Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação -

Alguns meses se passaram e Mirabela estava cada vez mais hábil na vida do crime. Acompanhando a quadrilha; ela assaltava bancos, lojas, cometia pequenos sequestros. Tudo com a habilidade de uma criminosa experiente.

Nada mais restou da simples e bela menina que um dia existiu. A doce fruta agora estava muito amarga. Seu sabor era ódio e mágoa.

Vê-la agora era como ver uma outra pessoa, desejosa do insólito desejo de vingança.

Em seus planos estava o sequestro do velho Manuel, ele lhe pagaria por cada palavra de humilhação que a fez passar naquela festa. Tudo aquilo ainda estava bem registrado em sua mente.

Para ela era muito difícil esquecer aquela maldita noite naquela festa do amigo de Santiago, em que o velho Manuel a humilhara chamando-a de vulgar, golpista e despudourada. Uma ofensa sem limites, quando no mais alto grau de torpor em que o velho se encontrava, devido aos impasses da maldita bebida, colocou o seu caráter em dúvida. E ele agora pagaria por isso. E como pagaria!!

Santiago e Lindamar tiveram uma linda menina. Deram-lhe o nome de Linda. E quanto a Lindamar, esta também mudara bastante, pois, transformou-se numa mulher geniosa e ciumenta. Sentia ciúmes até dos pensamentos de santiago, pois sabia que eles pertenciam a Mirabela.

Não suportava sequer ver o marido com um olhar distante e silencioso, que ela logo provocava uma discussão. Suas vidas estavam um verdadeiro caos. Por qualquer motivo discutiam alto, chamando atenção dos vizinhos e deixando a criança nervosa a cada briga que presenciava. E o pior é que Lindamar responsabilizava os sogros; o senhor Manuel e a senhora Flora, pelo fracasso do seu casamento.

Os velhos não a suportavam mais e estavam completamente arrependidos por terem contribuido com aquele casamento. Por várias vezes Lindamar foi á porta da casa dos sôgros fazer escândalos. Santiago também não estava mais suportando aquela vida. Há tempos que não sentia alegria. No trabalho era aquela burocracía com fornecedores e credores.

Em casa era o martírio com a mulher soltando-lhe indiretas a toda hora, buscando motivos para uma nova discussão.

D.Vaggio estava cada vez mais satisfeito com os trabalhos criminosos de Mirabela. A cada crime realizado era um presente que esta ganhava, o que estava despertando muito a revolta em Carlão. E ele comentava com Ursolino silenciosamente:

- Sabe Ursolino; eu sempre fui o braço direito de D.Vaggio, como você mesmo sabe.. ele nunca me deu um alfinete, como prêmio por cada ação minha realizada. Já para a Mirabela, são jóias, belas roupas, carros. Isso me parece mais, uma afronta..

- Olha Carlão, se eu fôsse você, não me importaría com isso. Você sabe muito bem com quem está lidando.

- Tudo bem! eu sei exatamente o que vou fazer. Não vou deixar esta idiota da Mirabela levar a melhor, e nem o maldito do D.Vaggio me fazer de troucha.

- Veja o que vai fazer rapaz! D.Vaggio não é pessoa com quem se brinque.

- E quem disse que eu quero brincar com aquele desgraçado? meu negócio com ele será muito mais sério do que você imagina.

greice
Enviado por greice em 04/11/2010
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