A Princesa Mestiça - Capitulo 12

- Demorou. – Reclamou Kurt.

Diana passou por ele sem lhe dar atenção, tirou o véu que lhe cobria os cabelos e voltou a fitar a casa do mestiço.

- O que ouve lá? – Questionou Kurt visivelmente desconfiado.

Diana não respondeu, não conseguiria explicar.

Kurt se afastou e disse ríspido:

- Disse para seduzi-lo e não para deitar-se com ele.

- Precisamos sair daqui.

Diana estava embaraçada e não conseguiu fitá-lo.

- Diana, não se meta com os mestiços. A sua raça esta em guerra contra eles. A união de vocês seria um trunfo nas mãos dos inimigos. Eles não hesitariam em manipulá-los. Precisa ficar longe.

Kurt se aproximou exasperado a segurou pelo braço firme:

- Sei do que estou falando. – Disse ele fazendo com que ela o encarasse. - A guerra dos demônios contra os mestiços me trouxe grande dor. Eu sei o que é ser enganado e perder quem se ama por conta de uma lei suprema defendida por fanáticos.

- Kurt. - Diana se soltou bruscamente. - O que aconteceu?

- Me apaixonei por uma mestiça.

Ele foi claro e direto. Diana sabia que havia mais ali e esperou.

- O irmão dela não permitiu nossa união. Darién já havia declarado guerra contra o antigo rei, Desmonte descobriu a minha traição e Eva morreu em meus braços – Ele parou por um instante. – Eva estava grávida. Ela dizia que seria um menino. – Kurt sorriu. – Ele se chamaria Daniel. – A face de Kurt ficou sombria e ele Ficou tenso. – Mas ele morreu antes mesmo de vir ao mundo e depois que eles se foram eu fui preso e castigado e o meu povo me baniu. Darién venceu a guerra eu fui liberto, mas Ralph nunca me perdoou pela perda da irmã, ele só não acabou comigo porque Darién interviu, mas eu sempre desejei que ele nunca tivesse feito aquilo.

Diana ficou em silêncio. Kurt parecia um menino travesso, nunca o imaginou apaixonado. Seu olhos estavam opacos e sem brilho imersos em recordações. Diana sentia muito pela perda do amigo, sentia pelo seu sofrimento e por não ter estado ao seu lado naqueles dias difíceis.

- Eu sinto muito. – Foi só o que pode dizer. E ela sabia que aquilo nunca apagaria nada.

Apesar da aparência, Kurt era um homem. Às vezes a irritava profundamente, mas era um grande homem, ela sempre conseguia ver nele mais do que os outros viam e mais do que ele próprio deixava que os outros vissem, por isso lhe dedicava aquela amizade cega.

- Ao menos descobriu o que queria? – Perguntou brusco.

- Bem mais do que você possa imaginar.

Kurt fez uma careta e suspirou:

- Odeio meias verdades.

Diana olhou mais uma vez para a linda mansão:

- Preciso descobrir sobre o que realmente aconteceu a meus pais.

- Por onde quer começar?

- Por onde tudo começou. - Ela se virou e pegou a mão do demônio. - Me leve de volta para casa.

Penélope Silva
Enviado por Penélope Silva em 06/10/2010
Reeditado em 19/10/2010
Código do texto: T2541075