LIVRO = LUA SANGRENTA CAPITULO I , II, E III

Tinha tudo para ser mais um dia comum em minha vida, acordei de manhã fui para o trabalho de ônibus como sempre, um dia exaustivo de trabalho para compensar todo o fim de semana, onde passei o sábado e domingo com meu namorado em Taquaruçu que é um lugar realmente muito lindo bem perto da cidade não mais que 15 minutos de carro, cada cachoeira mais linda que a outra, foi simplesmente perfeito cada momento que passamos ali, fomos no sábado de manhã, para passar o fim de semana somente nós dois, pois no domingo completaria dois anos de namoro.

O Marcelo era uma pessoa sensacional, trabalhava como Gerente executivo dos correios em Palmas, era natural de Osasco porém mudou de cidade com a proposta de trabalho no Tocantins no ano de 2005, ano que concluiu seu MBA em Administração Empresarial, mais por um lado não era tão bom assim pois nem sempre tinha a atenção que eu desejava, pois era muito centrado no trabalho as vezes deixando de lado nosso relacionamento, mais eu não poderia exigir muito dele, porque ele tinha que pensar também na sua vida profissional.

Fomos para um Hotel Fazenda onde relaxamos bastante em cada paisagem mais linda do que a outra. Ele estava lindo com a sunga que dei para ele quando completamos um ano de namoro naquele mesmo lugar, em lembrar de tudo que aconteceu desde aquele dia fico surpresa, foi um ano em que realmente mudou minha história, tudo estava dando certo para mim desde então, consegui um trabalho em um local conceituado e com ótimos colegas de trabalho.

Ao chegar a noite de sábado fomos para nosso chalé, e o Marcelo chegou no quarto com um vinho Château Léoville Las Cases 2002, tinha um gosto perfeito, tudo combinando com o momento, muita natureza, ar puro. Ficamos a pensar em tudo que passamos por esses dois anos de namoro, nossas viagens, nossos momentos.

Ele veio me abraçar me dando um longo beijo, com gosto do vinho ainda presente na boca, ficamos abraçados por alguns minutos. Como sempre só acontecia o convencional e nada de fantasias, ele tirou minha blusa vermelha ficando com um situa da mesma cor com alguns babadinhos na frente, comecei ficando um pouco chateada pois ele não me fez nem um elogio e tinha me preparado tanto para aquele momento, mais este era o seu jeito, foi tirando minha tanga, o vinho foi subindo para cabeça e aumentando meu fogo, onde ele deslumbrou minha calcinha vermelha de renda, fio dental com um laçinho na lateral, deixei ele com água na boca, isso era o que ele mais gostava ficar me observando.

Ele veio me acariciando um pouco de leve, e eu adorava isso, fui tirando sua camiseta bem de vagar, beijando todo seu abdômen, subindo pelo pescoço e nos beijando muito, e ele não resistindo e acariciando meu corpo, como se estivesse desvendando um território desconhecido.

Isso me fazia lembrar de dois anos atrás quando transávamos a primeira vez, quando ele tirou minha virgindade, por eu ter 16 anos, ele tinha um pouco de medo quem sabe receito devido minha pouca idade, porém sempre fui precoce em todas etapas da minha vida, tanto que aos 16 anos vim para Palmas dar inicio em minha faculdade, talvez fosse medo de eu não estar preparada, mais isso com o tempo foi melhorando continuamos a namorar, e chegamos onde estamos agora.

Tomei um pouco mais de vinho onde relaxamos um pouco sob a cama, nos abraçando e relembrando de cada momento que passamos no decorrer desses dois anos, deixei-o somente com uma cueca boxer que me excitava muito, primeiramente veio a tirar meu sutiã comigo ainda de pé, me arrepiei completamente deixando rígido a ponta dos meus seios mostrando ali meu prazer, não demorando muito ele desce com um delicioso beijo me deixando louca.

- Ai amor! Que delicia, parece que não fazíamos isso há muito tempo. Hummm...

E ele continuava sem parar, sua respiração começou a ficar ofegante e não conseguindo esconder o prazer no qual eu estava lhe proporcionando, era neste momentos que eu via o meu poder de sedução que na maioria das vezes me julgo ser incapaz e até mesmo não possuir. Quando percebi que não era mais possível esconder tamanha excitação, fui beijando seu corpo, e descendo, tirando de leve sua cueca, me mostrando todo aquele monumento que tanto prazer me proporciona, fui beijando-o de leve e ele gemia a cada movimento da minha boca sobre seu sexo, há tempos não fazíamos com tanta intensidade, tamanha doação entre um e outro, pois quando fazemos amor é como se nossas almas se unissem tornando um só corpo inserido no universo de Eros¹. Fizemos muito amor, e dormimos embriagados de tesão e com a ajuda do vinho também, dormimos até mais tarde no domingo onde almoçamos ali mesmo na Pousada onde passamos a noite. Por volta das três horas da tarde tomamos banho em uma cachoeira, conhecida como cachoeira dos Três Quedas, e fomos para cidade conversando pouco, tinha alguma coisa estranha pairando no ar e eu não estava sabendo.

Cheguei em casa estava passando o Fantástico, na verdade não tinha nada de interessante fui logo me despindo e indo tomar um banho para relaxar pois no dia seguinte deveria trabalhar bastante, o Marcelo ficou em casa somente alguns minutos e foi embora para sua casa alegando ter que planejar uma reunião para terça feira, não questionei, tomei um pequeno lance e me deitei exausta, depois de tanta diversão e momentos bons nada melhor que um merecido descanso.

Na segunda feira acordei com um cansaço fora do comum e uma forte dor de cabeça, liguei para o laboratório para dizer que não teria como ir trabalhar pois estava realmente mal, e o pessoal sabia que eu valorizava muito aquele trabalho e não faltaria por qualquer coisa.

- O celular chamado encontra-se desligado ou fora da área de serviço.

Foi assim durante toda segunda feira, ao tentar ligar para o Marcelo, quase na hora de eu ir para faculdade ele me liga falando que esta passando na minha casa para me levar para aula.

- Nossa amor o que aconteceu que seu celular estava o tempo todo fora da área de serviço, e eu queria muito ter falado com você, pois eu estava muito mal, nem deu para eu ir trabalhar hoje.

E ele veio com mais uma desculpa que desligou o celular por causa do trabalho, ele era sempre assim dava bem mais atenção para o trabalho com exceção das datas especiais, nisso ele era muito bom.

Após o termino da aula liguei novamente para que ele me buscasse pois já estava tarde da noite não teria mais como esperar por Marcelo, toda vez que eu ligava agora vinha uma mensagem diferente

- Sua chamada esta sendo encaminhada para caixa de mensagem, e estará sujeita a cobrança após o sinal....

Eu estava esperando desde as 23:00 horas, mais o Marcelo não aparecia, ai optei por ir embora andando, pois já estava ficando tarde e teria que acordar na manhã seguinte para mais um dia de trabalho.

Fui andando rumo a minha casa, mais estava muito escuro, optei por passar pelo bosque da cidade um local lindo, onde nos finais de semana acontece uma feira cultural, mais eu gosto mesmo é de contemplar a paisagem local entre meio as arvores durante a noite, sem ao menos perceber em minha frente estava em um banco de mármore bem em minha frente me deparei com dois rapazes conversando, ambos um tanto quanto misteriosos e quanto mais eu aproximava mais parecia que teria que para ali para falar com ele, um magnetismo pairava sobre o local, sem ao menos perceber eu estava dominada e não teria como não falar com eles, mais dentro de mim surgiam inúmeras sensações que não poderia descrever como medo, terror, atração, tesão e tudo isso mesclado em uma sensação de êxtase total, foi algo realmente surreal acabei não resistindo e indo falar com eles.

