Estranho Amor - (parte I)
Hoje, quando se levantou bem cedo, sabia que seria um dia diferente de ontem, estava mais disposta, tinha um sentimento puro no coração. Acordou pensando em ter realmente um Bom Dia, independente do que pudesse acontecer no decorrer deste.
Como de costume, fez o que fazia todas as manhãs... e, em seguida, foi trabalhar. O céu tinha um azul diferente, o sol brilhava com tanta intensidade que parecia percorrer a energia do Astro REI por todo o seu corpo.
No meio do caminho, aquela ligação, corriqueira, será que estava acostumada? e se amanhã não acontecesse mais? o que será que diria ao seu coração?
A voz que vinha do outro lado, a deixava feliz, um sentimento que há muito não sentia, aquela vontade de querer saber como foi a noite, como amanheceu, como seria o dia de trabalho, enfim, de poder dizer Bom Dia!
Já no trabalho, ainda que ocupada, pensava em mil coisas, inclusive que talvez estivesse sendo inconveniente, estaria passando dos limites? Ela que estava sozinha há tanto tempo... não acreditava está apaixonada, mas, tocada por um profundo sentimento de carinho e amizade sim, isso certamente, e por gostar muito dessa nova pessoa que está conhecendo recentemente, preferia não tê-la, a ter que perdê-la para sempre por causa de uma ansiedade sem limites.
Mas, que sentimento mais louco lhe corria por todo o corpo, ao mesmo tempo que o queria perto, não queria estragar tudo, será que é possível entender isso?
Envolta aos afazeres matutinos, por um momento adormeceu o sentimento no peito.
A tarde, já em casa, pensava na loucura que NÃO gostaria de cometer jamais, essa pessoa estava se tornando importante demais em sua vida, mesmo que ELE não tivesse a intenção.
Seu medo maior era perdê-lo para sempre, ele poderia se chatear se soubesse dos seus verdadeiros sonhos, desejos e sentimentos que levava em relação a sua pessoa.
Era uma sensação pura, não de ciúme, não de posse, não de ansiedade, mas, pelo simples prazer de conversar, de ficar perto, de tocar, de beijar, de sentir...
A noite caia, e em seus olhos era possível perceber a dúvida que a enchia a cabeça de perguntas, a maioria sem respostas... Ela foi até a janela, acendeu um cigarro. A noite estava linda novamente, aquela estrela com que ela sempre conversava estava lá, esperando por suas indagações... Sabia que não teria as respostas que esperava conseguir, mas uma coisa era certo, não queria perder aquela pessoa, principalmente agora, sem saber mesmo o porque, mas dentro dela há um sentimento de que coisas boas poderiam acontecer aos dois...
Havia um sentimento mais forte do que ela, a vontade de fazê-lo feliz, de vê-lo bem, de não fazê-lo sofrer, mas do que lhe contou que já havia sofrido.. enfim, coisas assim... que certamente se o visse BEM, ela estaria feliz também, a deixavam sem saber como agir, que caminho seguir...
(continua)