Chuva triste!...
Ontem saí pela manhã,estava frio,e eu talvez para impôr a minha presença ainda o fiz mais frio.Na minha caminhada encontrei umas nuvensitas envergonhadas,coitadas,andavam a vaguear,sós,tive pena delas e as empurrei um pouco.Contudo ao acaríciar aquelas nuvensitas,com o meu leve tocar,não medi minha força e lá foram elas de rompante galopando pelo céu sem rumo.Passaram para lá da montanha e eu as perdi de vista,também não me preocupei mais com isso,tenho tanto para fazer,que fui á minha vida zarpei pela planície procurando algo para me distrair. Desci,desci até ao mar,encontrei outras grandes nuvens,negras e assustadoras que me desafiaram: -Oi ventinho vamos fazer um desafio,ver quem tem mais força,tem lá no alto umas nuvens bem grandonas que vão ficar com inveja do nosso jogo. E eu sem medir consequências, não gosto que me desafiem,tenho este feitio, que faço para ser diferente?,e sem esperar dei ums bafos áquelas desenvergonhadas que foram em rodopio umas contra as outras chocando ásperamente de tal forma que o resultado foi ums potentes trovões e relâmpagos, que a cidade mais próxima ficou aquela noite sem luz e inundada com tanta água que as nuvens desmioladas derramaram quando perderam o equílibrio com o empurrão
que eu lhes dei. E lá fiquei contente por não ter quem me faça frente,sou o maior,todos me temem,já me disseram que sou prepotente mas quero ser assim e ninguém tente me dissuadir. -Óh valentão;desafiaram as nuvens altas que assistiram áquela brincadeira,-tu brincas com vapor míudo assim qualquer é valentão,olha nós,somos o anticiclone do pacífico.Também queres medir forças connosco? E lá andavam aquele montão de vapor de água ,lá negras são,nuvens bravas que se enformaram de tal que eu hesitei se ía ou não medir forças com aquelas malvadas.Então transformei-me em um tufão e sem medir consequências entramos em choque, enrolei-me como nunca fiz e o resultado foram milhares de casas pelo ar os rios saíram dos leitos as nuvens zangadas por não levarem a melhor pois corri com elas.Só pararam noutro continente.Mas!... então senti-me só,terrívemente só,não tinha a quem soprar e quando dei por mim estava transformado em um tornado,e cada mais estragos fazia por onde passava,mas continuava a me sentir só.Passados uns dias,sem saber onde já estava,encontrei umas nuvenzitas tristes que deambulavam por cima dos bosques sem rumo,e quando sentiram a minha presença me pediram;-Ventinho nos leva até á orla do deserto, temos uns pinguitos para para aquela gente,e não temos maneira de lá chegar,mas espera lá devagar, sê meigo,não nos mandes até á china. E lá fomos como uma brisa da manhã,as levei até onde acaba o verde e começa o areal,as gentes dançavam de alegria,a chuvinha foi caindo numa dança mistica que se misturava com as danças dos meninos que se banharam felizes e a chuvinha não parava de chorar ,mas chorar de alegria.E a minha tormenta se desfez ao me sentir util á chuvinha que não estava mais triste.