Um deles era Maicon um belo jovem branco, cabelos negros bem alinhados, dizia ter 23 anos de idade, estava vestindo camisa de manga comprida preta, calça jeans e calçado com um sapato social. O outro rapaz se chamava Maximiliano mais disse que poderia chamá-lo de Max, tinha 21 anos, com um olhar misterioso e sorriso fácil, qualquer pessoa cairia aos encantos sedutores dos dois.

Começamos a conversar e me perguntaram o que eu estava fazendo tarde da noite por um local como aquele, os perigos da noite. Fui explicar que fiquei esperando meu namorado me buscar depois da aula da faculdade e ele não apareceu, tentei ligar e só dava na caixa postal, sendo assim preferi ir embora sozinha a esperar por ele.

Começaram a me falar o quanto ele tinha sido irresponsável, que eles jamais fariam uma coisa dessas se namorassem com uma moça como eu. Pois tenho 18 anos, morena claro, cabelos castanhos escuro e olhos cor de mel, não me julgo atraente porém muita gente fala que sou sexy com meu corpo de mulher e jeito de menina, não sou daquelas popozudas mais tenho seios médios e bem durinhos, pernas e bumbum bem malhados, minhas amigas dizem que causo arrepio em qualquer um.

Papo vai, papo vem, eu estava completamente hipnotizada por ambos, pois seus olhares penetraram em meu ser descobrindo meus segredos mais ocultos. Tentei ir embora para casa mais foi em vão, bastou que o Maicon me chamasse para ir conhecer sua casa que estava próximo, e eu sem hesitar aceitei o convite.

Já não conseguia pensar em nada, não estava me reconhecendo, pois mal os conheci e parece que já estavam presentes em minha vida há tempos.

Andamos uns 15 minutos de pé, e chegamos a uma casa com muro marrom, portão com alguns detalhes interessantes, ficaram parados alguns minutos conversando algo que eu não pude compreender e me chamaram para adentrar. Estava muito eufórica e comecei a viajar em meus pensamentos, pois ao mesmo tempo que excitação me vinha também questionamentos sobre o que poderiam fazer comigo. Era uma casa azul, com janelas de madeira, iluminada com luz de velas em alguns castiçais, um verdadeiro encantamento. Tinha um velho gárgula sob uma pilastra que me causava arrepios, medi e pavor, uma decoração medieval por toda casa, repleta de simbolismo e cheia de histórias, cada objeto que eu fitava Maicon vinha me falar de sua origem.

Max entrou deixando-me sozinha com seu velho amigo, ele me tratava como se eu fosse uma mulher realmente encantadora, me conquistando em poucos minutos, falando coisas que o Marcelo em 2 anos de namoro nunca havia me falado. Dando adjetivos diversos para todas partes do meu corpo, começando por meus cabelos, que era o que eu mais gostava, pois sei usa-los para seduzir quando desejo. Falando de meus lábios, falando de fantasias com eles, onde eu poderia transmitir muito prazer e excitação a ele tanto com meus beijos, quanto mordendo-o.

- Ele tocou no meu ponto fraco, pois eu adoro morder quando estou com tesão, pois adoro a sensação de dominar e transmitir dor ao outro, como também adoro sentir dor, ser submissa.

Mais isso depende muito da pessoa com quem estamos nos relacionando, pois com Marcelo era tudo muito calculado e simples, há tempos não tínhamos novidades no quesito de sexualidade, desde o inicio ele nunca aceitou eu morde-lo e nem mesmo me mordia, nunca me batia e isso era algo que me dava muito tesão e ele nunca me proporcionara, mais com o tempo fui acostumando. Nunca aceitou que eu fosse quem eu realmente gostaria de ser entre quatro paredes.

Como estava calor tirei a jaqueta vermelha que estava usando, ficando apenas com uma blusa preta com detalhes em prata, estava usando uma saia jeans no joelho e uma sandália de salto alto agulha 12 cm preta. Estávamos sentados em uma poltrona confortável e começamos a beber um delicioso vinho com um toque adocicado e de leve acidez. Ao tirar a jaqueta Maicon reparou no pircing que tenho no umbigo, com seus comentários que me deixava por hora constrangida, por hora com tesão. Ficamos a conversar sobre minha vida, as dificuldades que estou tendo para concluir meus estudos, sendo natural de Maceió vindo morar distante da família em busca da realização de um sonho, pois aqui em Palmas tenho apenas o Marcelo com quem comecei a namorar logo que cheguei aqui há dois anos.

Maicon me dizia ser Italiano, porém morava no Brasil há muitos anos, e que escolheu Palmas para viver devido ser uma cidade nova, onde tudo é novo é com grandes visões para o local.

Ele veio se aproximando de mim, seu olhar penetrando ao meu e érea como se eu não mais tivesse poder sobre mim mesmo, seus olhos diziam para que eu o beijasse, tentei resistir porém foi em vão, bastou com que ele fizesse um simples gesto com as mãos para que eu fosse com minha boca saborear todo o seu corpo, como seu eu fosse uma cachorrinha a lamber meu dono. E ele queria muito mais, me jogando no sofá e vindo por cima de mim, beijando-me ferozmente, ficando alguns segundos apenas observando minha respiração ofegante. Me senti um tanto quanto sem reação diante de tamanha sedução, estava extasiada pois o olhar frio e calculista de Maicon a me observar, cada reação que sentia era como se ele já esperasse, pareceu estranho porém fui em frente pedindo para que ele não parasse pois estava sentindo algo que nunca senti antes, sendo realmente dominada, estando vivendo os momentos que sempre sonhei. Ele me beijava como se penetrasse em minha alma, melhores sensações sexuais que já senti em toda minha existência, ele veio beijando meu pescoço, acariciando meu corpo ao mesmo tempo, foi irresistível quando sutilmente tirou minha blusa me deixando sem reação e eufórica, não sabia realmente o que estava acontecendo, mais tinha a necessidade de entregar-me em seus braços.

- Maicon não para.

- Não para com o que, estamos apenas brincando.

- Brincando? Como assim?

- É apenas o começo de tudo que nos espera, com o tempo você vai ver quantas coisas boas a vida nos reserva e as vezes por medo ou até mesmo por crer que não existe acabamos passando por cima de algo realmente transcendental como este momento que estamos vivendo.

- Ta bom! Mais não para, por favor, está gostoso de mais.

E assim ficamos aproximadamente dez minutos, ele parecia não ter medo do tempo, me beijando, acariciando, me admirando e isso que eu achava estranho, pois a maioria dos homens não nos dá a atenção que desejamos, querem apenas o ato sexual em si, e o Maicon era completamente o oposto, pois buscava conhecer minha alma antes de tudo, me deixando por hora duvidando de estar vivendo aquele momento.

Tomei iniciativa e comecei a beija-lo com toda vontade que poderia ter, seu corpo era desenhado com todos detalhes de acabamento onde sutilmente demonstra sua perfeição em cada contorno, fui beijando seu pescoço, abraçando fortemente tentando unir nossos corpos através daquele abraço. Foram ótimos momentos que vivemos nesta fase de auto conhecimento, estava sendo incrível, e o melhor ele não foi além do que eu queria, não passando de nem um limite. Foi simplesmente perfeito. Deixando apenas a vontade de querer um pouco mais.

