Gillian não deu ouvidos ao sussurro do vento e nem o que ele trouxe consigo. Ele simplesmente entrou no trem. Sentou no primeiro banco que encontrou. Para sua alegria era próximo da entrada e do lado da janela. Assim viajaria olhando a paisagem. E foi assim durante toda a viagem. O barulho do trem e o vento levavam seus cabelos grisalhos, então ela num ímpeto volta no tempo.
Ali estava ela fazendo a viagem pela primeira vez. Tinha acabado de sair da faculdade e logo de cara motivada pelas amigas fizera um concurso. Nem estudara e nem o fizera com grandes esperanças. O fizera por fazer. E agora ela estava indo trabalhar na cidadezinha que escolhera. Não ficava longe da capital onde morava, por isso estava indo tranquila. Poderia voltar quase todo final de semana para ver os familiares e amigos.
Divagando olhando a paisagem, ela não percebe quando alguém se aproxima e senta ao seu lado. Logo ela percebe uma fragrância irresistível de um perfume e se volta. Então contempla um rapaz bonito, com seus 30 anos, no máximo, branco, olhos amarelos, tipo cor mel e uma pele rosada. Eles se entreolham e ambos sentem algo estranho um no olhar do outro.
- Oi Maria, lembra-se de mim?
- Meu nome não é Maria, que cantada mais antiga e sem graça, ela frisa arrumando o cabelo.
- Você não é a Maria, mas é a cara dela, sabia, parecem gêmeas. Ele reafirma com veemência.
Ela resolve ignorá-lo, pois o achara intransigente e antipático. Ele insiste. Ela o ignora virando o rosto. Ele continua. Ela se levanta e muda de local.
E assim acontece o primeiro encontro entre Zeus e Gillian que se cruzam muito na cidadezinha. Eles se encontram inclusive na escola, visto que os dois são professores. Ela de biologia e ele de química. Nesse ir e vir do dia a dia. Eles acabam se apaixonando. A impressão do primeiro encontro se desfaz e em poucos meses estão morando juntos.
A felicidade reina durante cinco anos. Até que um acidente inesperado tira a vida de Zeus. Gillian fica péssima, fica doente, se transforma em outra, tenta o suicídio. Contudo é salva e no hospital tem um sonho. Desperta com o vento na janela e ela sente aquela fragrância que sentira no trem no dia que conheceu Zeus. Que pouco depois descobrira se tratar de um perfume criado por ele, já que era químico, uma mistura de ervas que ele conhecia bem, já que era especialista em botânica. Ela inclusive atendendo um pedido dele, batizara o perfume de “Lembranças ao Vento”. Desde esse dia no hospital todas as vezes que pensava em desistir da vida, ela estranhamente sentia a fragrância. De uma forma inexplicável, mágica e até sobrenatural Zeus a mantinha viva depois de morto. Parecia até que ela tinha uma missão ou expiação a cumprir. Dois anos mais tarde ela entende que sim, ela tinha uma missão. Numa visita a um de seus alunos faltosos Gillian salva o menino de um incêndio, onde os pais do mesmo acabam morrendo. Assim ela adota essa criança. Sempre sentindo a fragrância que era trazida nas lembranças ao vento.
Não conseguira amar mais ninguém. Manteve-se fiel até o dia que sua alma abandonou a matéria humana. E foi nessa viagem de volta à cidadezinha que fora muito feliz. Ela com muito custo conseguira transferir-se para a capital. Lá viveu com seu filho, até ele crescido formar sua própria família. Aposentada, ela resolve morar na cidadezinha, onde fora tão feliz junto da única pessoa que amara na vida. O filho é contra, luta como pode para mantê-la perto de si, convidando-a inclusive para morar com ele. Ela irredutível segue com sua ideia. Na viagem de volta Gillian relembra de tudo. Perdida nas lembranças e fragrância trazidas pelo vento ela adormece pra sempre ali mesmo no trem onde conhecera o grande amor de sua vida.
