A Princesa Mestiça - Capitulo 14
Darién acordou e sorriu.
Havia um bom tempo que não dormia assim, ele passou as mãos sobre o travesseiro procurando algo que não encontrou.
Darién sentou-se na cama gigantesca e viu os lençóis remexidos.
Nunca se recordara de acordar assim tão atordoado.
Ele havia feito amor com Ana.
Aquilo não fora uma sonho.
Mas onde ela estava agora?
Darién fechou os olhos mais uma vez e tentou se conectar ao corpo dela.
E para sua enorme frustração, não conseguiu.
Ana já estava longe, ela havia retornado para os Dreiger.
E aquilo o enfureceu.
Darién saiu da cama e tentou manter-se calmo do contrário não poderia ir tão longe como queria.
Ele se concentrou mais uma vez.
A afinidade entre eles havia crescido e agora era quase fácil localizá-la. Para ele ela nunca teria barreiras, ele sempre poderia encontrá-la e sempre saberia o que ela estaria sentindo.
Darién praguejou baixinho, Diana havia mesmo voltado aos domínios dos Dreiger e como se não bastasse para os braços do maldito Victor. Ele a observou beijá-lo e sussurrar algo em seu ouvido.
Darién estava horrorizado.
Como ela podia fazer aquilo?
Darién teve ímpetos de acabar com a raça daquele maldito vampiro dos infernos e exigir que ela se retratasse, mas a sua forma astral o impedia de fazer isso. Estava impedido por uma barreira astral e aquilo não o ajudava em nada, apenas o atrapalhava.
Darién só pode apenas a observar entrar em quarto, fechar a porta e se encostar-se a ela com lagrimas nos olhos limpado a boca sem nenhuma delicadeza com as costas das mãos.
Ela parecia confusa, mas determinada apesar de tudo. Naquele minuto ele pode sentir que ela pensou nele, e Darién teve certeza de que ela não o queria em sua vida.
Ela andou pelo quarto e retirou o vestido que horas antes ele retirava amorosamente de seu corpo, agora ele podia sentir que ela se esforçava para não pensar nisso também enquanto se despia. Ela trocou o vestido por uma camisola branca transparente, que quase não cobria as suas curvas e sentou-se em frente ao espelho para pentear os cabelos.
Por um segundo ela ficara sem fôlego:
- Céus!
Darién a encarou desejando poder falar-lhe, ela parecia surpresa enquanto olhava o espelho, devagar ela passou a mão sobre o vidro e ficou muda diante da própria imagem.
Aos poucos Darién pode perceber que ela nunca havia se olhado no espelho quando seus olhos estavam daquela forma. Os olhos geralmente castanhos agora eram uma copia exata dos seus e ela estava surpresa por isso.
Parte de seu poder agora habitava em Ana e ele queria que ela nunca o rejeitasse como estava fazendo agora.
Ela passeou os dedos pelo rosto sem nunca deixar de fitar o espelho.
Darién chegou por trás dela tentando ver a imagem que ela via de si mesma, então ela parou de passear com a sua mão, parecia assustada, mas logo depois sorriu de si mesma. Como se estivesse achando algo engraçado.
Ela podia senti-lo.
Daquilo Darien teve certeza.
- Ana? - Chamou Darién, testando se aquilo seria realmente possível.
Diana parou procurando-o:
- Darién?
- Estou com você em pensamento. – Avisou Darién para que ela não se assustasse mais.
- Saia da minha cabeça. - Esbravejou.
Darién sorriu:
- Não fique brava, isso é só o que a marca pode fazer aliada aos meus poderes.
- Escute aqui mestiço. Não ouse invadir os meus pensamentos eles são particulares.
- Ana escute. – Disse pacientemente.
- Eu não me chamo Ana. – Gritou nervosa.
Darién se colocou na frente dela.
E Ana o encarou assustada: - Eu posso te ver. – Ela disse apoiando as costas no espaldar da cadeira, se afastando o máximo que podia da sua imagem astral.
- Ótimo por que eu também posso vê-la. – Darién disse sarcástico.
Diana empalideceu:
- Saia do meu quarto. – Ordenou friamente.
- Não sem antes você me explicar como pode sair da minha cama para ir beijar outro?
- Você esta me espionando? – Perguntou furiosa.
- Não mude de assunto.
- Você é muito presunçoso sabia.
- Eu sou presunçoso? E você o que é? Como se qualifica a mulher que abandona a sua cama para voltar para os braços do amante? – Perguntou Darién alterado.
A face dela ficou em chamas e por um minuto ela perdeu a voz.
- Saia do meu quarto. - Exigiu mais uma vez baixinho.
- Não. – Ele foi categórico.
A face dela ficou mais vermelha e ela o encarava severa:
- Victor será o meu parceiro daqui a algumas semanas, como você mesmo disse: que tipo de mulher eu seria se abandonasse a nossa cama para ir atrás de você?
A imagem astral de Darién tremeluziu e desaparecia aos poucos:
- Mas você já fez isso minha cara.
Darién voltou ao seu estado corpóreo e sem conter a raiva e o ressentimento ele explodiu o quarto em chamas, e deixou os aposentos sem olhar para trás.
As chamas destruia impiedosamente tudo o que encontrava, queimavam com toda a furia e ódio que sentia naquele momento.
Lá fora o amanhecer logo chegaria e tudo estava no mais silêncio absoluto, tudo parecia sereno e na mais completa paz, mas o seu coração chorava por que Ana também chorava.