Quando dei por mim já era 3:00 da manha pedi para que me levasse em casa, ele prontamente me levou em seu carro, em poucos minutos estava em casa, não o convidei para entrar por estar tarde e ter que trabalhar na manha seguinte.

- Quanta coisa em tão pouco tempo, minha vida está virada de ponta cabeça...

Nossa em plena terça feira, chegar atrasada no trabalho, já era 08:00 horas da manhã e eu ainda estava na cama e não poderia faltar por nem um motivo, pois havia lutado tanto por este emprego que por sorte consegui na área que estudo sem contar que é um dos melhores laboratórios da cidade, me arrumei rapidamente, passei uma maquilagem de leve apenas para disfarçar as olheiras da noite de sono que perdi, peguei o ônibus e fui para meu trabalho, no caminho fiquei pensando em tudo que aconteceu horas atrás, e tudo por um simples imprevisto, tudo uma questão de encontros e desencontros passei a crer que para mudar a história de uma vida inteira não precisa muito tempo, foi quando me dei conta que nem me lembrei de pegar o telefone ou até mesmo o messenger para manter contato com a pessoa que me arrebatou me mostrando uma face oculta da vida na qual sempre jurei não existir.

Cheguei as 09:00 horas da manha no trabalho, tive que inventar uma desculpa por ter chegado esse horário, fui logo para o laboratório dar seqüência em alguns resultados que ficou faltando imprimir do dia anterior. Logo quando entrei, veio a Isha me perguntando o que tinha acontecido, pois eu nunca havia me atrasado porque gosto muito de seguir meus compromissos com total rigidez, pois desde pequena aprendi a ser determinada em tudo que faço, se tenho que fazer algo tem que ser impecável, ou melhor nem fazer.

- Isha não foi nada não, foi que o Marcelo não me buscou na faculdade ai tive que ir embora sozinha...

Mais é claro que não disse nada sobre o Maicon e o Max. Pois ninguém poderia ao menos imaginar que fui para casa de um desconhecido que conheci voltando para casa tão pouco tudo que aconteceu naquele local.

- Bruna você nem acredita o que aconteceu comigo ontem?

Veio ela com sua voz um tanto quanto rouca, e um olhar meio assustada, como se tivesse acontecido algo realmente estranho.

- Na madrugada de hoje passei muito medo, ouvi alguns barulhos estranhos perto da minha casa, cães latindo sem parar, ai eu saia na janela para ver se tinha alguma coisa acontecendo, mais não tinha nada, um vento frio, estou ficando com medo. Muito medo.

- O que foi Isha? Está acontecendo algumas coisa mais séria e você não quer comentar comigo? Pois você está realmente estranha, vou terminar aqui de imprimir esses exames para gente continuar essa conversa, estou muito preocupada com você.

E estava realmente preocupada, pois desde que seus pais e uma irmã morreram em um terremoto dois anos atrás. Foi realmente devastador tudo que acontecera naquele pequeno país, sua terra natal, porém desde seus cinco anos quando viera para o Brasil nunca mais foi até Porto Príncipe.

Isha era filha de um interprete bem sucedido em uma multinacional, onde ficou rico em seus primeiros anos de trabalho no Brasil, por hora viajando pelo mundo como também pelo país, se mostrando competente e um dos melhores profissionais do ramo em Brasília. Isha era recém formada em Biomedicina, e pediu ao pai que comprasse um laboratório para ela, e gostando das riquezas naturais de Palmas, acabou por comprar um dos melhores da cidade isso há 5 anos atrás.

Era uma mulher realmente solitária, sozinha no mundo desde o terremoto que por ironia do destino extinguiu toda sua família, no ano de 2010 pois sua avó estava muito doente e seus pais aproveitando que era período de férias que fora viajar para Porto Príncipe para rever sua avó que estava muito doente, e faltando apenas dois dias para que eles voltassem para o Brasil e ocorreu aquele desastre, muitos dizem que não teriam como prever isso, outros buscam uma saída no mundo espiritual, porém para Isha foi o fim de toda sua vida, pois não tinha ninguém além dos pais, apesar de ter vindo de um país pobre, reconhecia sua origem e sabe que tudo que tem deve ao suor de seu pai, podem chamar de acidente ou fúria da natureza porém foi um grande acontecimento avassalador que destruiu milhares de vidas e famílias ao redor do mundo com tamanha destruição. Hoje sem os pais e sem ninguém, ela fica solitária com poucos amigos que fez nestes cinco anos, se trancou no seu pequeno mundinho, passando todo seu tempo a trabalhar no laboratório, administrar os bens deixados por seu velho pai.

Isha era mulher de pulso forte, não gostava de envolver em relacionamentos longos, porque sentia medo, não gostava de sofrer com nada, passou apenas a ter relacionamentos curtos.

Mais estou realmente preocupada com ela, não me parecia nada bem, quando veio falar comigo pela manhã, seu olhar estava de espanto e medo, algo que ela nunca demonstrava para não mostrar fraqueza e nem tampouco lembrar dos tempos difíceis que viveu anos atrás.

Passei o restante da manhã pensando no Maicon ele não saia da minha cabeça, ele era muito misterioso e sedutor, não sei mais o que vou fazer da minha vida, o Marcelo nem sinal de vida sumiu sem deixar nem um recado, e nesse intervalo de um dia eu falar que encontrei um outro cara que está mexendo com meus sentimentos, o que todo mundo iria pensar de mim? Fiquei com aquilo na cabeça por horas.

- Bruna! Vamos almoçar hoje no Shopping Capim Dourado, não estou com cabeça para ir para casa fazer almoço, e queria muito conversar com você algumas coisas que aconteceu comigo esses dias, e não estou mais suportando guardar tudo para mim.

- Tudo bem, só vou novamente tentar falar com o Marcelo para ver se ele da algum sinal de vida, pois ontem ele não foi me buscar na faculdade e ligo para ele só da caixa postal.

Só faltava entregar mais alguns exames, fechar o caixa e já estava liberada.

Liguei para o Marcelo para ver se tinha acontecido algo de sério, ele me atendeu com uma voz de sono, parecendo que estava de ressaca, mais não disse nada, parece que havia acordado naquela hora, e veio com uma desculpa que estava dormindo desde ontem 09:00 horas da noite, e só acordou agora, fui perguntar do celular, ele ficou pensando e só falou que poderia ter descarregado a bateria, fiquei chateada com tudo isso, apenas desliguei o fone e chamei a Isha para irmos para o restaurante almoçar.

Fomos no carro da Isha, um Corolla de cor prata, passando em frente ao bosque onde outrora encontrei com Maicon, senti um arrepio e em seguida meu coração disparar, parecendo adolescente apaixonada.

- Bruna como comecei te falar mais cedo, ultimamente estou sentindo algumas coisas estranhas, como se estivesse vendo vultos, barulhos que verdadeiramente dão medo, mais quando vou olhar para ver se tem alguma coisa não encontro nada. Instalei um sistema de segurança na minha casa e não detecta nada, para ele esta tudo normal mais sinto dentro de mim que tem algo me sondando.

Era realmente sério o que ela estava falando, com sua voz levemente rouca e um tom apreensivo vi uma lágrima rolar de seus olhos entremeio de nossa conversa.

Depois do almoço andamos um pouco pelo shopping parando em várias lojas para apreciar as vitrines, mais quando passei vi um vestido preto da Dolce & Gabbana, fiquei fascinada me imaginando dentro dele em alguma festa ao lado do Maicon, falei pra Isha que iria experimenta-lo pois gostei muito.

