Contos do Eremita: Um lagozinho no meio do nada

Era uma vez...um lugarzinho no meio do nada. Mas no nada não tem nada, então não pode ter um lugarzinho.

- É um lagozinho caramba!

Ah...mas, também não pode haver um lagozinho no meio do nada, no nada não tem nada, e nada não tem. Então talvez fosse imaginação de um garotinho beeeeeeeeeem pequenininho.

O que tinha no lagozinho no meio do nada? Nada... mas havia uma floresta em volta dele...sabe se lá por que.

E no lagozinho no meio do nada que possuia uma floresta em volta dele haviam umas pedras. E um casal gostava de ir alí e brincar. Era um casal , dois adultos...mas gostavam de brincar...sabe-se lá por que. Eles não pareciam comuns com aquelas brincadeiras...por que o casal brincava de meditar e se transformar em animais...

O garoto ficava maravilhado com aquilo... o homem se transformava em uma raposa branca, a mulher em um cachorro branco...brincavam por ali...brincavam com a água.... controlavam a água as vezes, e aquilo tudo só deixava o garoto maravilhado. Sempre que podia ele ficava "escondido" observando os. Escondido entre aspas, não dá pra ficar fora do alcance de detecção de um cachorro e/ou raposa tão facilmente. Mas o casal fingia estar sozinho, e brincava normalmente...alegrando a si e ao garoto.

Um dia eles tiveram de ir embora...a raposa e o cachorro... mas ambos eram sábios, e sabiam que aquele garoto ficaria triste... Então fizeram um plano para sua última ida ao lago. Chegaram lá espreguiçando-se, e falando alto.

- Realmente temos que ir embora, grande lago! E é com um pesar tremendo que lhe informamos isso!

- Viemos pela última vez, para adeus a esse magnífico lugar! Não voltaremos, mesmo que tenhamos condições, seria quebrar nossa palavra!

- Mas não fiquem tristes, lago, floresta, pedras... viemos aqui por um motivo.

- Precisamos fazer uma última apresentação, uma última brincadeira, para que cativemos vocês, e vocês lembrem-se disso pela eternidade de seus já contados dias!

E o casal apresentou ali seus melhores "truques mágicos" e brincadeiras por um dia inteiro praticamente. E após irem embora, o garoto, que como sempre estava assistindo chorou. De alegria por ter visto algo tão magnífico. O garoto cresceu, como todo garoto e viveu sua vida, mas nunca esqueceu-se daquele dia em que viu a melhor apresentação da sua vida.