Metamorfose(Capítulo um) - Segunda Parte.
A MUDANÇA.
- Você promete? - Perguntou Cecília abraçando Albert.
- Prometo, pelo nosso amor. - Sussurrou Albert no ouvido de sua mulher, Cecília.
- E quando contaremos a Sofia que ela irá morar com Valeriana?- Falou virando para olhar quem acabara de entrar, e constataram que era Sofia.
A menina havia escutado esse fim de conversa.
- Sofia não é isso que você está pensando. - Falou Albert.
- Mas foi o que eu acabei de ouvir, vocês querem se livrar de mim, porque eu sou anormal, não é isso?
- Não querida, claro que não. Você irá entender é para o seu bem. Nós amamos você filha. - Disse Cecília chorando.
- VOCÊS NÃO ME AMAM! - Sofia gritou chorando - Nem vocês nem ninguém, porque ninguém gosta de mim, ninguém quer a minha companhia. EU SOU ANORMAL, é por isso que ninguém gosta de mim e a culpa é de vocês.
- Querida filha você não é anormal e você irá morar com sua tia para que lhe explique melhor tudo o que está ocorrendo em você. Acredite isso é para o seu bem Sofia. - Disse Cecília.
- MENTIRA! Vocês mentem. - Saiu correndo, subiu as escadas e se trancou no quarto.
Cecília e Albert subiram as escadas para falar com Sofia. A garota estava muito triste, não queria se afastar dos seus pais, pois eram as únicas pessoas que ela confiava e apesar do que disse, ela sabia que eles a amavam.
- Filha, seu pai já ligou para sua tia. Você viajará amanhã mesmo. - Disse sua mãe através da porta, pois Sofia estava trancada em seu quarto tentando entender o "porquê" do fato ocorrido.
- Mãe eu já disse que não vou a canto algum.
- Filha abra agora esta porta. - Exigiu seu pai, batendo na porta.
- Já vou... O que o senhor quer pai?- Falou a garota com a porta entreaberta.
- Sofia eu e sua mãe queremos o seu bem...
- Pai eu sei, mas porque não pode ser dito por vocês o que está acontecendo comigo? Ela nem me conhece para dizer o que está ocorrendo dentro de mim. Eu nem a conheço, nunca a vi. - Sofia falou já com a porta totalmente aberta.
- Filha... -Interrompeu Cecília, abraçando Sofia- Vai ser melhor assim tente entender, tem coisas que nós não sabemos como explicar, mas sua tia com certeza saberá.
A garota abriu um sorriso sem graça.
- Está bem. - Falou a menina seriamente olhando para seu pai por cima dos ombros de sua mãe, pois ainda estava abraçada com Cecília.
A tarde se seguiu. Surgindo à noite e Sofia não conseguiu pregar os olhos. Quando Sofia conseguiu fechar os olhos e dormir um pouco, finalmente amanheceu.
- Vá se aprontar minha querida que daqui a pouco eu pegarei suas malas, eu e sua mãe levaremos você ao aeroporto. - Falou Albert, um homem de cabelos grisalhos, rosto bonito e bem jovial, acordando a menina. Albert sempre foi um homem bem sereno, apesar de qualquer tristeza ele não conseguia demonstrar.
Sofia não falou nada, pois havia acabado de acordar, Cecília e Albert desceram para tomar o café da manhã.
Após algum tempo Sofia desceu a escada com uma pequena mala. Cabisbaixa, pensativa e meio que conformada com a decisão dos seus pais.
- Estou pronta. - Falou a garota desanimada.
- Só é essa a sua mala?Ou o restante está lá em cima? - Perguntou Albert apontando para a pequena mala com ar de surpreso no rosto.
- Estou levando só o necessário pai.
- Minha querida tem certeza que só vai levar isso? - Falou Cecília, uma mulher com olhos claros, pele branca e cabelos bem mais sedosos que os de Sofia, Sem falar que Cecília era uma mulher sublime em seus atos.
- Sim, mãe...
- E então... Vamos? - Perguntou Albert chamando as duas para ir ao carro.
- Vamos. - Disse as duas ao mesmo tempo.
Sofia e seus pais se dirigiram ao carro para seguirem destino ao aeroporto localizado em Recife, no estado de Pernambuco, onde Sofia morava com seus pais. A garota estava com seu semblante bem tristonho, porém ela não era muito de demonstrar suas alegrias e muito menos suas tristezas, pois sempre se encontrava bem séria.
Chegando ao aeroporto...
- Vamos para a fila? - Albert indagou com a face pálida e tristonha.
- Pai... - Sofia puxou assunto.
- Oi filha?
- Para aonde é que eu vou? O senhor não me disse.
- A casa da sua tia fica em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. - Cidade longe a que eles moravam, com o clima bem frio, sem falar que lá estava em pleno inverno.
- É um pouco longe não é? E quando é que vocês irão me visitar?
- Calma filha... Assim eu e seu pai não conseguiremos responder a nenhuma das suas perguntas.
- É filha, no entanto, não precisa ficar preocupada a cada final de ano iremos lhe visitar. - Falou Albert.
- Não se preocupe Sofia... - Disse Cecília abraçando a garota. –... Eu tenho que lhe dar isto Sofia - Falou entregando a Sofia um colar de ouro com um pingente em forma de lua e cheio de minúsculas pedras de diamante.
- Ah! Que lindo mãe... - Disse Sofia colocando o lindo colar no pescoço. – Obrigada!
- Sabe filha guardei esse colar por muito tempo e agora chegou o momento de lhe dar. Espero que cuide muito bem do colar e quando olhar para ele lembre-se sempre de mim e do seu pai. – Disse Cecília sorrindo.
Continua...