- O que você achou de mim e vestido? Ficou Legal?

- Lógico que sim! Você sabe que fica linda com qualquer coisa, esse seu corpo cai bem com qualquer roupa, ainda mais com este vestido lindo como esse.

- Vai pode falar, pode ser sincera.

- Mais sério do que isso, você sabe que você é linda, mais agora quero saber onde você está querendo usar ele? Ta saindo com algum gatinho e nem me contou?

- Não é pra nada em especial, apenas achei ele bonito e você falou que combinou então vou levar.

No caminho para o laboratório ela não parava de me perguntar parecendo que sabia que estava acontecendo algo.

- Bruna quero você sempre perto de mim, você me transmite uma vibração tão boa, até mesmo esqueço de tudo que está acontecendo ultimamente na minha vida

- Eu também adoro ficar contigo, na verdade você pra mim é minha patroa somente dentro da empresa do lado de fora é a minha única amiga de verdade, pois as meninas da faculdade são tudo meninas fúteis e falsas, já você é uma verdadeira irmã.

- Não fala assim! Ta querendo me fazer chorar. Você sabe que é a única pessoa próxima que eu tenho, depois que meus pais morreram me sinto muito só, tenho vivido apenas para trabalhar, não gosto nem de ficar pensando nisso. Mais voltando ao assunto, você ta saindo com algum gatinho ou está tentando surpreender o Marcelo? Se tiver saindo com alguém e tiver algum amigo me apresenta pra ele.

- Não tem nada disso não, só comprei por comprar, você sabe que sou consumista. (risos)

- Ta bem, vou acreditar, mais se tiver algum amigo bonito e inteligente para me apresentar estou aceitando, vou voltar a dar um tempo para mim e tentar deixar de lado meus problemas e preocupações com o trabalho porque depois a vida passa e não aproveitamos e eu quero mais é viver, curtir, ter prazer, beber, fumar, transar para não morrer uma velha capitalista cheia de dinheiro e vazia nas experiências de vida.

Ela estava realmente certa em relação a isso fiquei pensando muito sobre os valores morais impostos por nossa sociedade, que eu sempre julgo sociedade anti-social, pois a mesma sociedade dita as regras para seguirmos hoje, amanhã já estamos em outra realidade.

- Concordo plenamente, estou me sentindo presa atualmente e sei bem o que isso quer dizer, me sinto sem força de expressão, sem capacidade de demonstrar quem realmente eu sou e não tenho mais tanta certeza do amor que antes sentia pelo Marcelo, estou pensando seriamente em terminar nosso namoro.

- Me conta vai, por favor.

Fiquei pensando se poderia falar sobre o Maicon com ela, apesar de ser como uma irmã pra mim, ainda era muito cedo.

- Isha!

- Fala pode falar, você está com uma cara que tem algo sério para dizer.

- No momento eu estou pensando que estes dois anos de namoro com Marcelo não passou de uma pura ilusão e acho que vou terminar com ele, vou seguir aquilo que você falou agora a pouco, vou viver a vida e não apenas a deixar a passar.

- Parece que estamos vivendo os mesmos dilemas com personagens diferentes.

- Nossa nem me fala, já tem algum tempo que o Marcelo está agindo diferente comigo e muito distante, e ontem ele não poderia ter feito daquele jeito comigo, estou muito chateada com isso.

- Pensa direitinho no que você for fazer, pode contar comigo para qualquer coisa você sabe disso. E se quiser pode até vir morar comigo se você achar melhor, como você sabe minha casa é enorme e moro sozinha e agora com aqueles rumores que te falei, ando um tanto quanto assombrada com os vultos e os barulhos que vem acontecendo e não encontro origem para nada nem as câmeras de segurança consegue captar qualquer coisa, mais tenho certeza de ver vultos e ouvir esses barulhos estranhos parecendo uivados de lobos.

- Que estranho isso, não acredito nessas coisas não só acredito no que é palpável, pois nem no que vejo não ando acreditando depois de tantas coisas que vemos nos noticiários é difícil alguma coisa me fazer passar medo. Mais se você quiser posso passar alguns dias na sua casa, se agente se entender e der certo até vencer o mês que aluguel da casa que estou morando, ai eu topo agente morar juntos só não vou direto para morar porque podemos não dar certo ficando o tempo todo juntas, se passarmos por essa adaptação ai podemos ficar definitivo. Pode ser?

- Você sempre com essa racionalidade fora do comum sempre pensando em todas as possibilidades, mais está falando sério sobre passar alguns dias lá em casa, pelo menos até eu não ver mais essas coisas, pois tenho muito medo disso. Me sinto muito frágil, apesar de nunca demonstrar ser, apenas luto contra meu verdadeiro “eu”.

Chegamos no laboratório mais aliviadas, tanto eu quanto Isha estávamos nos entendendo bem e tive mais certeza de tudo que ela é para mim, e as horas passaram como se estivesse dormindo, voaram literalmente, no final do expediente liguei para o Marcelo e pedi para que ele fosse me encontrar em casa antes de eu ir para faculdade pois queria falar algo sério com ele. O estranho é que quando eu realmente preciso dele ligo centenas de vezes e não atende. Agora quando estou decidida a terminar tudo ele atende de primeira e aceita prontamente vir até minha casa sem relutar.

- Isha então ficamos combinadas, amanha já trago algumas roupas e vou passar esses dias na sua casa.

Ela se ofereceu para mim deixar em casa, e eu aceitei pois estava angustiada pela situação que viveria em poucas horas com Marcelo.

Fiquei pensando em todos momentos bons que vivemos, nossas viagens, nossas brincadeiras.

Me lembro bem o dia em que o conheci, eu recém chegada na cidade andava sozinha, e ia para o Shopping todos os dias, e comecei a observa-lo, todos os dias ele estava lá com alguns amigos conversando e tomando um chopp, passei a admirar e deseja-lo pra mim, a principio foi uma coisa de adolescente, uma atração talvez, apesar que nunca tive uma relação sexual antes de conhece-lo, e nem durante nosso relacionamento, apesar de tudo como sempre foi desde o inicio ele mostrava preocupar mais com o trabalho do que comigo. Nossa viagem para Fortaleza, na verdade vivemos muitos momentos bons, mais não está sendo bom para mim e isso é realmente o melhor a fazer.

Nem tanto por causa do Maicon, como também por minha felicidade, não estou sendo feliz com ele e nem tampouco sei se verei o Maicon novamente, e sim pela vontade de viver e ser alguém e não apenas dependendo de uma pessoa que não me da o valor que mereço.

Hás 18:45 em ponto bate na porta.

Ele estava com um olhar abatido como se soubesse que tinha algo realmente sério para resolvermos nas próximas horas.

Ele veio querendo me beijar, mais eu não iria fazer isso pois estava realmente decidida sobre tudo que iria fazer, o sentimento não era mais o mesmo.

- Entre, por favor!

Falei um tanto quanto séria e não dando o beijo que de costume damos sempre que nos encontramos independente da situação.

- O que está acontecendo meu amor?

Ele disse com um tom de voz baixo, pressentindo estar a acontecer algo.

Se eu dissesse que queria terminar de uma vez nosso relacionamento ele com toda certeza iria perguntar e até mesmo investigar se eu estava me relacionando com outra pessoa e a única saída que encontrei foi pedir para que déssemos um tempo para ele dedicar há sua carreira e definir suas prioridades porque não estava dando certo para mim daquele jeito. Quero um relacionamento com doação integral e não seja apenas ocupar uma parte da vida de alguém.

