Seduzindo e descartando...

Naquela ilha dos sonhos, não havia nada mais para fazer senão ficar à frente de um monitor e conhecer novos amigos.

A moça desencantada da sorte escutou alguém chamá-la e resolveu atender a esse chamado.

Aceitou trocar olhares através da tela com um interessante senhor que curioso pedia para que ela se despisse de preconceitos e das amarras da sua vida, num toque sutil e sedutor.

A cada dia, ela se encantava e conversava mais com aquele senhor.

Ele propositalmente, a seduzia.

Mostrava-se e a induzia a despir-se dos preconceitos.

Ele ficava a apreciá-la assim como ela ia se encantando por ele.

Não existia toque, apenas olhares.

Eles se amavam como anjos

Ela na ilha dos sonhos, ele na ilha da ilusão.

Desentenderam-se um dia...

Ela por ter sido liberta por ele, resolveu continuar o jogo de sedução com outros em busca de elogios.

Gostou de ter sido descoberta pelo senhor.

Afinal, uma moça recatada, estava descobrindo o mundo.

Descobriu que o prazeroso era seduzir e descartar como os copos jogados na ilha.

Era uma vingança cruel da moça em troca do que faziam com o seu habitat.

Gostava de seduzir e se recatar apenas com a intenção de usar.

De repente, a moça acordou e percebeu que a vítima da sedução era ela e não aqueles que ela seduzia.

Resolveu então se dar uma chance de acreditar que a vida naquela ilha ainda podia ser generosa com ela.

Afinal, cansou , se arrependeu, ficando apenas com o desencanto nos olhos seus do que havia vivido e saudosa do senhor, seu amigo.

14/01/2010

Eliane Auer
Enviado por Eliane Auer em 26/08/2010
Código do texto: T2460383
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.