A Princesa Mestiça - Capitulo 2
Cap 2
- A armadilha foi montada. - Avisou Noal. - Eles vão cair facilmente desta vez.
- Não os subestime Noal, ele já se safaram de coisas inimagináveis. - disse o rei olhando o crepúsculo pela janela.
- Milord, acha seguro seguir pelas catacumbas do castelo? Elliot pode não esta lá.
- A princesa esta noite ela será apresentada ao conselho e coroada diante da sua espécie, é o dia perfeito.
Quem diria que Elliot teria uma herdeira legitima, ele mesmo custava a acreditar que aquele monstro fora capaz de encontrar uma parceira e procriar, a princesa que todos falavam ter se revelado forte e valente deveria também ser tão malévola quanto seu avô era. Não, ele não teria piedade dela, apesar de ser mulher fazia parte da carne podre e amaldiçoada dos Dreiger, não merecia viver; ele também a destruiria quando chegasse a hora.
- Partiremos assim que romper a noite. – Decidiu Darién. A trégua já perdurava por todo o outono, já se iniciava a época mais fria do ano, excelente para um ataque, uma vez que a neve contaria a seu favor. – Noal?
- Sim.
- Quero que fique.
Noal pareceu surpresa com o pedido do rei, mas a sua decisão transparecia em seus olhos dourados.
- Peço que me perdoe Milord. Mas não obedecerei desta vez, preciso acabar com Victor com as minhas próprias mãos.
- Pense na criança que você carrega Noal.
Ela empalideceu. Sim ele sabia que ela carregava um filho de Halph, e temia que sua sede de vingança impedisse que a vida em seu ventre vingasse.
- Tenho que fazer isso.
- Pense bem, a vingança valera a vida do fruto do amor de vocês?
- Sei me cuidar, não me subestime senhor, as mulheres da nossa raça são mais fortes do que parecem.
- A decisão só cabe a você Noal, mas rogo pela vida dessa criança. Não saia da minha vista.
- Cobrirei a vossa alteza. – ela assentiu.
Ele sabia que ela ficaria por perto, e atenderia o seu pedido se lhe convier.
- Podemos ter armado o nosso próprio suicídio Noal, nossos guerreiros poderão ser um número pequeno comparado ao povo reunido para presenciar a coroação, se algo der errado eu quero que fuja, não prejudique a vida de seu filho por vingança ou lealdade a mim.
- Mas...
- Eu estou ordenando. – Interrompeu Darién. - Se não serei obrigado a prendê-la no calabouço. – ameaçou.
Ela sorriu desafiando-o:
- Sabe que um calabouço nunca poderia me deter.
Darién sorriu, ele sabia disso:
- Mas isso não quer dizer que eu não tentarei.
Ela assentiu e se retirou.
Prometeu pra si mesmo naquele momento que veria o próximo crepúsculo e cuidaria de todo o seu povo assim como cuidaria de Noal e do seu filho, foi uma promessa que fizera no túmulo do amigo, cuidaria de sua pequena família, e traria dias melhores para que o filho de Halph pudesse crescer em paz.
Faria isso também por Anna, era cético quanto à existência de um poder maior ou divino, mas rezava para que ela estivesse bem onde quer fosse o lugar para onde a morte levava os humanos.
Nunca a esqueceria, a memória dela seria eternizada depois daquela batalha, o seu nome e a sua vida seria honrado com todo o sangue Dreiger.
Victor abriu a imensa porta do salão nunca visto por Diana, ou ao menos ela assim pensava.
A sala era ampla como qualquer aposento do castelo, o vermelho era a cor predominante, a áurea de força, poder e sensualidade era visível naquela sala, o conselho era composto pelos doze vampiros puro sangue mais poderosos da raça, todos ostentando os seus séculos de vida e forças inigualáveis.
Alguns a fitavam curiosos, outros impassíveis e outros um tanto desconfiados.
A sua perda de memória era inconveniente, por mais que tentasse não se lembrava de nada, não reconhecia nenhum rosto ali. Nem nada na mansão onde estivera nos últimos meses a fizera se lembrar de seu passado, nem mesmo o castelo ou seus pertences tinha surtido qualquer beneficio para a sua memória.
Os doze membros do conselho estavam apostos em suas cadeiras sob títulos de extrema importância e valor para todo o povo Dreiger.