- Senta ai no sofá, temos que conversar um pouco agora, defini algumas coisas para minha vida e espero que você compreenda.

- O que foi que você fez?

- Acho melhor agente dar um tempo no nosso relacionamento, apesar que no final de semana termos comemorado dois anos de namoro, estou me sentindo muito preza onde estou me doando por completa e não vejo o mesmo de você pois sempre o seu trabalho esta em primeiro lugar...

- Mais Bruna não fala assim, para mim agente estava indo tão bem, você há tempos não reclama, não fala nada...

- Você acha realmente que é preciso ficar reclamando, sua atenção e preocupação está voltada completamente para seu trabalho e ânsia de seguir na sua carreira executiva deixando sempre de lado nosso relacionamento, estou cansada de ter que estar sempre disponível para você, porém só quando seu trabalho da tempo que podemos ficar juntos.

- Não seja tão radical. Você esta com um outro alguém?

- Não tem ninguém não, apenas tem eu, que quero viver minha vida, estou me sentindo muito presa, com muita doação e pouca receptividade em relação a tudo que eu faço por nós dois.

- Você tem certeza disso que está fazendo? Vamos combinar de dar apenas um tempo para refletir, não quero jogar tanto tempo de namoro fora sem tentar dar ao menos mais uma chance.

- Vamos fazer assim, eu vou passar alguns dias na casa da Isha pois esta acontecendo algumas coisas estranhas na casa dela, e vou pegar esse tempo para refletir, depois disso agente conversa direitinho.

E assim terminei o dialogo com Marcelo aquele dia, sem saber que seria uma das ultimas vezes que estaria falando com ele em forma comum, e sem ele ao menos sonhar que seria os últimos momentos que viveríamos juntos, pois após aquele momento abrimos uma lacuna enorme em nossas vidas dando boas vindas para uma adorável sequencia de horrores em toda cidade e região.

- Tudo bem, quando eu me sentir melhor te procuro para vermos como vai ficar essa situação, só vou lhe pedir para que não fique pegando no meu pé, me ligando, indo atrás de mim, vamos deixar acontecer! Certo?

Ele ficou cabisbaixo por alguns instantes, olhou nos meus olhos disse apenas umas poucas palavras que me deixou comovida, porém não ao ponto de mudar de opinião, apesar de ter parecido sinceras.

- Mesmo assim eu ainda te amo e estarei sempre a te esperar pois para mim nunca foi uma ilusão, posso até ter errado algumas vezes mais foi sempre em busca de dias melhores para nós dois.

- Tudo bem, mais faça como pedi deixe que quando tudo estiver bem eu lhe procuro.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que tive que falar que iria sair.

- Marcelo! Vou ter que sair agora para arrumar algumas coisas porque amanha mesmo já vou para casa da Isha para ficar lá alguns dias e tenho algumas pendências para arrumar.

- Me da ao menos um abraço, para que eu possa ir embora!

Não pude resistir a maneira que ele falou, demos um abraço apertado realmente cheio de vida.

- Tchau!

Falei com uma voz um pouco roca.

-Tchau! Te amo...

Essas foram suas ultimas palavras naquele dia, logo em seguida entrei em casa e me coloquei a pensar. Chorei bastante mais tinha certeza que seria melhor para mim, estava realmente disposta a viver minha vida, recuperar o tempo perdido. Tomei um banho verdadeiramente relaxante, perdendo alguns minutos comigo, dando ao meu corpo um banho de ervas para revitalizar e recuperar minhas energias. Foi um banho demorado deu para passar toda minha vida na minha cabeça e a ficha caiu dizendo que eu tinha feito a coisa certa. Logo em seguida liguei para Isha falando tudo que tinha acontecido e que agora sim eu estava livre para ir para sua casa.

- Alô! Isha.

- Sim.

- Aqui é a Bruna, então acabei de resolver todas minhas pendências com o Marcelo, rompemos nosso relacionamento, mais ele ficou acreditando que foi só um tempo, deixei assim, mais ficou claro para ele que quando eu ver que está no momento de voltarmos eu iria atrás dele, porque não quero que ele fique me procurando, quero experimentar a liberdade sem sentir o remorso de estar sendo desleal com alguém.

- Mais você está feliz?

- Lógico! Me sinto estranha, uma liberdade que eu não lembrava mais que existia, mais estou muito bem.

- Que horas tem como você passar aqui para pegar minhas coisas, e agente pode até sair um pouco para distrair.

- Pode terminar de arrumar ai tudo certinho que daqui mais ou menos meia hora eu passo ai para te pegar.

- Ta bom. Beijos

- Tchau.

Arrumei minhas roupas dentro de uma mala, coloquei alguns vestidos, duas calças e três blusinhas, maquilagem, brincos, pulseiras, lembrei de colocar algumas langerris e algumas coisinhas a mais, coloquei duas sandálias de salto alto e duas rasteirinhas.

Nossa não passou nem 20 minutos que a Isha ligou e já está buzinando, fiquei pensando, fui abrir o portão para ela entrar, mais tomei um susto.

- Surpresa meu anjo.

Falou o Maicon com aquela voz encantadora e seu sorriso brilhando como da primeira vez que nos vimos.

- Nossa que surpresa vocês dois aqui agora. Vamos entrar, estou arrumando algumas coisas aqui porque vou passar alguns dias na casa de uma amiga, e por falar nisso ela está vindo aqui para casa daqui a pouquinho para me pegar, até pensei que fosse ela que tivesse chegado aqui agora.

- Se formos atrapalhar pode falar que vamos embora, não queremos te atrapalhar, só passei para ver como que estava, porque não trocamos telefone aquele dia quando vim lhe deixar aqui em sua casa.

- To bem! Muito bem!

- Muito bom ver você assim. Mais o que está te fazendo tão bem assim.

- Acabei de terminar meu namoro agora a pouco.

- E está tão bem assim.

- É que como eu te falei, ele não me dava a atenção que eu preciso, e não estava tão bom, preferi dar um tempo, quero viver um pouco.

- E isso é bom, como te falei, não deixe sua vida passar apenas observando tudo ao seu redor, procure viver sempre.

- Por isso mesmo que agi assim, e depois que ficamos na sua casa, vou confessar que mudou muito minha concepção sobre prazer, sobre relacionamento, sexo, sobre muitas coisas, porque na verdade eu tinha tudo isso, mais dentro daquilo que posso ter, parei para refletir e vi que o que tenho não é nada.

- Que bom que pude fazer você ver algo bom da vida, o bom da vida é isso, crescermos e aprender a cada dia.

- Você sempre com suas frases motivadoras e reflexivas.

- Alguma mentida no que eu disse?

- Não, não! Isso é bom, mais agora mudando de assunto, porque você sumiu aquele dia Max, foi pra dentro de casa, sem falar nada e não voltou mais, ficou fazendo o que?

- Fui arrumar algumas coisas no quarto depois dormi.

- Então como falei, minha amiga está chegando daqui a pouco e ela não pode saber de nós dois viu!

- Tudo bem!

- É que ela é muito curiosa e como terminei com o Marcelo hoje, e também comprei um vestido mais cedo e ela já começou com essas perguntas e não quero que pareça que terminei meu namoro por sua causa.

- Ta bem, mais é essa sua amiga que você vai ficar na casa dela?

- Ela mesmo. Ela na verdade é minha patroa, mais somos muito amigas, porque somos sozinhas aqui em Palmas, vamos nos unir para fazer companhia uma a outra.

