Crônicas de Alônia
Prólogo
A busca por um sentido na vida, de onde viemos, para onde vamos, a pergunta universal, Por quê?
No mundo de Alônia existe uma lenda que conta sobre uma terra que muitos acreditam ser o local da origem de todas as coisas, a primeira morada onde os deuses uma vez viveram junto de suas criações. Papiros antigos que os pesquisadores de Delfos acreditam ter mais de 500 anos trazem em seu principal trecho a seguinte mensagem:
“Um local destinado aos escolhidos, um reino dourado repleto de harmonia, serenidade e paz, a terra sagrada que abriga tesouros incalculáveis e poder imensurável, somente os escolhidos detentores de conhecimento, coragem e força serão capazes de alcançar este local e nele seus desejos se tornarão realidade”.
A sua tradução não é muito precisa por se tratar de uma linguagem antiga de uma civilização a muito extinta da região norte, mas o nome do local veio a ser traduzido como Véden.
Inspirados nessa historia, muitos foram os que se aventuraram por este mundo a fora em busca da terra prometida como alguns religiosos costumam chamar, no entanto ninguém conseguiu uma pista concreta sobre a localização ou mesmo prova que este local exista.
Esta historia é conhecida por muitos e você também agora esta incluído, tenha em mente que o conto que será narrado a seguir pode à primeira vista parecer poético ou heróico em demasia, mas garanto que é a mais pura verdade ou algo próximo disso.
O ano é 1380 AD
No vilarejo de Roken localizada a sul da cidade-capital Lóren, começa a nossa historia, Alaric um jovem de 15 anos, de estatura mediana, cabelos e olhos castanhos, filho de fazendeiros, leva uma vida bastante simples, sempre ajudando seu pai nas tarefas da fazenda, e sempre encontrando algum tempo para aprender a arte da espada com um velho espadachim de nome Fang que mora nas proximidades da vila.
O jovem Alaric segue seu ritual diário, após fazer sua refeição matinal e terminar suas tarefas do dia na fazenda (que incluem ordenhar a vaca, alimentar os porcos e as galinhas), ele sai de sua casa em disparada rumo à encosta mais alta da vila. Neste local em baixo de uma arvore se encontra o memorial do grande herói Fargos, uma grande escultura de pedra com uma espada feita em bronze cravada no centro.
Ele chega ofegante ao local que é iluminado pelo sol matinal, se aproxima do memorial, para por alguns segundos e lêem como de costume os dizeres:
“Em memória do Grande Herói Fargos, nascido neste vilarejo e que morreu protegendo este mundo do temível Dragão de Dezaroth”
- Um dia serei como Fargos um grande herói e protegerei o mundo com a minha espada!
Assim que termina de pronunciar sua frase Alaric escuta passos atrás dele e ao se virar pode ver um rosto conhecido. Um Jovem de longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, de olhos azuis, um pouco mais alto do que Alaric, mas da mesma idade, trajando roupas de boa qualidade, uma blusa de seda azul e uma calça branca. Seu nome é Vicent Brandeles, herdeiro dos Brandeles uma nobre família com ligação com o rei de Alônia, mesmo tendo recebido uma educação nobre, não se liga a títulos e formalidades e tem admiração pela humildade e Inspiração de Alaric a quem considera seu mais precioso amigo.
- Alaric, para variar você esta neste memorial, acredito que até mesmo O Grande Fargos já não deve agüentar mais a sua cara! - Fala Vicent em um tom brincalhão enquanto sorri.
- Hora não diga bobagens Vicent, venho aqui em busca da inspiração para uma aventura que me transformará em um grande herói! - Responde Alaric sorrindo e com um brilho nos olhos, ao reparar nesse olhar, Vicent pensa que isso seria sinal de encrenca, afinal sempre que Alaric começava com essas historia de aventuras e fazia aquele olhar, eles se metiam em confusão como quando resolveram invadir a casa do velho espadachim porque Alaric achava que o velho guardava uma espada mágica, no final acabaram levando uns bons cascudos do velho que de certa forma simpatizou com eles e decidiu que se queriam ser heróis deveriam aprender a lutar primeiro e foi assim que ganharam um mestre, mas esse foi um final feliz perto das varias situações ruins que enfrentavam, em meio a esse turbilhão de lembranças, os pensamentos de Vincent são interrompidos por Alaric.
- No que estas a pensar com esta cara de bobo? Deixe-me te contar o que escutei ontem de uma conversa entre meu pai e o capitão da Guarda. Noticias chegaram do que parece ser a presença de goblins nas proximidades e estão atacando os viajantes! Esta é a chance que esperávamos! Vamos colocar em pratica os ensinamentos do mestre Fang dando uma lição nesses monstros malditos!
