O espelho da vida
A vida se resume em grandes espaços vazios preenchidos de saudades, de lembranças do que já foi e de um pequeno espaço de alegrias e felicidades.
Assim pensava Sofia a se olhar no espelho trincado daquela sala antiga onde desde sempre estivera e ela não tinha coragem de tirá-lo da parede, afinal era ali naquele espelho que ela olhava a imagem feliz de um sonho de amor que se perdeu no tempo.
Onde está a menina esperta e alegre que adorava correr e brincar descalça pelos caminhos de pedras sem se preocupar se os pés doíam? E as manhãs de geadas em que ela saia logo cedo para olhar o manto fino de gelo sobre a grama.
Sua mãe sempre a ralhar com ela pelas traquinagens que fazia.
E como ela era feliz com tão pouco.
-E agora quem é essa velha nesse espelho trincado, com o rosto cansado, a me olhar tão séria como se me conhecesse?
-Se nem eu me reconheço pensava ela...
Como eram longas as noites naquele quarto em dias de inverno pensava ela voltando ao passado.
Mas os dias eram claros e quentes, tinha pai e mãe para cuidar dela e um bando de irmãos para brincar.
-Porque essas lembranças me chegam assim tão fora de hora se perguntava?
-Ah, quanto tempo se passou desde aquela época de despreocupação e felicidade. -Onde foram todos ?
Que saudade da casa aconchegante na beira da estrada, onde passava tudo, desde carro de boi até carros importados dos ricos fazendeiros da região. Vez ou outra passava também o enterro de algum infeliz que se despedia do mundo.
-Ah tempo! Porque não parou antes que tudo acabasse, que minha vida se apagasse como uma lanterna, que a saudade se instalasse em meu coração?
Agora nos intervalos cada vez mais longo Sofia sorri para si mesma na frente do espelho e diz: - quando verei meu amor entrar pela porta com as rosas vermelhas, minhas preferidas?
-Será que terei que esperar muito tempo ainda?
Ela tira da parede o espelho e joga o no lixo onde há tempos devia estar.
Sofia deixa aquela sala úmida e fria, e cantando veste um capa e sai a caminhar pela praia sentindo a chuva leve molhando seu rosto, vai à procura da vida, da felicidade mesmo que breve.
Em algum lugar seu amor ainda a espera.
A vida se resume em grandes espaços vazios preenchidos de saudades, de lembranças do que já foi e de um pequeno espaço de alegrias e felicidades.
Assim pensava Sofia a se olhar no espelho trincado daquela sala antiga onde desde sempre estivera e ela não tinha coragem de tirá-lo da parede, afinal era ali naquele espelho que ela olhava a imagem feliz de um sonho de amor que se perdeu no tempo.
Onde está a menina esperta e alegre que adorava correr e brincar descalça pelos caminhos de pedras sem se preocupar se os pés doíam? E as manhãs de geadas em que ela saia logo cedo para olhar o manto fino de gelo sobre a grama.
Sua mãe sempre a ralhar com ela pelas traquinagens que fazia.
E como ela era feliz com tão pouco.
-E agora quem é essa velha nesse espelho trincado, com o rosto cansado, a me olhar tão séria como se me conhecesse?
-Se nem eu me reconheço pensava ela...
Como eram longas as noites naquele quarto em dias de inverno pensava ela voltando ao passado.
Mas os dias eram claros e quentes, tinha pai e mãe para cuidar dela e um bando de irmãos para brincar.
-Porque essas lembranças me chegam assim tão fora de hora se perguntava?
-Ah, quanto tempo se passou desde aquela época de despreocupação e felicidade. -Onde foram todos ?
Que saudade da casa aconchegante na beira da estrada, onde passava tudo, desde carro de boi até carros importados dos ricos fazendeiros da região. Vez ou outra passava também o enterro de algum infeliz que se despedia do mundo.
-Ah tempo! Porque não parou antes que tudo acabasse, que minha vida se apagasse como uma lanterna, que a saudade se instalasse em meu coração?
Agora nos intervalos cada vez mais longo Sofia sorri para si mesma na frente do espelho e diz: - quando verei meu amor entrar pela porta com as rosas vermelhas, minhas preferidas?
-Será que terei que esperar muito tempo ainda?
Ela tira da parede o espelho e joga o no lixo onde há tempos devia estar.
Sofia deixa aquela sala úmida e fria, e cantando veste um capa e sai a caminhar pela praia sentindo a chuva leve molhando seu rosto, vai à procura da vida, da felicidade mesmo que breve.
Em algum lugar seu amor ainda a espera.