O INICIO PRÉ VERTIGEM - 01
Nos primórdios de nossa criação entre deuses e semideuses caminhava toda a humanidade. Em um dia qualquer passando por entremeio algumas arvores Alexein se viu salvando a vida de uma ursa e seus filhotes, Artêmis estava ali presenciando e foi como uma flechada em seu coração a pureza que encontrava naquele moço ainda tão jovem, apenas um humano, com aura e atitudes de grandes deuses.
A cada novo dia a admiração ampliava. Os gestos. A maneira dócil de acalentar aquele ursinho lhe dava o desejo de que aquelas mãos viessem a lhe tocar.
- Impossível. Como me relacionar com um humano? Porque ele não era um deus? Seria bem mais fácil.
Alexein dentro de si levava sua vã filosofia de que o mundo não precisaria de deuses, precisa apenas de homens conscientes em manter a vida viva. Não gostava de prestar tributos e veneração. Era um camponês comum dentro de suas peculiaridades. Há alguns dias passou a sentir algo estranho em sua propriedade. Chitára nome que dera para mamãe ursa após salva-la estava com um olhar estranho, como se ali estivesse um ser pensante em busca de uma comunicação racional. Impossível.
- Não sei outra maneira de manter contato, de me aproximar de Alexein, este preconceito com os deuses, em seu lugar talvez eu também pensasse da mesma maneira a principio. Nada posso fazer. Apenas compreendo. Não fui justa. Não sei se posso continuar. Utilizar o corpo de uma Ursa para receber carinhos de minha nova paixão não foi minha melhor escolha. O desejo falou mais alto. Foi transcendental.
Assim foi os primeiros contatos do que seria anos mais tarde uma relação de amor e sangue.
“Entre deuses e homens sobrevivem os mais fortes”. Com essas poucas palavras Apollo irmão gêmeo de Artêmis pode demonstrar total desprezo e desconfiança em sua irmã. Que mesmo sendo uma deusa era inferior a ele. Era mulher.
O que falará mais alto o amor real ou a ordem de seu amargo irmão.
O amor sempre vence, desde a criação. Não seria agora diferente.
Continua.