Ali estava ela fazendo a viagem pela primeira vez. Tinha acabado de sair da faculdade e logo de cara motivada pelas amigas fizera um concurso. Nem estudara e nem o fizera com grandes esperanças. O fizera por fazer. E agora ela estava indo trabalhar na cidadezinha que escolhera. Não ficava longe da capital onde morava, por isso estava indo tranquila. Poderia voltar quase todo final de semana para ver os familiares e amigos.
Divagando olhando a paisagem, ela não percebe quando alguém se aproxima e senta ao seu lado. Logo ela percebe uma fragrância irresistível de um perfume e se volta. Então contempla um rapaz bonito, com seus 30 anos, no máximo, branco, olhos amarelos, tipo cor mel e uma pele rosada. Eles se entreolham e ambos sentem algo estranho um no olhar do outro.
- Oi Maria, lembra-se de mim?
- Meu nome não é Maria, que cantada mais antiga e sem graça, ela frisa arrumando o cabelo.
- Você não é a Maria, mas é a cara dela, sabia, parecem gêmeas. Ele reafirma com veemência.
Ela resolve ignorá-lo, pois o achara intransigente e antipático. Ele insiste. Ela o ignora virando o rosto. Ele continua. Ela se levanta e muda de local.
E assim acontece o primeiro encontro entre Zeus e Gillian que se cruzam muito na cidadezinha. Eles se encontram inclusive na escola, visto que os dois são professores. Ela de biologia e ele de química. Nesse ir e vir do dia a dia. Eles acabam se apaixonando. A impressão do primeiro encontro se desfaz e em poucos meses estão morando juntos.
A felicidade reina durante cinco anos. Até que um acidente inesperado tira a vida de Zeus. Gillian fica péssima, fica doente, se transforma em outra, tenta o suicídio. Contudo é salva e no hospital tem um sonho. Desperta com o vento na janela e ela sente aquela fragrância que sentira no trem no dia que conheceu Zeus. Que pouco depois descobrira se tratar de um perfume criado por ele, já que era químico, uma mistura de ervas que ele conhecia bem, já que era especialista em botânica. Ela inclusive atendendo um pedido dele, batizara o perfume de “Lembranças ao Vento”. Desde esse dia no hospital todas as vezes que pensava em desistir da vida, ela estranhamente sentia a fragrância. De uma forma inexplicável, mágica e até sobrenatural Zeus a mantinha viva depois de morto. Parecia até que ela tinha uma missão ou expiação a cumprir. Dois anos mais tarde ela entende que sim, ela tinha uma missão. Numa visita a um de seus alunos faltosos Gillian salva o menino de um incêndio, onde os pais do mesmo acabam morrendo. Assim ela adota essa criança. Sempre sentindo a fragrância que era trazida nas lembranças ao vento.
Não conseguira amar mais ninguém. Manteve-se fiel até o dia que sua alma abandonou a matéria humana. E foi nessa viagem de volta à cidadezinha que fora muito feliz. Ela com muito custo conseguira transferir-se para a capital. Lá viveu com seu filho, até ele crescido formar sua própria família. Aposentada, ela resolve morar na cidadezinha, onde fora tão feliz junto da única pessoa que amara na vida. O filho é contra, luta como pode para mantê-la perto de si, convidando-a inclusive para morar com ele. Ela irredutível segue com sua ideia. Na viagem de volta Gillian relembra de tudo. Perdida nas lembranças e fragrância trazidas pelo vento ela adormece pra sempre ali mesmo no trem onde conhecera o grande amor de sua vida.
ZARONDY, Zaymond. VIZZÕES. São Paulo: Grupo Beco dos Poetas & Escritorees Ltda., 2017.
ISBN 978-85-5610-013-9
ENTRELINHAS LITERÁRIA (CONTO). São Paulo: Scortecci Editora, 2011.
5ª ANTOLOGIA BECO DOS POETAS – POESIAS E CRÔNICAS. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2010.