Metamorfose(Capítulo um) - Primeira Parte.

A MUDANÇA.

Desde pequena Sofia Morgan ficava isolada de tudo ao seu redor, ela foi crescendo assim por se sentir "diferente", porém só veio ter a confirmação de que era realmente distinta das outras pessoas na sua adolescência exatamente aos seus 16 anos.

Quando Sofia ficava irritada as luzes de sua casa começavam a acender e apagar, os móveis flutuavam ao seu redor, muitas coisas "bizarras" estavam acontecendo gradativamente. Cecília Morgan e Alberto Morgan, seus pais, não sabiam como explicar a garota o que estava ocorrendo. Sofia não sabia que na verdade os seus pais guardavam um grande segredo sobre seu nascimento.

Essa garota não teve uma infância como qualquer outra criança comum deve ter, porém não estou aqui para narrar esta parte da história, e sim sua adolescência. E muito menos acusar seus pais como culpados de tais fatos que nesse exato momento são desconhecidos.

Sofia e seus pais nunca tiveram um endereço fixo, sempre viviam se mudando, porque sempre os vizinhos achavam a família Morgan muito "estranha", olhavam eles de outro modo, ou melhor, com certa discriminação e procuravam evitar ao máximo se aproximar de tal família, isso dificultava a convivência dos Morgan em qualquer lugar que fossem morar.

Sofia Morgan uma garota de cabelos curtos e pontiagudos preto, olhos negros e pele bem pálida, foi crescendo nesse vai-e-vem de cidades; entretanto, ao completar 16 anos os seus pais decidiram, ainda que não quisessem, que o melhor para sua filha seria ela ir morar com sua tia Valeriana Bland, pois esta saberia como explicar o que estava acontecendo com o corpo da garota.

A adolescente não entendia o que ocorria consigo e acabava isolando-se das pessoas por se achar diferente dos demais. Para se ter uma ideia essa menina foi alfabetizada em casa, pelos seus pais. Apesar disso, Sofia era uma garota deveras inteligente. Pois é, ela realmente era distinta das garotas e garotos cujo pertenciam ao seu meio, Tanto é que ela não tinha amigos. Aliás, em consequência do segredo dos seus pais, Sofia estava ficando sem controle dos seus poderes, que geralmente se manifestavam quando ficava irritada.

Em um final de tarde, Sofia estava passeando por um parque arborizado, deserto e chuvoso até que apareceram dois garotos, um esguio e o outro um tanto baixo e corpulento, aproximando-se dela.

- Ora! Veja Alex quem encontramos aqui... Se não é a esquisita "bonitona". - Falou o alto e magro.

- Oho! Que sorte em Tiago. - Falou o garoto baixo e corpulento se aproximando cada vez mais de Sofia.

- Deixe-me em paz! - Gritou a garota.

- Pode gritar à vontade, ninguém vai sentir a sua falta. - Falou Tiago agarrando-a pelo pulso.

- Ou vocês me soltam ou...

- Ou fará o quê? - Falou Tiago apertando mais ainda seu pulso e encarando Sofia. Nesse momento ele já estava tão próximo que a garota quase não tinha espaço para respirar.

Sofia começou a gritar descontroladamente e à medida que ela gritava as lâmpadas existentes no parque começaram a apagar, o vento começou a soprar mais forte e tudo ficou mais frio e escuro. Os garotos começaram a ficar assustados e Tiago largou o pulso da garota.

- VO... VOCÊ... É... MALUCA. - Gritou Tiago dando passos para trás e apontando para a menina.

- TIAGO... VAMOS EMBORA. - Gritou Alex amedrontado. Já se encontrava a uma distância considerável.

Sofia já não estava em si. Tiago começou a andar mais depressa, tropeçou e caiu. Ele já estava vulnerável a fúria da menina. Sofia ergueu o garoto no ar apenas num gesto com as mãos. Seus cabelos estavam esvoaçantes e sua pele mais pálida como nunca tivera antes. O garoto foi posto de volta ao chão, como se Sofia estivesse voltado a si... Tiago e Alex saíram correndo aos berros. Sofia sem energia desmaiou em plena chuva forte. Ela havia forçado demais a sua mente.

Os pais da garota estavam procurando por ela há bastante tempo, pois a menina juntamente como Albert e Cecília estavam morando na cidade do Recife só há poucas semanas e não conhecia tão bem a cidade.

Como seus pais sabiam que quando Sofia sentia-se sozinha ia passear pelo Parque da Jaqueira decidiram procurá-la por lá, apesar de acharem que seria improvável encontrá-la. Porém estavam errados, pois assim que chegaram ao parque não demorou muito, Cecília e Albert acharam Sofia desmaiada no chão que estava sujo e molhado.

Albert tentou reanimá-la só que a garota não reagia, Cecília estava muito aflita com a situação e não parava de chorar. Albert pegou a menina, colocou-a sobre seus braços e a levou para o carro.

Quando chegaram em casa, Sofia foi levada para o seu quarto, onde Cecília trocou a roupa molhada da garota ainda desacordada.

Albert e Cecília já estavam muito preocupados, pois sabiam que o que eles mais temiam estava acontecendo. Cecília desceu as escadas para ir conversar com o seu marido.

- Querido? - Falou Cecília entrando na biblioteca, onde Albert encontrava-se.

- Estou aqui Ceci. - Falou Albert se servindo de vinho branco.

- E agora querido o que vamos fazer? Ela agora já sabe que tem poderes. Ela descobrirá tudo o que guardamos há tanto tempo.

- Calma querida, eu acabei de ligar para Valeriana.

- E o que sua irmã disse?

- Que o melhor que temos a fazer é mandar Sofia ir morar com ela, pois Valeriana, minha irmã, saberá como explicar a nossa adorável menina o que escondemos por tantos anos.

- Ma... Mas e se ela nos odiar por isso?E se Sofia não entender que não tivemos culpa de... Você sabe... - Disse Cecília sentando na cadeira mais próxima e colocando as mãos no rosto.

- Valeriana disse que ela poderá ir amanhã mesmo. - Disse Albert bebendo mais um copo de vinho.

- Amanhã mesmo?

- Querida eu prometo que iremos visitar a nossa Sofia. - Colocou o copo sem vinho em cima de uma escrivaninha próxima a ele. E se direcionou até a sua mulher para abraçá-la.

Continua...

Liz flor
Enviado por Liz flor em 15/02/2010
Reeditado em 30/06/2010
Código do texto: T2088768
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