Afinidades nada eletivas
Apreciei muito a viagem a Londrina.Quando viajo, fico sufocado pela saudade de quem gosto e até de quem não gosto...Costumo ter recrudescimento dois dias após a chegada, e conto os dias para regressar, mesmo de uma cidade que eu ame como Paris...À noite sai em busca de meus companheiros de viagem e encontrei o Josué Almerindo da Bahia sofrendo a maior dor de cotovelo...Companhia trágica cheia de lamúrias; numa síntese, ele queria ficar com a esposa e a amante em convivência pacífica...O que leva os homens a essa volúpia de poder sobre as mulheres? Comiseração por apaixonado não é o meu forte...Goethe dizia no diário de Otilia, das Afinidades Eletivas, que as paixões são vícios sublimados; parecia sessão de psicanálise, e eu lhe dizia ser o caso de difícil solução! Ao retornar muito tarde ao hotel, baseado na experiência alheia, recém-testemunhada, escrevi uma divagação, e nada mais que isso, em plena madrugada daquele mês de outubro. Tu foste em minha vida o tudo e o nada! Que transcrevo em outro capítulo; enviei-a para o concurso Fernando Pessoa, em Juiz de Fora e, pra minha surpresa, foi uma das escolhidas para compor uma antologia de versos de amor...Está claro que não autorizei! Não tinha nada a ver comigo aquele exótico caso de amor baiano.