Um sonho quase real
Mônica, angustiada, desperta após uma longa noite de estranhos sonhos que a deixaram inquieta, com a impressão lúgubre de que alguma tragédia poderia acontecer.
Telefona aos seus pais, aos amigos próximos para sentir-se aliviada e numa atitude mecânica se apronta para sair.
Durante todo dia age como uma sonâmbula, trabalhando ao som de Mozart, respondendo as eventuais perguntas dos clientes que estranham seu comportamento,mas nada falam.
Dora, amiga de longas datas, lembra do compromisso assumido: jantar no restaurante mais badalado da cidade,onde iriam se reunir para comemorar o aniversário de Richard, recém chegado de Paris.
Após o expediente, vai ao shopping para afastar pensamentos nefastos que ainda a assombram e resolve comprar aquele vestido preto, com tiras finas nas costas e
sandálias vermelhas, sensuais...
Volta para casa e fica um bom tempo no chuveiro, como se as
águas pudessem purificá-la extraindo toda angústia e a estranha sensação que retorna ainda mais forte...
Chega ao restaurante na hora combinada e, surpresa, nota que todos se encontram no local e a aguardam com ansiedade.
Richard, simpático como sempre, revela a todos, as suas andanças pelos museus,Champs Élysees,os passeios nos cafés de Montmartre;as maravilhas das noites parisiense.O tempo voa..e entre risos, despedem-se com promessas de novos encontros.
Mônica segue seu percurso normal para casa e de repente sente uma energia inexplicável ao seu lado, suas mãos suadas não conseguem segurar o volante de seu carro que toma um caminho desconhecido,entre o denso nevoeiro que começa a cobrir a cidade.
Em pânico, ela se vê no cenário de seus pesadelos..em plena floresta, ruídos de animais e pássaros tornando ainda mais sinistro aquele momento.
Uma voz ecoa em seus ouvidos que lhe ordena para seguir a trilha á esquerda;não tendo alternativa obedece e eis que surge na sua frente uma imagem gigantesca,imponente.
Extasiada , num passe de mágica ela toca a estátua e sente vibrações infinitas que a transporta para o interior de uma caverna . No final do túnel ,vislumbra uma luz que aos poucos vai iluminando ,dando passagem a um local paradisíaco,cheio de flores exóticas , cascatas deslumbrantes.
Tomada de emoção,Mônica vê surgir em sua frente personagem mitológico que estende as mãos convidando-a para entrar nas águas cristalinas.Ela aceita o convite e se deixa levar pelo encanto , pelos toques cálidos do deus grego que lhe oferece um ramo de flores que exala um perfume desconhecido que a enebria e o erotismo imensurável se faz presente.
Adormece ainda embalada pela magia do amor....
Mônica desperta com o barulho de um policial que pergunta se ela se encontra bem e, aturdida percebe que está dentro do carro em frente a sua casa.
Atônita ainda, vai ao seu quarto e, surpresa percebe que em cima da sua cama, há um ramos de flores e o mesmo perfume desconhecido....