A imensa mesa do conselho ficava diante de outra porta alta de bronze como a que tinha acabado de passar, a sala era uma imensa câmara que dava acesso a outras partes diferentes do castelo, aquela porta dava para o imenso salão de festa onde os mais importantes puros sangues já se reunião para presenciar a sua coroação.
Ela sentou-se ao lado esquerdo do avô em quanto Victor tomou o lugar direito, todos estavam sérios e a olhavam com grande desconfiança. Seu povo era hostil. Até mesmo com a própria princesa. Diana não gostava disso.
Até ali tudo havia sido perfeito! Eles haviam passado pela teia de segurança no exterior do castelo, é claro que ao longo sangue foi derramado e estava orgulhoso que nenhum sangue havia sido de sues guerreiros.
A adrenalina corria por suas veias enquanto seus guerreiros silenciosamente tomavam o castelo, toda a raça podre que carregava seus títulos de poder leviano estava na sala do conselho, o resto do povo aguardava a apresentação e coroação da princesa no lado de fora da câmera, eles podiam correr livremente pela extensão oeste do castelo sem serem percebidos.
"Milord"?
Noal o chamava usando o seu poder de comunicação pela telepatia, às vezes aquele seu dom era conveniente, mas não gostava de ter seus pensamentos invadidos daquela forma.
“Sim’?
“Mandarei Jacob soltar os prisioneiros”.
“Peça para que não faça alarde”.
Ela assentiu e se retirou
- Ora, ora, mas quem encontramos aqui?
Kurt.
- O que faz aqui Kurt? – indagou o rei Monroe furioso, contendo a ânsia de apertar o pescoço da criatura a sua frente.
Kurt era uma criatura peculiar e de difícil relacionamento, não era um vampiro e sim um demônio que tinha sido abolido pela sua própria espécie por ser tão intratável, se ele estivesse por perto era eminente o desastre.
- O que todos os de mais fazem, vim ver a coroação da princesa dos vampiros, mas o que faz o rei dos mestiços aqui? A resistência e os puros sangues não são grandes amigos.
- Saia do meu caminho demônio, não torne essa noite um desastre pra você também.
- Veio destruir Elliot? – adivinhou o demônio.
Como toda a sua espécie.
- Alguns deles não merecem esse destino mestiço. Há vampiros aqui inocentes.
- Sim, como você também é inocente. – rebateu o rei pegando-o pela lapela do casaco do pequeno demônio.
Kurt gargalhou:
- Nunca foi uma situação da qual eu quisesse me encontrar.
- Demônio. – repreendeu Darién sem paciência com a criatura misteriosa e irritante que se encontrava a um passo da morte.
- Gosto de Diana. – tornou Kurt sério.
O rei mestiço o olhou descrente, aquela criatura tão mesquinha não era capaz de nutrir qualquer sentimento por ninguém, como poderia vir enfrentá-lo para proteger a princesa malévola Dreiger.
- Aposto que ela vai arrancar seu coro. – Disse ele distraído, como se recordasse de algo.
Darién não pode deixar de rir.
Como se pudesse. - Pensou.
- Mas não vou deixar que ela tente.
- Demônio. – avisou Darién.
E ele desapareceu com um estampido rápido semelhante o estourar de uma garrafa de shampagne deixando para trás apenas uma fumaça com cheiro de enxofre.
Aonde aquele demônio havia ido e o que ele iria fazer agora? Gostava da tal princesa, isso queria dizer que atrapalharia seus planos?
Droga.
O sino soou longe, no alto da torre na ala leste, denunciando a sua presença. Noal estava lá, ele sentia a sua energia e agora ela corria para encontrá-lo. Jacob estava a centenas de metros mais abaixo, no calabouço soltando os mestiços aprisionados.
O sinal que servia para alertar a presença de intrusos continuava soando por todo o castelo, era questão de minutos para que seus guerreiros fossem descobertos.
"Milord'?
"Sim Noal".
"Fomos descobertos".
"Isso eu já percebi". Esbravejou.
- Quem poderia ter nos entregado. – Perguntou ela aterrissando pela janela.
- Kurt.
- Aquele demônio desgraçado.
-Vamos atacar de forma direta o maior número que pudermos. De o meu comando aos outros.
Noal fechou os olhos.
- Pronto. Agora vamos. - Ela sorriu de um jeito sardônico. - Vou arrancar as tripas de Victor.
Tome cuidado. – ele pediu, e ela revirou os olhos pala centésima vez ao seu rei.