A Princesa Mestiça - Capitulo 5

Capitulo V

- Droga.

Victor não podia deixar de temer, mas talvez ela estivesse se lembrando.

Achava impossível, mas ainda sim Dianna desafiava tudo o que ele conhecia em seus quase dois séculos.

A porta se abriu e Digori o guarda pessoal do rei surgiu:

- Senhor o rei deseja lhe falar.

Victor assentiu e desapareceu em uma nuvem de fumaça para tornar a encontrar o rei furioso.

- O que você pensava? Você poderia ter colocado a vida dela em risco. – Disse Elliot apertando o seu pescoço quase que mortalmente.

- Monroe não fará nada contra Dianna.

Os olhos do rei faiscaram:

- Como pode saber. Deveria arrancar a sua cabeça por colocá-la em perigo Victor. – disse soltando-o com um gesto brusco.

Victor caiu de joelhos:

- Milord. Eles estão unidos pela marca.

- O quê?

A surpresa e o choque eram evidentes nos olhos do rei.

A marca já havia desaparecido por séculos, desde aquele tempo os Dreiger iam diminuindo há um ritmo preocupante para a sobrevivência da espécie, uns dos motivos que mais preocupava o rei.

Os Dreiger estavam se extinguindo.

E até encontrar a sua única neta que estava entre os humanos não havia nada que o rei pudesse fazer para evitar aquilo.

- Ele a encontrou primeiro que nós. Nós a tiramos dos braços dele praticamente, e marca já os uniu.

- Impossível.

- Ela é uma mestiça.

- Cale-se.

O rei sentou-se em sua cadeira pensativo.

- Leah não poderia ter feito isso. Minha neta uma mestiça de vampiro.

Não se podia falar sobre Leah, era tabu para o rei.

Leah desobedeceu o rei, desafiando-o ao não querer se casar com ele. Estava apaixonada por Stefan, o filho de um conselheiro. O rei mandara matar o homem, ninguém sabia daquilo, por que foi Victor que o matara, mas Leah descobriu e fugiu dias antes da cerimônia do casamento deles.

Leah então retornou anos depois dizendo ter uma filha.

O rei não a perdoou pela traição e Leah foi julgada pelo conselho e executada com o raio da morte.

A pior execução que existia para um vampiro puro sangue e um transformado. Dada somente a quem desobedecesse e tramasse contra o rei. Leah serviu de exemplo e não houve mais rebelião por três décadas. Mas os mestiços se fortaleceram e ressurgiu um líder, o qual estava destinado a sua neta, que por sinal era uma mestiça com sangue Dreiger.

- Sua neta é muito poderosa, sua força ainda dorme e mesmo assim ela é tão forte quanto a mim. Monroe é filho de um vampiro transformado com uma humana como nós já sabemos, ele não foi transformado como todo o povo que lidera, ele nasceu vampiro como nós, mas Diana ela é filha de um puro sangue com outro ser de outra raça, não é apenas uma vampira adormecida e também não é uma simples humana, até mesmo chego a duvidar que haja sangue humano em Diana.

- Monroe filho de um humano já nos causou bastante problemas o que minha neta poderia se tornar se a nossa espécie se unisse a outra quase tão poderosa?

Um poder sem medidas havia sido dado a Dianna e Victor desconfiava que era por isso que era permanentemente proibido a união de outras espécie, diziam que tal ato era mortal.

Vampiros , humanos, demônios, gárgulas, lobisomens, licantropos e os elementares eram espécies distintas, seres que viviam em eterno confronto e que nunca antes haviam se unido.

- Acho melhor não acordarmos o poder dela, Dianna é uma faca de dois gumes.

-Poderemos usá-la contra o mestiço. – Disse Elliot pensativo.

- Ela não poderia a marca a impediria.

- Isso é história. A marca nunca existiu é apenas um mito.

- Eu vi. Os olhos dela ficaram como os dele. Os olhos se reconhecem na presença um do outro. Só bastou ele entrar no castelo para os olhos dela mudarem. É a marca, não tenho dúvidas quanto a isso.

- Mesmo marcada, dela depende a nossa sobrevivência. Victor é sua obrigação desposá-la e dar ao povo Dreiger um herdeiro.

- Podemos achar cura para esse mau senhor que persegue as fêmeas da nossa espécie. Ela ainda é uma mestiça, nosso sangue terá traço de outra espécie. Estará corrompido de qualquer forma.

- Os anciões já tentaram, estamos a frente de todos os estudos e pesquisas, as mulheres entre nós são pouquíssimas e não conseguem procriar. As mulheres transformadas não podem ter filhos e mesmo que Dianna seja uma mestiça ainda sim carrega o meu sangue, ela é valiosa para nós, talvez seja isso que a faça tão poderosa. O herdeiro terá mais sangue Dreiger do que ela própria tem.

- Corremos o risco de que ela se lembre Milord.

- Impossível, eu removi todas as lembranças de sua mente. A flecha dourada eliminou tudo o que ela foi antes disso, quer que fosse humana ou não. A flecha só reforçou os meus poderes sobre ela.

Mas Victor ainda não estava tão seguro quanto a isso.

- Ela já perguntou pelo nome que usava antes. Anna significa algo para ela, daqui a pouco será sobre a sua mãe.

Elliot o encarou com um brilho nos olhos, a angustia e culpa de quem matara a própria filha.

- Conte apenas o que combinamos.

O rei se levantou.

- Sim Milord.

- Precisamos dela. Dependemos de seus herdeiros.

- E se ela descobrir e se der errado, e se a marca for tão forte quanto o dizem a nossa cultura?

- Ela é uma arma perigosa Victor, poderosa demais para cair em mãos inimigas. Prefiro vê-la morta.

Victor não duvidava daquilo.

- Sim Milord.

- Não a deixe sozinha, a mantenha longe do perigo e a guarda sempre perto dela. Adiantaremos a cerimônia para a próxima lua cheia. Tire as suspeitas da cabeça dela, Victor.

Victor assentiu e fazendo uma reverência ao rei se transformou em fumaça.

Penélope Silva
Enviado por Penélope Silva em 02/08/2010
Reeditado em 21/09/2010
Código do texto: T2413689