Condessa de Wetherby

Eram os idos de 1540 na antiga Inglaterra, que vivia os finais da era feudal, em uma cidadezinha próxima a fronteira com a Escócia vivia uma linda viúva que perdeu seu marido num naufrágio jamais explicado por ninguém, ele era capitão da Royal Guardian e comandante de um dos navios mais rápidos da época um Saint Mary que afundou próximo as praias de Plymouth no sul da Grã-Bretanha em uma viagem militar.

Era bem sabido por todos que a Condessa de Wetherby odiava seu marido, o Conde, e era também do conhecimento de todos que ele freqüentemente mantinha relações com sua cunhada a Baronesa de Bordeaux que vinha muitas vezes da França para supostamente visitar sua irmã. Más línguas diziam que a Condessa era na verdade uma bruxa e que o naufrágio de seu marido na verdade foi uma trama composta por ela para herdar toda a fortuna e ser livre para se casar novamente.

Contam que na noite de 31 de outubro de 1548 ela fez uma festa em seu palácio e convidou todos da alta nobreza da corte inglesa, desde ministros até membros monarquia de Londres. Era uma festa regada com o melhor Claret, Carmenére e Merlot da melhor região vinícola da França, sua irmã mandara trazer especialmente para aquela festa que havia sido preparada. Todos sorriam e cantavam alto ao som da pequena orquestra que tocava musicas de salão para os convidados que estavam totalmente embriagados com a maravilhosa carta de vinhos que sua anfitriã vos lhe proporcionara, quando ela subiu do alto da escada de mármore que levava aos aposentos das torres segurando um cálice todo ornado em ouro e pedras, pronunciara palavras, palavras que aquelas pessoas jamais entenderam.

Dolendo incendi in carnis tua

Canis inferis adveniat aucupo animas tua

Fiat voluntas tua Zabulis

Huc sun tua offerre

Todos que estavam presentes a festa congelaram momentaneamente ao ouvir todas aquelas frases em latim, sabiam que os bruxos utilizavam da língua santa para fazerem suas bruxarias. Logo após o pronunciamento da maldição uma grande rajada de ventos entrou pelo castelo, os violinos e violoncelos tocavam sozinhos notas de horror, todas as velas se apagaram tornando tudo um breu total impossibilitando a visão de qualquer pessoa, a Condessa ao contrario de todos ria alegremente do alto da escada bebericando seu cálice de vinho. Uma grande carruagem de fogo entrou pela porta principal do palácio, cavalos tão magros quanto um esqueleto e tinham pelagem preta e opaca como se fosse ali pintado e não nascido, os olhos vermelhos brilhantes que exalavam terror e dor somente de contemplá-los e uma respiração pesada que tornava o odor do ar putrefato. Da carruagem desceu um senhor fino e elegante que dispunha nas mão um cajado, e batendo forte no chão com ele, fez surgir grandes sombras negras que usavam capas que impediam de ver seus rostos, porém eram bem visíveis seus olhos também vermelhos brilhantes igual cereja recém encaldada.

Todos foram envoltos nesta nevoa densa que pairou sobre o lugar, os habitantes das encostas abaixo do palácio acordaram com tudo aquilo e ao ouvirem os gritos, rezavam todas as orações do qual tinham conhecimento. Logo pela manhã, quando ao invés do galo, o corvo cantou em seus pios aterrorizantes, uma delegação de pessoas humildes e guarda da policia local subiram a encosta do palácio para verificarem o porquê dos gritos e alvoroço da noite anterior, se deparam com a cena mais estranha, pois todos estavam frios e petrificados em seus lugares, exatamente como estavam minutos antes da Condessa de Wetherby fazer seu discurso mortífero ao topo da escada, muitos ainda seguravam taças e nacos de pão e torta que haviam sido servidos na festa.

Todas as mortes foram catalogadas como “morte por envenenamento”, o que de fato nunca aconteceu já que nenhum dos corpos apresentou estado diferente do que um corpo decomposto por causas naturais. Quanto a Condessa de Wetherby, nunca se soube de seu paradeiro, já que seu corpo nunca fora catalogado entre os mortos e nem vista em outros cantos do país, a fortuna permaneceu intacta por anos até a Coroa Inglesa tomar por si que a condessa jamais retornaria para reclamar sua fortuna.

Dark Nightfall
Enviado por Dark Nightfall em 21/05/2010
Código do texto: T2269657
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