A Princesa Mestiça - Capitulo 7
Ele faria aquilo da maneira correta, afinal não queria passar o resto da eternidade ao lado de uma mulher que o detestava, ou que não quisesse ser sua. Embora do jeito que as coisas iam, não se surpreenderia se a princesa fosse para na cama de outros parceiros por ordem do rei, Elliot estava desesperado e faria qualquer coisa para continuar no poder e manter a raça, mesmo que para isso tivesse que usar a neta apenas como procriadora e nada mais.
Não que Victor estivesse preocupado com isso afinal não via à hora de colocar as mãos nas curvas perfeitas da princesa, ela significava desafio pleno e ele adorava aquilo, a garota ganhara ate a sua afeição, era autêntica e confiava nele. Isso que tornava as coisas mais fáceis daqui a algum tempo não seria tão fácil enganar Diana com meias verdades e histórias que de fato nunca aconteceram.
Mas o que de fato mais o preocupava agora era a marca que envolvia aqueles dois mestiços. O poder da marca era incontestável e diziam histórias que aquilo selava a vida do casal que as tinha já que não podiam pertencer a outro se não a si mesmos.
Dizia lendas que os marcados eram predestinados por uma força superior, força essa que regia o mundo, tanto humano, quanto o das sombras e dos espíritos em suas varias dimensões.
E ninguém poderia ir contra essa força, não havia como lutar contra, o destino apenas se realizava, simples assim.
E aquilo atrapalharia seus planos, como os do rei. E Victor tomaria aquilo como um insulto pessoal, já que Leah fugira dias antes da união de ambos e nada melhor para compensá-lo do que a filha da maldita que tinha lhe feito aquilo.
Não toleraria se a princesa bastarda seguisse os mesmos passos da mãe.
Afinal aquilo estragaria tudo pelo que vinha arquitetando pacientemente e antes que ela o fizesse, ele a mataria, ou melhor, entregaria a Elliot para que ele fizesse o resto, dando a neta o mesmo destino que deu a filha.
- Seu demônio de uma figa.
- Acalme-se princesa isso não são modos. – Disse Kurt com um sorriso zombeteiro nos lábios.
- Que se danem os modos, seu...
- O Seu repertório esta ficando escasso e repetitivo alteza. – Interrompeu ainda sorrindo.
Diana teve ímpetos de arrancar a cabeça fora daquele demônio travesso.
- Onde estamos? – Perguntou tentando manter a calma antes que voasse para o pescoço dele.
- Nas montanhas de Standarth, domínio dos Transformados a poucos quilômetros da fortaleza do mestiço.
- Eles tem um castelo?
- Não, o mestiço não liga de ostentar seu poder pra outra espécie, mas a muito tempo ele reside em uma espécie de palácio, que foi dado por Damon em forma de gratidão depois que ele o salvou de um duelo com o antigo rei dos demônios.
- Damon? Deveria conhecer o nome?
Kurt arqueou uma das sobrancelhas:
- Deveria. Damon é o líder dos seres elementares.
- Elementares? – Estranhou.
- Sim. Eles são poucos e vivem misturados aos humanos, tem a capacidade de manipular os elementos.
- Feiticeiros?
- As mulheres estão mais para fadas. – Disse Kurt com ar sonhador.
- Vai me dizer que elas também existem? – Perguntou perplexa. “Será que existiam?”.
- Há muito não se ouve falar delas, mas há registro que comprovam a sua já existência.
- Isso quer dizer que elas foram extintas?
- Exato. Apenas sobrevivem os mais fortes, princesa. Esse é o nosso lema. Vivemos em um submundo, nas sombras dos humanos. Para muitos de nós os humanos não passam de mais uma espécie povoando esse mundo, para outros eles finalmente encontram consolo em braços apaixonados, para vocês não passam de um recipiente contendo uma das mais deliciosas iguarias. Para os demônios embora as lendas e mitos que rodam entre os humanos, somos pacíficos e temos leis rígidas que proíbem explorá-los ou ter qualquer contato. Mantemos-nos nas sombras por que mesmo os humanos sendo ignorantes eles têm muita tecnologia de grande poder de destruição e não hesitariam em destruir a si mesmo para destruir o que é desconhecido e diferente.
- Então as espécies das sombras se mantêm fora dos olhos dos humanos.
- Sim embora algumas espécies, não sejam tão cuidadosas.
- Como quem?
- Vocês vampiros sangue puro. Vocês não mantém o próprio controle e olha quantos humanos transformaram? Agora correm o perigo de serem escravizados pelos próprios escravos. E ainda tem leis que proibem mestiços da própria espécie.
- Não concordo com isso mais do que você Kurt.
- Nem deveria concordar, não da pra imaginar o que um vampiro sangue puro poderia fazer a uma frágil humana. Voces não se contentam em chupar-lhe só um pouco o sangue, se alimentam de tudo deles e depois o escravisam. Um dia e para esse dia pode se demorar séculos você assumira o trono de seu avô, o que fará?
- Já disse que desejo que tudo se torne pacífico entre todas as espécies. Sem mais escravos, sem mais ameaças e sem mais perigo.
- É da nossa natureza, nem todos somos bons, aprendemos a sobreviver sendo forte, enquanto houver poder sempre haverá luta, por isso eu digo que o que você espera conseguir fazer, não vai da certo!
- Muito obrigada pelo apoio Kurt, mas eu prefiro morrer tentando a permanecer séculos em batalhas que não tem fim. - Tornou Diana com raiva, virando-se para encarar o horizonte verde e as pequenas casinhas ao longe.
- Você me surpreende, sua compaixão é algo que não existe em nossas espécies, nem mesmo na sua que aqui entre nós, é conhecida como a mais orgulhosa e destruidora entre todas. Só conheci uma pessoa que foi assim, e ele deixou de ser à muito, depois que sua parceira se foi...
- Kurt eu preciso da sua ajuda. - Disse Diana virando-se para encará-lo novamente. - Preciso que me ajude a descobrir um modo de acabar com isso, preciso da verdade, daí virá o meu ponto de partida.
- Você sabe que o mestiço vai me escalpela e se pretende uma luta já aviso que Darién é quase invencível, ser mestiço o torna mais poderoso e temido do que qualquer outro líder.
- Não tenho medo dele.
Kurt a observou atentamente e permaneceu calado durante um bom tempo.
Diana quis poder entrar em seus pensamentos, para poder saber o que se passava naquela cabeça, mas Kurt a estava bloqueando enquanto expressava um olhar sombrio.
- Tem razão em não temer, vejo um mistério que iguala vocês.
Diana sorriu.
Kurt estava ficando maluco.