Metamorfose(Capítulo dois).
A nova residência.
Chegando a casa nova Sofia se surpreendeu com o clima, que por sinal era bastante frio e também nevava, era inverno em Porto Alegre. Do lado de fora da casa havia um belo e pequeno jardim.
- Vamos entrando Sofia. – Disse Valeriana abrindo a porta para a menina entrar. – Está muito frio... Inverno você deve saber como é. Sente-se querida.
- O pior é que eu não sei, está muito frio mesmo... Bem diferente de Recife. – Afirmou Sofia após entrar na casa e sentar no sofá. A garota observou como a residência era bonita e grande; pintada toda de branco, o que trazia o ar de paz e prosperidade.
- Que foi Sofia... Não gostou?
- Gostei sim senhora... Bem confortável. – Disse a garota olhando para a lareira.
- Pelo amor de Deus...Tia, por favor. - Brincou Valeriana. – Já basta saber que estou velha e ainda por cima você me lembrando. – Concluiu Valeriana, vendo a menina sorrir.
- Essa casa é perfeita, linda mesmo.
- Ah! Sabia que iria gostar, reformei toda a casa.
- Em um dia?
- É... São segredos de mulher... Você é tão parecida comigo...Quando eu era um pouco mais jovem... Sabe? – Indagou Valeriana querendo mudar de assunto. – Tirando esse meu cabelo ondulado, vermelho-berrante... Você é igualzinha a mim.
- É. – Falou a menina meio tímida, pois ela não possuía nenhum tipo de intimidade com a senhorita Bland. – A senhora... Que dizer... Tia deve saber que eu tenho poucas semelhanças com os meus pais.
- Agora você entendeu de onde saiu tanta beleza não é? – Brincou Valeriana, e as duas começaram a sorrir.
- Eu estou gostando de conhecer a senhorita. – Afirmou Sofia mais à vontade.
- Que bom! – Disse Valeriana com um sorriso satisfeito no rosto.
- Confesso que achei que eu iria chegar aqui e encontrar uma “bruxa”, me entende não é tia?
- Nossa que ironia... –Sussurrou Valeriana.
- O quê? O que a senhorita disse?
- Entendo... Claro! – Disse Valeriana pensativa. – Bem, mas você Sofia deve estar morrendo de fome.
- O pior disso tudo é que estou mesmo.
- Venha então... – Chamou Valeriana levando a sobrinha para comer um pouco.
A mesa encontrava-se farta de comida, e como Sofia estava faminta comeu sem nem perguntar o que estava comendo, a fome era tanta que ela comeu até lamber os dedos.
- Ah!Desculpe-me tia. – A garota falou retirando os dedos da boca.
- Que isso... Fique à vontade a residência é sua Sofia.
- Sinceramente... A fome já passou... Agora está vindo sono. – Disse Sofia sorrindo.
- Venha que eu mostrarei o seu quarto.
Sofia a seguiu. As duas subiram as escadas da enorme casa e se direcionaram ao quarto cujo estava com a porta fechada.
- Feche os olhos agora querida e só abra-os quando eu mandar. – Disse a senhorita Bland em frente à porta do quarto.
- Está certo, tia. – Concordou Sofia, fechando os olhos.
A senhorita Bland abriu a porta bem devagar, pegou na mão de Sofia e a levou para dentro do cômodo.
- Pronto. Agora você pode abrir os olhos.
- Nossa é lindo! – Sofia falou surpresa, olhando a sua volta cada detalhe do quarto feito com carinho pela sua tia Valeriana.
Realmente o quarto era lindo, todo pintado de lilás com o teto estrelado, que parecia até ser de verdade.
- Querida venha olhar essa escrivaninha... Não é linda?
- É sim tia. Obrigada por tudo mesmo.
- Eu soube pelo seu pai... Um dia desses quando estava falando com ele pelo telefone que você gosta muito de ler, então achei indispensável colocar uma escrivaninha.
- Eu gosto sim. – Falou Sofia vendo o colar brilhar de um modo bastante intenso.
Nessa hora Sofia começou a passar mal, tudo a sua volta começou girar...
- Você está bem Sofia? – Disse Valeriana segurando a menina.
- Tem alguém lá embaixo... – Afirmou Sofia apontando para a janela.
- Espere querida. – Falou Valeriana sentando a menina em cima da cama e se direcionando para a janela. – Não é ninguém queria. – Mentiu Valeriana, olhando para baixo pela janela, e tudo que conseguiu vê foi um vulto. – Você viu alguém?
- Não... Mas foi como estivesse sentido. Senti que alguém estava nos observando, senti... Que esse alguém queria alguma coisa... Sei lá tia.
- Ah! Querida seria impossível alguém nós observar lá de baixo... Ou será que...
- Que... O que tia?
- Não nada... Você está muito cansada. – Afirmou Valeriana mudando de assunto.
A conversa de Sofia e Valeriana foi interrompida por um miado.
- Tia a senhora escutou um miado?
- Ah... Sim! – Quando ela acabou de falar um gato entrou pela porta. – Era surpresa sabe?
- Então que dizer que ele é para mim? – Indagou a garota apontando para o felino.
- Sim Sofia.
- Posso... Posso alisar ele?- Perguntou a garota, observando a beleza do gato, um felino preto com olhos bastante amarelados e com um rabo bem peludo.
- Pegue-o... Vou deixar você um pouco com ele, tenho algumas coisas para resolver lá em baixo.
- Está bem tia. – disse a garota quando Valeriana já estava fechando a porta.
***
Aguardem o capítulo três!