claro que a amava, não só por quem ela foi, mas quem ela era. Diana. Logo se acostumaria com aquele nome.
- Entre no salão e a leve para longe, o mais longe que puder. Peça a Caio que abrigue a vocês dois.
- Eu fui banido da convivência dos demônios mestiço e você melhor do que ninguém sabe disso.
- Mas não por ele, Desmonte foi quem o baniu. Caio nunca faria isso. Ele me deve um favor, salvei a vida dele. Cobre isso agora se for o caso. Mas mantenha Diana segura e longe daqui e tente encontrar Noal também, ela acaba de ter Anael e ainda esta fraca.
- Noal não vai me ouvi, ela é tão teimosa quanto Diana.
- Sei disso, mas ela não pode se arriscar tanto. Encontre-a no campo de batalha, ela esta preparando as tropas, diga ao comandante que assuma o lugar dela e arranque-a de lá.
- Certo. - O demoniozinho já ia saindo quando Darién o puxou de volta:
- Diga a Diana que eu a amo.
- Você terá a oportunidade de dizer isso a ela mestiço.
E dizendo isso Kurt desapareceu.
- Espero que sim. - Sussurrou Darién fervorosamente.
***
Darién sorriu perverso, postando-se na frente do inimigo. Prometendo ameaçadora vingança.
- Onde pensa que vai, Victor?
Victor não demonstrou surpresa.
- Você já era esperado, mestiço.
- Solte-a agora. – Ordenou o rei mestiço com os olhos exóticos beirando a fúria.
- Ou você fará o que? – Desafiou Victor bem humorado.
- Você ainda não me viu irritado. - Esbravejou o mestiço desembainhando a sua espada.
Caminhando como um grande predador em direção a sua caça.
- É claro que eu vi. Afinal eu matei a sua doce Ana.
Victor sorriu com desdém e Darién contou os segundos para avançar sobre ele.
- Você apenas a transformou na princesa da sua raça. – Disse a contra gosto, mas imaginava que Victor não estaria tão feliz sendo a princesa Dreiger uma mestiça, pertencente ao povo de que tanto odiava.
Victor sorriu sem humor dessa vez:
- A mesma raça que acabou de sentenciar a morte dela. Você a verá morrer outra vez mestiço, e mais uma vez eu vou assistir o terror em seus olhos.
Darién observou por um instante aquele ser desprezível a sua frente.
- Eles vão descobrir que foi você quem matou Elliot. O seu povo não perdoará essa traição.
Victor sorriu.
- Golpe de mestre.
- Você é desprezível. – Disse enojado.
- E qual de nós não é, mestiço?
- Vou acabar com você. –Prometeu Darién segundos antes de golpeá-lo com a sua espada, mas Victor foi mais rápido e desviou-se com destreza, em seguida pulou mantendo uma cautelosa distância do mestiço.
- Isso aqui acaba hoje. – Prometeu o mestiço, erguendo a sua espada novamente.
- Um de nós morrerá. – Victor sorriu diabolicamente.
- E será você.
Victor proferiu algumas palavras em uma língua estranha e antiga, e para surpresa de Darién, labaredas de fogo saíram de sua mão.
Darién não se mostrou impressionado. Gostava de surpresas numa luta e Victor oferecia uma bem curiosa.
- Sabe ao que os transformados são sensíveis? – Provocou.
É claro que Darién sabia. Um transformado só era morto queimado, a pele era sensível de mais ao calor, como os vampiros de puro sangue, eles viravam cinzas à luz do sol.
- E um demônio? – Continuou Victor se aproximando perigosamente.
Isso ele sabia afinal ele havia matado Desmonte com uma flecha de ouro. Um demônio era extremamente sensível a ouro, esse metal conseguia provocar grande dor em contato com a pele e imobilizá-lo sem dar chance para escapar.
- E um mestiço?
Darién sorriu.
Victor estava blefando. Afinal, Darién era imune ao sol e ao ouro.
O fogo nas mãos de Victor se transformou em uma energia verde florescente.
Mas o que diabos era aquilo?
- Vocês são vulneráveis a magia, vocês ficam fracos diante dela. – Tornou Victor triunfante.
- Os elementares contêm magia para manipular os elementos e eles na sua maioria são mestiços, o pai de Diana é a prova disso. Sua teoria é infundada Victor.
Victor por um instante vacilou:
- Então finalmente descobriram quem é o pai da princesinha bastarda.
- Sim e ele esta furioso com você e eu não gosto de ver Damon assim. - Avisou Darién.
- Damon?
Darién sorriu ao ver a energia diminui com o choque da revelação.
Há alguns séculos os Dreiger e os elementares tiveram uma grande batalha sangrenta, onde muito se perdeu dos dois lados, na época o pai de Damon lutará contra Elliot e hoje Damon era rei por ter herdado o poder do pai, o que fazia ele ainda mais poderoso que Vinicius o antigo rei elementar.
- Prepare o seu exercito, você será dizimado da face da terra. – O mestiço provocou sem retirar os olhos da enorme massa de energia.
Victor estreitou os olhos.
- Antes disso vou acabar com você. - Vociferou lançando a energia em toda a sua potência.
Parecia eletricidade.
Mestiços eram vulneráveis aquilo?