Vincent sabia que não era uma boa idéia, porém se ele se negasse a ir, Alaric iria sozinho e ele acabaria se culpando se algo acontecesse. Dando um suspiro e fazendo uma expressão de desanimo ele responde:
- Tudo bem, mas vamos ter cuidado, essas criaturas são traiçoeiras, devemos nos preparar primeiro.
Alaric sorri e acena com a cabeça concordando.
Então os dois descem a encosta e vão para as suas casas para reunirem seus equipamentos e combinam de se encontrarem ao meio dia na entrada da vila.
Chegando a sua casa Alaric rapidamente pega sua mochila, joga dentro dela seu cantil, 15 metros de corda, e um par de velas, aproveita e pega um pedaço grande de pão, afinal não sabe por quanto tempo irá procurar os goblins e não poderia fazer isso de estomago vazio! Sua mãe que observava toda aquela preparação, como se não passasse de mais uma das travessuras do filho apenas soltou um suspiro e disse:
- Não se atrase para o jantar e não se meta em encrencas.
- Claro, certo, deixa comigo, já estou indo, quando retornar serei um herói e terás grande orgulho de mim minha mãe - Alaric sem dar muita atenção apenas responde.
Dizendo isto ele apanha a espada curta de seu pai sem que sua mãe veja e parte correndo rumo ao portão da cidade onde Vicent já o aguardava, ele estava apenas com o seu bastão de treinamento e Alaric também notou a falta de mochila.
- Você não disse para nos preparamos? O que significa isso? Estas a pensar em lutar com nossos inimigos com sua arma de treino? E onde esta sua mochila? Todo bom aventureiro tem uma! - Esbraveja Alaric com Vincent que está com uma cara séria e apenas responde:
- Vamos caçar esses goblins ou não? Não se preocupe comigo, você já deve ter tudo que precisamos aí do jeito que você é exagerado, e nós não vamos demorar muito - Afirma Vicent imaginando que os goblins por serem criaturas de hábitos noturnos dificilmente seriam encontrados durante o dia e quando a fome chegasse, seu amigo iria preferir o jantar à caçada.
Os dois então saem do vilarejo e partem pela estrada rumo às proximidades da floresta onde supostamente os viajantes teriam sido atacados, sem saber que o destino lhes reservaria grandes surpresas naquele dia...
1 – Aventura Interrompida
Alaric e Vincent se encaminham para a entrada da floresta, Vincent está pensativo, mesmo que não encontrassem os goblins haveria outros perigos na floresta.
- Vamos nos apressar Vincent rápido! Disse Alaric animado como sempre.
Ele era um jovem impulsivo, mestre Fang sempre dissera a Vincent para tentar contê-lo pois, Alaric era muito imprudente sempre atacava sem ter alguma estratégia e sem se preocupar com as possíveis armadilhas dos inimigos.
Diferente de seu amigo Vincent tinha um temperamento menos explosivo, sempre pensava antes de agir, apesar de serem amigos guardara um segredo de seu querido amigo.
Por ser de uma família mais nobre, ele também teria aulas de batalha com os guardas de seu pai, por isso, tinha mais experiência que Alaric, se ele soubesse disso talvez fosse o fim de sua amizade.
Alaric não se dava ao luxo de perder para Vincent, quantas vezes levava a melhor sobre ele nos treinos e ele apenas dizia que foi um golpe de sorte.
Vincent se sentia mal em não contar a ele, pois assim Fang o instruíra assim.
Os pensamentos de Vincent foram interrompidos pela voz de seu amigo.
- Vincent venha ver isso! Disse Alaric com a voz empolgada e preocupada ao mesmo tempo.
- O que foi Alaric? Fale Baixo, senão seremos vistos!
Alaric estava tenso, Vincent nunca o tinha visto assim, quando se aproximara dele, percebeu que estava tremendo, e quando olhou para baixo do penhasco ele entendera o por que.
Eram goblins! Centenas deles e estavam marchando à luz do dia, mas Vincent sempre ouvira que eram criaturas de hábitos noturnos, o que estaria acontecendo?
- Vamos voltar pra cidade Alaric! Temos que avisar os moradores!
Vincent também ficara tenso ao ver tantos monstros juntos e a luz do dia.
Eles não pensaram duas vezes, deram meia volta e correram para a cidade, mas foram surpreendidos por dois goblins que investiram sobre eles.
Num impulso Alaric Avançou sobre os dois.
- Não faça isso! Gritou Vincent.
Alaric sacou sua espada e conseguiu acertar o braço do monstro que gritara de dor.
- Tome isso seu monstro!
O outro foi em direção de Vincent que estava com seu bastão, ele se defendeu da espada do goblin, mas seu bastão foi partido ao meio.
Enquanto lutavam puderam ouvir os goblins atacando a cidade.
A única coisa que pudera ser ouvida através do vento eram os gritos de pavor dos aldeões...