- Hummm... E ela é solteira? Como que ela é?

Essas foram as primeiras perguntas do Max sobre a Isha. Falei um pouco de como ela era, que era como uma irmã para mim, que é muito linda e especial. Quando terminava de falar ouço ela chamando no portão, e fui rapidamente atende-la.

- Amiga entra! Chegou alguns amigos aqui em casa acho que vou ter que demorar um pouquinho, porque fica chato mandá-los embora.

- Que isso, também não tenho nada para fazer hoje. Mais quem são eles. Você nunca me falou nada sobre eles.

- Conheci ontem quando voltava da faculdade, ai ele veio aqui hoje.

- Quero saber tudo depois.

- Oi meninos, então essa é a Isha minha amiga que falei para vocês que iria passar aqui.

- Prazer em conhecê-la.

Falou o Max rapidamente dando um pequeno beijo no rosto dela.

- Então o que fazem de bom aqui em Palmas?

Perguntou a Isha tentando interagir enquanto eu terminava de arrumar minhas roupas.

- Então, estamos aqui tem pouco tempo, na verdade poucos meses, viemos para ver se montamos algum negocio aqui.

- E você o que faz aqui?

- Sou biomédica, e tenho um laboratório de analises clinicas.

Enquanto o Max se deliciava em conhecê-la, fui para o quarto arrumar o restante das coisas, e chamei o Maicon para vir comigo para deixar que os dois pudessem conversar.

Quando terminei arrumar minhas coisas dentro da mala, chamei-o para que pudéssemos ir para sala e chamar os dois para irmos para algum barzinho ou algum restaurante, foi como se eu não tivesse falado nada, ele apenas me abraçou, me apertando e me beijando fortemente. Cai em seus braços, e ele me jogou na cama beijando todo meu corpo com uma habilidade fora do comum, me deixando realmente louca de prazer. Como a Isha e o Max estavam na sala e não sabia o que estava acontecendo, falei para ele não ir muito longe e deixássemos para mais tarde o melhor. Ele me ouviu apenas aquecendo meu fogo, ficamos assim por aproximadamente dez minutos e fomos para sala, ao chegar tenho uma enorme surpresa, Isha esta totalmente nua entregue aos braços do Max, uma cena realmente linda de se observar, o Maicon pediu para que eu fizesse silêncio para deixar os dois viverem aquele momento, pois se fosse conosco também não iria gostar que interrompesse. Sendo assim chamei-o para que fossemos para o quarto continuar o que havíamos começado.

- Olha não vamos fazer muito barulho para não atrapalhar eles e também para não dar muito na cara o que estamos fazendo, pois a Isha não sabe que estamos nos relacionando.

- Tudo bem, mais porque tanto medo que ela saiba que estamos juntos?

- Não é isso! É que não quero que fiquem falando depois que terminei com o Marcelo e já estando com você, é sério, não me leva a mal.

- Tudo bem.

E ele veio faminto, e eu um tanto quanto recatada, pois estava com medo da Isha entrar no meu quarto a qualquer momento, nos controlamos bastante até quando eu vi que não conseguiria mais me controlar e pedi para que ele parasse e ficássemos apenas conversando, ele relutou um pouco, porém aceitou.

- Então, você terminou seu namoro de dois anos da noite para o dia, por que mesmo?

- Aquilo que você me falou sobre viver a vida, não deixar passar em branco fiquei refletindo muito sobre isso e acabei concluindo que meu namoro estava sendo mais maléfico do que benéfico, preferi dar um tempo e ver como fica minha vida, na verdade quero mudar de vida.

- Como assim mudar de vida? Não estou entendendo.

- Dar um tempo para mim, fazer novas amizades, viver novas aventuras, sinto falta disso e pra falar a verdade nunca pensei que isso fosse possível para mim.

- Não fala assim vai, você merece tudo, é uma moça linda, dedicada, trabalhadora e com muita força de viver.

- Para vai! Desse jeito eu fico sem graça.

- Mais é verdade.

- Agora me fala um pouco mais de você.

- Não tenho muito do que falar de mim, levo uma vida monótona onde não tenho mais novidade e prazer em fazer quase nada, já fiz de quase tudo nesta vida, passei pelos lugares mais variados que você pode imaginar e agora estou aqui.

- Nossa tão novo e já viveu tantas coisas, já eu os únicos lugar que conheço é Maceió e umas cidadezinhas lá perto e aqui em Palmas, fora algumas viagens a passeio que fiz.

- Mais isso é bom, e você ainda é nova, vai ter muito tempo para isso, pode ter certeza, o tempo é o senhor de tudo, estamos nas mãos dele.

- Você sempre com suas filosofias.

- Mais é verdade, não é filosofia é a realidade de todos, se formos amigos do tempo podemos viver alguns segundos e valer pela eternidade, porém se formos inimigos do tempo podemos viver toda a eternidade e nada valer à pena.

- Por pensar assim que estou disposta a mudar de vida, sair desta rotina, buscar novos horizontes, tentar recuperar tudo que perdi e conquistar cada dia mais.

- Isso mesmo, tem que ser assim, e em quanto eu tiver dentro dos seus novos padrões de vida, estarei aqui sempre, pode contar comigo, antes de qualquer coisa do lado sentimental e sexual, pode saber que aqui tens um amigo.

- Pode ter certeza que vai sempre estar aqui comigo, apesar que nos conhecemos a tão pouco tempo, você me mostrou ser uma pessoa de caráter e só tenho a agradecer ao destino por ter lhe encontrado aquele dia no bosque.

- Pelo jeito não é só você que agradece, pois ali na sala a coisa esta pegando fogo.

Falou o Maicon com a porta entre aberta, me mostrando uma cena bem quente, Max estava deitado no sofá semi-nu, apenas com a camisa, e a Isha estava totalmente nua, com seu corpo escultural, ajoelhada a sua frente brincando com seu membro, estava realmente dominada, nunca imaginava-a em uma cena como aquela que presenciei, era como se tivesse uma habilidade que julgava sempre não existir pelo fato que há tempos não se relacionava com ninguém, estava havida em cada ação, cada sutil detalhe daquele ato que estava praticando e ele olhava com um olhar um tanto quanto estranho, seus olhos estavam vermelhos, seu rosto foi ficando desfigurado.

- Vem aqui me dar um beijo agora!

Falou Maicon com um ar de apreensão como se estivesse acontecendo algo que eu não poderia ficar sabendo, voltei para cama e começamos a conversar algumas coisas que achei um pouco sem sentido, veio me falando de coisas do passado, na verdade muito passado, alguns acontecimentos bíblicos que deram origem há um povo que muitos julgam ser mitológicos porém era real, o ruim foi que quando perguntei há que povo Caim dera origem ele ficou por alguns segundos em silêncio, olhou nos meus olhos e apenas disse que não demoraria muito para saber.

Fiquei com aquilo na cabeça, liguei o som do meu home theater com uma musica um pouco acima de ambiente para ver se o Max e a Isha se acamavam para podermos ir lanchar um pouco, e quem sabe tomar alguma bebida, pois ficar trancada no quarto e não estar tão a vontade é muito complexo, pois se começarmos a fazer algo e eles perceberem é chato, então prefiro que ocorra com mais privacidade ou ambos sabendo da situação. Pois assim é mais complicado, eu não estava preparada para acontecer tantas coisas como aconteceram hoje, e tudo tão rapidamente.

- Já pode vim...

