Seduzindo e descartando...
Naquela ilha dos sonhos, não havia nada mais para fazer senão ficar à frente de um monitor e conhecer novos amigos.
A moça desencantada da sorte escutou alguém chamá-la e resolveu atender a esse chamado.
Aceitou trocar olhares através da tela com um interessante senhor que curioso pedia para que ela se despisse de preconceitos e das amarras da sua vida, num toque sutil e sedutor.
A cada dia, ela se encantava e conversava mais com aquele senhor.
Ele propositalmente, a seduzia.
Mostrava-se e a induzia a despir-se dos preconceitos.
Ele ficava a apreciá-la assim como ela ia se encantando por ele.
Não existia toque, apenas olhares.
Eles se amavam como anjos
Ela na ilha dos sonhos, ele na ilha da ilusão.
Desentenderam-se um dia...
Ela por ter sido liberta por ele, resolveu continuar o jogo de sedução com outros em busca de elogios.
Gostou de ter sido descoberta pelo senhor.
Afinal, uma moça recatada, estava descobrindo o mundo.
Descobriu que o prazeroso era seduzir e descartar como os copos jogados na ilha.
Era uma vingança cruel da moça em troca do que faziam com o seu habitat.
Gostava de seduzir e se recatar apenas com a intenção de usar.
De repente, a moça acordou e percebeu que a vítima da sedução era ela e não aqueles que ela seduzia.
Resolveu então se dar uma chance de acreditar que a vida naquela ilha ainda podia ser generosa com ela.
Afinal, cansou , se arrependeu, ficando apenas com o desencanto nos olhos seus do que havia vivido e saudosa do senhor, seu amigo.
14/01/2010