A Princesa Mestiça - Capitulo 11

- Parece que o sedativo não funcionou muito. –Disse Darién parecendo culpado.

- Na verdade estou lutando contra o sono. - Confessou ainda tensa.

- Raj só fez o que achava melhor pra você.

- Como se eu achasse o fato de ser drogada o melhor para mim. – Reclamou. - Não sabia que existiam vampiros médicos.

- E não existem. Raj é um velho amigo e um mestiço elementar.

Diana o observou durante um minuto. O que deveria fazer agora? Havia tanto a ser dito, tanto a descobrir, mas...

Sentia medo.

Estava cansada daquele mundo, tudo lhe parecia uma mentira tão grande, tudo parecia tão errado, sentia-se vazia e o medo a dominava ao mesmo passo que seu coração se enternecia pela fisionomia daquele desconhecido, Darién era belo e atraente, mas não era nada daquilo que fazia seu corpo clamar por ele, nada daquilo explicava a necessidade que sentia de tocá-lo, de abraçá-lo e de amá-lo. E aquilo era o que mais a assustava.

Diana sentia um peso enorme no peito, tinha que se distanciar dele, tinha que partir, mas apenas pensar em fazer aquilo lhe doía profundamente, e por mais que fosse necessário, não conseguiria agora deixá-lo.

O que estava acontecendo?

Estava ficando maluca?

- Darién... – começou.

- Shii. – ele pediu colocando o indicador em seus lábios enquanto sentava-se ao seu lado.

- Eu sinto muito. – ele disse. - E espero que me perdoe. Sei que deve ter muitas perguntas e nada parece se encaixar... Mas eu quero que saiba que estou mesmo feliz por tê-la aqui de volta nos meus braços.

O coração de Diana deu um salto e aqueles olhos a confortaram, ele parecia sincero, a ternura de seus olhos era como a calmaria de um lago, Diana sorriu e não conteve as mãos quando acariciou a pele do rosto dele, Darién fechou os olhos, deliciado. Diana teve a sensação de ter esperado por aquele momento por toda a eternidade.

- Estou confusa. – Confessou num sussurro.

- A única certeza de que sempre tive é de que a amo.

Diana respirou com dificuldade, tudo caia no seu mais completo silêncio, só a respiração e o coração de ambos batendo descompassados em uníssono era ouvido.

Quando ele se inclinou Diana por um momento não soube o que fazer, sabia que seria beijada e mesmo que sua mente gritasse para que saísse dali e se libertasse daquele mestiço que lhe era proibido, como a maçã era proibida para Eva, ela não pode resistir, simplesmente não podia resistir. Seu corpo e todo o seu ser queriam a ele, e ela não pode e não queria negar aquilo que estava sentindo.

Durante aquele breve momento não pensou em nada, não pensou na verdade e nem em seus deveres, a única coisa que poderia pensar agora, era naquele homem, que a despia carinhosamente enquanto ela se perdia em seus beijos quentes e apaixonados.

Mesmo que céu e terra se fundissem agora, mesmo que anjos e demônios entrassem em uma guerra épica e mesmo que tudo o mais que existisse desaparecesse, nada teria tanto efeito sobre ela quanto a maneira como ele a possuía.

Mesmo a rosa em toda a sua perfeição e glória carrega espinhos, apesar da sua singela beleza, a rosa também pode feri profundamente, todos sempre carregam os dois lados de uma moeda, e mesmo que agora e ali, quando Diana se entregava ao êxtase para em seguida Darién gritar o seu nome em rendição e fascínio, não era o nome dela que ele chamava, não era a ela quem ele queria. E isso a feriu tanto quanto um espinho podia ferir mãos delicadas.

Ele a beijou mais uma vez.

- Eu amo você. – E Diana não duvidou daquilo.

Ela abraçou o corpo dele e pousou a cabeça em seu peito, desejando que aquele amor por ela bastasse.

Suas mechas da cor da prata brilhavam conforme o sol se punha.

Ela fechou os olhos e momentos depois percebeu que ele dormia profundamente.

Não era uma falha, mestiços dormiam. Diana observou o belo rosto que parecia esculpido em sua perfeição e mesmo que doesse partir, era o que faria.

Ele amava a outra mulher, uma que Diana por mais que quisesse nunca mais poderia voltar a ser.