A Isha falou com sua voz rouca, quando fui para sala ela e o Max sentados abraçados, ela com um sorriso estranho estampado em seu rosto. Tinha convicção que algo estranho acontecera naquela sala, porém fiquei um tanto receosa de perguntar na presença dos dois, iria deixar para falar sobre isso em uma hora mais oportuna.

- Então o que acha de irmos para o Vila de Palma para gente se alimentar um pouco e tomar alguma coisa.

Todos concordaram, a Isha apenas pediu para retocar a maquilagem para podermos ir. Fomos todos no carro do Maicon, pois se todos bebessem daria menos trabalho para ir embora. Eu e o Maicon fomos na frente, enquanto eles seguiam no maior Love no banco traseiro do carro, quase 20 minutos depois chegamos, logo na entrada percebi o luar, como estava linda a lua naquela noite, me recordo muito bem daquela noite de 21 de agosto de 2012, deixei que eles entrassem e fiquei alguns minutos observando cada estrela, a brisa suave caindo sobre mim, foi algo realmente transcendental, entrei logo em seguida e lá estavam eles sentados em uma mesa no fundo, e pra variar já estavam tomando Vodka, bebida que a Isha adorava e sempre falava que quando se tem muita vodka não tem nem um pouco de vontade própria, tiro por mim mesmo que as vezes quando bebo bastante faço coisas que jamais faria em meu estado normal.

- Vocês dois heim...

Falei com um tom de brincadeira...

- O que tem nós dois?

- Nada não Isha, só to brincando, mais é bom isso, eu estava sem graça para falar com você sobre o Maicon e por sorte você e o Max se deram muito bem.

- Não nos damos bem, apenas nos reencontramos foi uma sinergia imediata quando nos vimos, ela é algo em que eu estava procurando há séculos, e ela estava a esperar por mim.

- Interessante isso, papai Noel também existe.

- Estou falando sério sobre isso, há séculos espero por ela, veio como sempre desejei, até mesmo apreço por vodka.

- Muito bom isso, é bom nos encontramos para fazermos aquilo que o destino nos reservou.

Ficamos com esse bate papo por alguns minutos, uma banda regional começou a tocar algumas musicas de MPB, Pop Rock estilos musicais que eu adoro, estava sendo uma noite inesquecível, eu e o Maicon estávamos dando super bem, e por incrível que pareça, Isha e Max estavam cada vez mais entrosados e levando a sério toda aquela história de que haviam sido feitos um para o outro e estavam a espera deste encontro. O álcool começou a subir e por volta de 02:30 da manhã decidimos ir embora, apesar que a festa ainda estava muito boa, com bastante gente bonita e musicas interessantes.

Fomos embora para minha casa, pois estava tudo certo para ir para casa da Isha, porém como não teve como levar as coisas preferi que fossemos para minha casa, apesar de só haver um quarto e pelo jeito teria muita coisa para acontecer antes que dormíssemos, chegamos em casa fui logo para o banheiro tomar um banho enquanto ficaram na sala, pois estava bem mal, ao começar tomar banho vejo que não estava sozinha no banheiro, Isha entrou logo em seguida.

- Amiga como que você conhece uns deuses desses e nem me avisa, vou te perdoar só porque o Max é tudo de bom e estamos juntos, porque se não iria te perdoar de maneira alguma.

- Tudo bem, eu ia te contar tudo, mais era na hora certa, pois na verdade não terminei com Marcelo por causa do Maicon e sim por alguns itens que levei em consideração sobre minhas prioridades, mais já está tudo certo.

- Está tudo certo sim!

- Então me conta como que aconteceu, que em poucos minutos você e Max já estavam nas nuvens, olhei pela porta entre aberta e vocês estavam nus, praticamente você fazendo sexo oral nele.

- Nossa vocês viram, eu não sei como que aconteceu ao certo, pois parecia que eu não estava controlando meu querer, ele é simplesmente tudo, só sei que estou louca apaixonada por ele, e chapada agora.

Fiquei pensando comigo mesmo, o porque tivemos a mesma reação, havia realmente algo de estranho naquele olhar, mais eu não poderia jamais decifrar o que era e onde iria chegar.

- Maicon vem pro quarto!

Falei com uma voz um tanto quanto rouca, eu estava com grande nível de alteração por conta da Vodka, mais era uma sensação boa, não sentia culpa, preocupação, apenas relaxada.

- Minha gata, você está bem?

Perguntou Maicon com sua carinha de anjo, um olhar observador.

- Lógico que está! Vem deita aqui comigo, to carente, sozinha.

- Só vou falar algumas coisas com Max e já venho.

Ele foi até a sala demorando apenas uns 5 minutos e veio com uma cara de entusiasmo e veio para cima de mim de um jeito encantador e difícil resistir.

Ele me abraçava, beijava meus seios, seu corpo colado ao meu me levando ao delírio e êxtase total, fiquei totalmente nua deitada em minha cama, ele deitado ao meu lado a me acariciar, como havia falado antes que adoro mordidas, arranhadas, tapas na verdade sou um pouco sado masoquista, ele me batia com vigor me deixando cada segundo com mais tesão, não sabendo eu que aquilo poderia ser algo realmente muito perigoso, ele começou a se desfigurar, seus olhos ficaram um tanto quanto radiante com uma cor azul intenso com entretons em vermelho, sua face começou a mostrar feições estranhas que até então só havia presenciado em filmes, meu coração começou acelerar, comecei a suar frio, arrepiar, um medo profundo invadiu minha vida, não sabia se estava sonhando ou até mesmo delirando por causa do álcool em meu organismo, porém parecia tão real.

- Fica em silêncio e não grita, se você gritar te garanto que vai ser mais doloroso e pior para todos.

- O que está acontecendo? Me fala por favor!

- Preciso falar mais alguma coisa?

Disse ele mostrando suas presas, elas brilhavam, e isso só aumentava meu medo, pavor, fiquei alucinada.

- O que é isso? Quem é você?

- Eu? Eu sou o Maicon por quem você se apaixonou, abandonou projetos e namoro e está aqui com você agora.

- Não! Eu não te reconheço, você é um monstro! Um animal.

Ele se irritou mostrando em sua face o desaponto com essas poucas palavras me dando um tapa com uma força incomum em minha face, quando cai em uma ponta da cama e pude ver que estava sangrando do lado esquerdo do meu rosto, sinal deixado por sua unha.

- Vem delicia! Vem no seu vampirão!

Ele me provocava, batia em meu corpo, me passava medo com essas palavras, e eu não estava suportando, quando eu pensava em gritar ele já estava tapando minha boca e dizendo que eu não poderia fazer isso. Eu não poderia esconder nada de seus pensamentos, ele dominava-me tanto em corpo como em pensamentos. Foi uma tortura sem fim.

- Estou sem forças, não quero tentar e lutar, pelo menos me mata de uma vez, não quero sofrer assim! Me mata vai! Pode matar, não vou fazer falta a ninguém.

- E quem disse que eu quero que você morra? Quero ver até onde é seu limite. Você acha realmente que foi apenas uma atração comum que fez que você fosse até nós no fim de semana no bosque?

- Você estava me usando, que nojo, me sinto um lixo! Não acredito que o tempo todo fui manipulada por você e fazendo eu terminar meu namoro.

- Não eu não fiz nada e você sabe disso, apenas te mostrei que pode ser diferente e você achou por bem assim.

Tudo ficou escuro! Ele veio para meu rumo e não senti, não fiz, não sei mais o que aconteceu, meus olhos perderam as forças de se abrir, meu pensamento parou após isso não sei mais o que aconteceu naquele Maldito Dia.

