Cinzas (miniconto)
O sobrado é engolido pelo fogo. O galo dos ventos assopra a fumaça para longe. Canta na sua imobilidade o infortúnio de todos os tempos. A labaredas riscam os céus manchando-o de vermelho. Queima os olhos dos curiosos. Do ventre da casa ronca a morte. Carnes se queimam. Nas cinzas o resto do que foi vida. No jardim a rosa enegrecida é corroída pelo braseiro. O galo de ferro derretido cai com o telhado.