Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação -
Mirabela transformara-se na queridinha de D.Vaggio, os dois estavam cada vez mais íntimos. Porém seus assuntos eram somente negócios. E certa vez...
- Mirabela, venha aqui!
- Pois não, D.Vaggio.
-É preciso que troquemos o seu nome. Você precisa de um pseudônimo.
- E como vão me chamar?
- Hoje mesmo você viaja para a Espanha! tem alguém lá que é especialista nisso.
- Viajar para a Espanha? por causa de um nome?
- Isso mesmo! aqui o crime é totalmente organizado. Ou você acha que ursolino, palito, foguetão, ventanía ,são nomes verdadeiros?
- Mas, D.Vaggio, eu achei que estes nomes era o próprio povo quem dava.
- pode ser, mas não aqui..
- Mas por quê hoje? não pode ser amanhã?
- Amanhã.
- Que bom! conhecerei a Espanha.
E no dia seguinte, com toda a documentação falsa e muito bem disfarçada, mirabela se dirige rumo a Espanha. Dez horas mais tarde ela já se encontrava no aeroporto Espanhol. Lá, alguém a esperava em um carro prateado, pronto para levá-la ao local de destino.
Um homem alto e musculoso, muito bem vestido, pede-a que o acompanhe. Depois de quase duas horas rodadas, ela desce do carro sendo conduzida por um outro homem.
Este a conduz a uma sala muito sofisticada. Toda carpetada, com ar-condicionado, dois sofás muito macios; mesa de centro com tampo de vidro fumê e belíssimos quadros nas paredes; entre os quais, um de Tarsila do Amaral. Tudo muito versátil, sem nada de vulgar. E isso tudo apenas na sala de espera, que tinha uma luxuosa porta de vidro que dava passagem para a sala de um segundo chefão.
Havia também um som muito baixo que causava uma sensação de conforto e bem estar, era a ópera de Verdi. Alguns minutos depois surge, saida pela porta de vidro, uma jovem muito bonita, que mais parecia uma atriz americana dos anos trinta. Tinha um metro e oitenta e cinco de altura, um corpo escultural, seios fartos, largos quadrís e pernas bem torneadas. Vestia um conjunto de saia e blusa tão ajustados ao corpo que faziam com que suas generosas formas ficassem expostas.
Delicadamente aquela jovem de longos cabelos loiros e olhos cor de violeta, aproxima-se de Mirabela e pede-a que a acompanhe.
- Por favor! venha comigo.
As duas dirigem-se á uma sala onde, na porta lia-se: 'Dr.AlKarizmi'.
A jovem então anuncia Mirabela para ele que encontrava-se de costas, sentado em sua cadeira giratória. Depois retira-se, deixando-a sozinha com o estranho homem.
- Boa tarde moço. O senhor é o tal Dr. AlKari..desculpa, este nome é muito complicado.
Com muita rapidez, o homem vira-se para ela, girando a cadeira e acrescentando: - AL-KARIZMI..
Ela quase desmaia ao encará-lo de frente: - Não pode ser! Meu Deus, o que é isso? Você é... é..
- Isso mesmo Mirabela! sou Ulisses Dias, ou o melhor: sou o seu pai.
Ela sente-se zonza, quase desmaia, mas permanece firme e ativa. Ela esfrega os olhos como se tentasse enxergá-lo melhor, como se duvidasse do que os seus próprios olhos lhe mostravam. Não conseguia entender que espécie de sentimento circulava dentro de sí naquele momento.
Uma espécie de indignação misturada a um grande receio, ou talvez medo. Como se estivesse vendo diante de sí, um fantasma. Um fantasma que ressurgiu das cinzas. Ela, de repente cai sentada, dura como uma estátua de pedra. Seus olhos estão parados e secos, sem conseguir derramar uma lágrima sequer. Era como se naquele momento, ela dormisse profundamente, pois estava alheia a tudo.
E como que, despertando de repente, ela encara o o pai de maneira fria. E balançando a cabeça negativamente, achando tudo muito absurdo ela comenta:
- Eu devo está louca. Não! isso não está acontecendo.