A Princesa Mestiça - Capitulo 10

- Ela ainda não acordou? – Diana ouviu a voz do mestiço perguntar.

- Eu dei um sedativo a ela. - Informou a outra voz, que ela agora já conhecia.

- Mas vampiros são imunes a medicamentos. – estranhou Darién olhando em direção de Diana que parecia recuperado.

“E são mesmo” - Pensou Diana fingindo dormir, ela estava de olhos fechados, mas atenta a conversa, tinha acordado quando aquele homem lindo de morrer ainda a vestia, ela estava totalmente a sua mercê e resolveu permanecer quieta e atenta, se ele a atacasse, ela o pegaria primeiro, mas se surpreendeu quando ele apenas fez algumas anotações e checou seus batimentos cardíacos com aparatos humanos, foi ai que se lembrou de onde estava e teve a estranha certeza de que ele era um médico ou algo assim, Diana abriu os olhos e tentou sair da cama, ele tentou acalmá-la e foi rápido ao aplicar-lhe uma substância que surtiu efeito só na hora e que agora se dissipava lentamente.

- Mas as minhas habilidades dizem que ela não é totalmente vampira.

- O cheiro de Diana me parece mestiço. - Apontou Darién.

Diana reprimiu uma reclamação.

Por que aquele mestiço insistia nisso? Não havia nada de errado com seu cheiro.

- Diana? A princesa Dreiger? – perguntou o belo médico de olhos azuis e cabelo louro sua voz soando visivelmente surpresa.

- Em pessoa.

- Darién. – Tornou ele cauteloso agora. - Eu espero que eles não saibam dessa miscigenação, eles se orgulham da pureza da espécie, há leis severas desse povo contra nós mestiços.

- Disso eu sei quem parece não saber é ela. – tornou ele a fitando.

Diana olhava para ambos sob sua palpebra semi aberta.

- O DNA dela é mais complexo que o seu, é incrível, me parece que ela é parte vampira e parte humana e há traços de código genético de elementares, o pai dela deve ser filho de humanos e elementares, já ouvi falar que essa união acontece freqüentemente, já que a minha espécie vem se misturando aos humanos ultimamente.

- Sim, mas você deve ter notado a semelhança...

Diana tentou manter a sua pulsação estável para não alertar o elementar, mas que história absurda era aquela?

- Eu não sei o que aconteceu, mas tenho varias teorias. – Disse o médico.

- Como é possível, Ana estava morta, a tive morta em meus braços, como... – ele não conseguiu terminar de falar e Ana lutou para manter o rosto impassível e as pálpebras fechadas para não encará-lo dessa vez.

- Eu examinei Ana. – Disse o médico. - Você me impediu de tocar no corpo dela, mas eu posso garantir que ela esteve morta sim, não havia nenhuma atividade no corpo dela, seu corpo tinha sido completamente envenenado pela flecha. Ela estava morta.

Darién ficou algum tempo em silêncio, para depois perguntar num sussurro doloroso:

- E como você me explica esta mulher deitada em minha cama?

O médico suspirou antes de prosseguir com suas suspeitas:

- Uma de minhas teorias é que seu corpo humano tenha realmente morrido, mas a parte vampira assumiu alguns dias depois, quando seu corpo se recuperou do estrago provocado pelo veneno. A acilina encontrada na flecha é uma substância que provoca esquecimento em vampiros, mas também muito perigosa. Quando usada muitas vezes causa a morte de vampiros.

- Desgraçado, como ele pode fazer isso a ela? Ela é mesmo neta daquele monstro? – Perguntou Darién enraivecido.

- Presumo que sim, nunca estudei a estrutura genética dos vampiros puros, mas o DNA de vampiro dela tem traços diferentes do seu.

- Ele quase matou a neta. – Tornou ele indignado.

- E temo que tenha sido de propósito, algo me diz que Elliot sabe muito bem o que esta fazendo.

- Eles sempre a quiseram. – Sussurrou Darién como se acabasse de desvendar algo de absoluta importância.

- Há algo que me preocupa. – disse o médico. - A marca. Pela primeira vez eu pude estudar toda a sua estrutura.

- Ela esta marcada? – Perguntou Darién furioso.

O coração de Diana se sobressaltou e quase parou de bater, a fúria na voz dele a amedrontou e Diana se repreendeu por não ter a muito fugido dali.

Que marca era aquela? Tudo ao que eles se referiam era totalmente confuso, incompreensível.

- Eu vou matar o desgraçado do Victor. - Rosnou Darien furioso.

- Calma, calma, Darién. – pediu o médico. - Victor não tem nada haver com isso.

- Mas... - Darién esperou, confuso.

- A princesa carrega traços seus no DNA. A marca aconteceu a vocês dois, ela já esboça sinais da transformação, e você também logo sentira.

Darién permanecia em silêncio enquanto Diana estava chocada.

- Veja os olhos, são similares aos seus. Ela partilha da sua força, e você partilhará da dela, a mente de vocês será uma só, e o amor compartilhado de um casal assim é único.

Darién parecia sorrir quando falou:

- Você não viu, mas ela esta esperando só uma brecha pra me matar.

- O que é a vida sem um desafio? – Perguntou o médico no mesmo tom divertido.

Como eles podiam sorrir diante de toda aquela história que beirava a loucura?

Diana estava indignada!

- Tem razão, mas...

Diana sentou-se na cama e apoiou as suas costas no espelho de metal enquanto tentava resistir a onda de topor deixada pela substância, ela apenas encarou aquele mestiço em particular. Sua mente estava vazia e só agora ela começava a similar tudo aquilo.

Darién engoliu em seco.

- Vou deixar que vocês dois se entendam. - Disse o médico lhe acenando enquanto fazia uma pequena reverência com a cabeça, Diana permaneceu em silêncio, com os olhos fixo em Darién prometendo uma conversa nada passiva.

- Tem certeza de que ficara bem? – indagou o médico preocupado.

- Bem, aquela mulher ali, parece ser a única que pode me vencer e apesar de ter certeza de que ela pode me matar, estou feliz que ela esteja de volta a minha vida. - Tornou ele sorrindo sem deixar os olhos de Diana.

- O amor cega os homens e enlouquece um demônio.

O médico desapareceu e deixou Darién sozinho para encarar seu próprio destino.

Penélope Silva
Enviado por Penélope Silva em 23/09/2010
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T2515565