A Princesa Mestiça - Prefácio

A mestiça

Amar a ele seria a sua destruição, mas como negar esse sentimento tão profundo que lhe chegava a causar dor? Como negar-lhe seu corpo e a sua alma frágil? Ele fazia parte de um mundo obscuro do qual ela fora proibida de ter acesso, enquanto ela fazia parte da frágil espécie humana alienada a seres como ele, se Darién era um demônio? Ela não tinha mais dúvidas. Mas para ela, ele era a espécie de um anjo feito especialmente para protegê-la de todo o mal escondido por de trás das sombras, e agora na inevitável hora em que a morte se aproximava lenta e dolorosamente, ela não se arrependia de dar a ele tudo o que possuía; até mesmo a própria alma! Admitiria um mundo sem ela, mas nunca um mundo sem ele.

Prólogo

- Anna acorde. – Ela estava inerte em seus braços, a pele rosada estava pálida, os lábios se aproximavam dolorosamente do tom roxo, ele afastou as mechas louras que caiam sobre o seu rosto. – Acorde Anna. – pediu novamente o pânico querendo dominá-lo por completo. – Por favor, você não pode partir. Não agora, eu não vou permitir Anna.

Mas ela continuava ali, um ser inanimado, que não gritava mais com ele como quando se enfurecia pelos seus maus modos; que não deixava mais o seu sorriso o iluminar nas noites mais escuras, nem o seu corpo o aquecer nos dias frios; ele podia ouvir o seu coração perdendo a força, a sua vida se esvaindo e não havia nada que ele pudesse fazer.

- Anna... – o grito angustiado ecoou pela viela úmida e escura. Não se escutava nenhum ruído, a cidade estava mergulhada no mais completo silêncio, como se todos lamentassem a perda da sua mulher amada e temessem os dias de ira que viriam daquele momento em diante, o relógio da catedral soou longe, marcava três da manhã e o coração de Anna pulsou pela última vez.

- Milord?

Noal, a guardiã que era o seu braço direito apareceu ao seu lado, com a expressão de culpa no olhar, suas roupas estavam rasgadas e a aparência sempre impecável estava descomposta. – Perdoe-me não pude chegar a tempo.

- Quem orquestrou isto? – A voz soou rude camuflando a dor que sentia.

Ela hesitou um segundo a ira ardendo em seu olhar. – Os Dreiger.

- Qual deles?

- Elliot. – disse entregando-lha a flecha que trazia nas mãos.

Ele não conseguia lembrar-se da última batalha em que Elliot o rei dos Dreiger tivera o trabalho de se levantar do seu castelo para lutar, Victor o seu braço direito era quem sempre fazia o trabalho sujo, por que levantaria a sua mão contra Anna? Ela era apenas uma humana indefesa e frágil que não lhe oferecia risco algum. Mas no fundo sempre soube desde o primeiro momento em que salvara a vida dela naquela taverna, que ela seria afetada pela maldição da sua espécie, mas teimosa como ela era não aceitou quando ele a deixou para o seu próprio bem “era tarde de mais” foi o que ela lhe disse, e ele egoísta o bastante se deixou sucumbir pela paixão, a paz e o amor que ela milagrosamente dedicava a alguém como ele, o amor de uma humana frágil por um demônio eterno. A união entre as raças diferentes era impossível ele sempre soube disso, mas Anna não queria entender e nem parecia se importar.

Ele pousou a mão suavemente em seu rosto e permaneceu um tempo contemplando a face que durante os últimos meses povoava os seus pensamentos, era tudo o que ele mais temia: vê-la daquela maneira sem vida em meus braços. Não poder vê seus olhos azuis novamente lhe causava uma dor dilacerante, saber que não veria seu rosto celestial, seu sorriso afetado quando corava era insuportável.

- Eu juro que eu o destruirei, por isso. - Prometeu.

- Ele fugiu. Victor está ferido, eu o golpeei, mas ele também conseguiu fugir, o nosso número caiu muito depois desta batalha, eles ainda são muitos e estão ganhando força.

Malditos, as duas raças iam continuar se matando até que se destruíssem; ele não podia permitir que sua espécie fosse liquidada daquela maneira, hoje os Dreiger continuavam em grande maioria, mas os vampiros Dreiger estavam subestimando a força do rei dos Mestiços, principalmente desafiando-o daquela maneira, tirando a vida de alguém que significava tudo pra ele.

- Onde esta Halph?

Ela estremesseu e permaneceu quieta, ele deixou de observara a face fria de Anna para observar melhor Noal.

Halph era o seu conselheiro e amigo desde a infância e Noal era a companheira de Halph que sempre o amaria e que lhe pertencia, uma lágrima escapou dos olhos dela algo que ele nunca vera acontecer até aquele momento, um sinal de fraqueza que ela nunca se permitiu sentir, mas sua voz permaneceu inalterada:

- Victor. – A simples citação do nome lhe causou mais uma onda de ódio e fúria cega.

- Desgraçado, como Halph pode abaixar a guarda desse jeito?

- Ele se colocou na minha frente.

Por um minuto ele parou, o silêncio seguiu tenso. Sabia o que Noal significava pra Halph e compreendia aquele ato, ele mesmo queria ter tido a chance de ter feito o mesmo por Anna.

- Na hora certa, eu vou acabar com ele. – Os olhos dela crispavam de ódio e desejo de vingança, reflexos dos próprios desejos de Darién. - Victor é meu. – Avisou Noal.

Ele assentiu, ela merecia ter a sua vingança. Assim como ele vingaria também a morte de Anna, destruiria todos os Dreiger e a morte de Elliot seria lenta e dolorosa. Há mais de um século ele tentara manter a paz entre as duas espécies, o numero de Dreiger caia lentamente ao mesmo passo que a sua espécie entrava em extinção. Não perderia mais dos seus. Algo seria feito e não descansaria enquanto não acabasse com todos os Dreiger, liquidaria aquela raça de vampiros puro sangue. Era doloroso pensar num mundo em que sua Anna não existisse, e para seu horror isso estava acontecendo agora naquele exato momento, mas não sem antes acabar com todos que tinham feito aquilo a ela, não sem antes que todo o povo Dreiger conhecesse a ira do rei Darién, rei de todo o povo da resistência.

OBS: A PRINCESA MESTIÇA SERÁ UM LIVRO. TODA SEMANA COLOCAREI A CONTINUAÇÃO DA HISTÓRIA EM CAPITULOS. ESPERO QUE GOSTEM. AH! MANDEM SUGESTÕES ADORAREI OUVI-LAS E COLOCÁ-LAS NA HISTÓRIA. BJÃO ATÉ MAIS.

Penélope Silva
Enviado por Penélope Silva em 15/07/2010
Reeditado em 17/11/2010
Código do texto: T2378982