Não sei ao certo quanto tempo se passou desde que tudo aconteceu, acordei com corpo estranho, sem saber direito onde eu estava, era um quarto totalmente diferente de tudo que eu conhecia, nunca estive nesse local era como se estivéssemos em alguma pousada ou algo assim, minha cabeça estava a mil por hora, e o olhar tenebroso de Maicon e me observar de uma forma estarrecedora.

- Onde eu estou? O que aconteceu?

- Você não se lembra de nada?

- Não! Por que deveria lembrar?

- Depois de tudo que fizemos e o que aconteceu você realmente não se lembra de realmente nada?

Ele me disse que estávamos em uma cidade no interior do Rio de janeiro, Campos Flores este é o nome da cidade que estamos, que estávamos ali havia aproximadamente uma semana e que eu estava dormindo há dias, que me trouxe em seu carro e me alimentando sempre que percebia que eu necessitava de energia.

- Como você está agora?

- Tentando recompor minha cabeça e tentando lembrar de algo, só lembro que voltamos do Villa de Palma, tomei um banho e fui me deitar, não recordo de mais nada. Quanto tempo se passou?

- O tempo é o que menos importa, temos toda a eternidade para vivermos nossa morte!

- Como assim vivermos nossa morte?

- Você não tem mais vida.

- Tenho eu estou completamente viva, falando com você apesar de estar completamente cansada, fraca e sem forças tenho vida sim. Tenho fome!

Na verdade eu não poderia ter dito aquilo pois aconteceu uma das cenas mais marcantes que presenciei e só tinha visto em filmes, ele com rua unha apenas fez um corte em seu pulso, meu corpo começou a se contorcer em presenciar tal cena, minha boca começou a salivar com grande intensidade, como se eu desejasse aquele liquido, senti criar forças que nunca tive, uma pressão em meu crânio minha boca doía bastante em menos de um minuto era como se criasse uma extensão de minhas presas e como se por instinto eu estava a sugar em seu braço desejando todo aquele sangue, enquanto sugava seu sangue vinha em minha mente reflexos desfragmentados de uma cena de dar medo. Eu não parava desejando cada vez mais aquele liquido da vida, tinha um gosto adocicado, gosto do prazer e da sobrevivência.

- O que está acontecendo?

- Você apenas esta recuperando lembranças do Grande Dia, o dia em que nasceu de novo, nasceu para eternidade, você acha que realmente vivemos somente em livros, filmes e mitologia? Você é real, eu sou real.

- Por que eu?

- Não tem o porque, e sim pelo fato de ver suas qualidades e estar há sua espera durante anos para ser minha companheira, apenas escolhi o momento certo para que tudo acontecesse. Com o tempo você vai ver que não é tão simples assim, deita mais um pouco, você precisa descansar porque temos muitas coisas para fazer por aqui.

- E a Isha o que vocês fizeram com ela?

- Em breve você irá saber de tudo. Tudo no momento certo, aprenda isso.

Fiquei deitada pensando em tudo que estava acontecendo, como poderia estar agindo daquela maneira? Eu estava sonhando? Fiquei pensando durante horas até pegar no sonho. Maicon disse quando acordei que passei mais 3 dias adormecida, mais era como se estivesse dormido apenas mais uma noite qualquer.

- Me explica tudo que esta acontecendo agora. Não vou ficar nesse seu joguinho não! Quero voltar para minha vida, você não pode fazer isso comigo.

Falei quase gritando com ele!

- Você quer toda verdade, vamos começar mais primeiro coloque uma roupa e vamos caminhar um pouco pela cidade enquanto lhe falo tudo.

Tomei um banho rápido, coloquei o vestido que havia comprado dias atrás e coloquei uma sandália, ficando da maneira que havia pensado quando comprei e tudo sem planejar, era tudo tão estranho.

- Pronto! Podemos ir.

Seguimos para fora do quarto, era aproximadamente 23:00 horas, e tive certeza que estávamos em uma pousada que por sinal era muito bonita, uma cidade encantadora com muita gente pelas ruas, tudo tão calmo, tão bonito e eu observava tudo ao redor, milhares de imagens passavam em minha mente, como um verdadeiro filme de terror, imagens, sons, eu estava ficando louca observando tudo ao meu redor e este filme em minha mente, andamos aproximadamente 15 minutos em silencio, ele não emitia sequer um ruído.

- Por aqui!

Foram suas palavras rompendo o silencio, seguimos rumo há uma área verde, como se estivéssemos adentrando em uma área florestal, mata fechada com grandes arvores e com certeza teria um riacho ou uma pequena cachoeira pelos ruídos que estava ouvindo, não demorou 10 minutos e estávamos em frete uma cachoeira linda com algumas pedras em sua margem.

- Pode sentar.

Sentei e fiquei observando tudo! A lua estava cheia, cintilando e iluminando o local, ele veio para meu rumo, caminhando com passos lentos e com seu olhos vermelhos como se estivessem pegando fogo, parou em minha frente olhou para lua e aos poucos aconteceu com ele da mesma maneira que aconteceu comigo mais cedo, porém seu corpo ficava inerte enquanto olhava para lua e seus dentes começava a crescer instantaneamente.

- Não há muito para te dizer!

- Como não?

- São poucas palavras que definem tudo.

- Somos vampiros apenas isso, vampiros! E vivemos a margem da sociedade devido imposições fisiológicas que necessitamos para manter nossa existências, necessitamos de sangue para sobreviver, por tal motivo devemos ficar sempre mudando de cidades, países para que não caiam sobre nós as mortes, sumiço de pessoas, mortes de animais entre outras coisas, e hoje não estamos mais em Palmas, e você não precisa se preocupar com nada, apenas esquecer sua vida de humana, pois preparamos tudo para que ninguém possa vir atrás de nós.

- O que vocês fizeram?

- Colocamos fogo na sua casa, ficou como se fosse um incêndio e colocamos o corpo de uma pessoa no lugar para ser carbonizada e todos pensarem que é você. Sobre a Isha não precisa se preocupar, ela está bem, o Max está cuidando direitinho dela, eles estão em uma cidade vizinha fazendo uma pequena sondagem e ele está treinando ela a se adaptar em nosso meio, algo que irei fazer com você o mais rápido possível.

- Como assim treinando ela?

- Ensinando métodos de como ela deve agir, selecionar vitimas e não deixar a oportunidade de viver, matando-os realmente, pois se não for treinados com vampiros experientes podem deixar a vitima viva e nos dar muita dor de cabeça.

Ficamos ali alguns minutos em silencio enquanto isso os filmes em minha mente vinham com mais intensidade, me deixando a beira da loucura. Fiquei algum tempo vendo homens se matando, sofrendo, gritos de pavor, relações sexuais sangrentas cheias de dor e sangue, Maicon chegou até mim com um gato, um animal indefeso e pediu para que eu mordesse e sugasse todo seu sangue, para ir me acostumando, pois em tempos difíceis seria quase impossível me alimentar sempre com sangue humano.

- Não vou fazer isso! Não sou esse monstro que você pensa que sou.

Eu não estava acreditando em tudo que estava acontecendo, mais ele colocou o gato bem em minha frente, pressionando sua cabeça, suas veias começaram a saltar, seu pescoço estava me convidando, e como mais cedo também não pude me controlar, sentia cheiro de sangue, e estava faminta, olhei para lua e em questão de segundos lá estava minhas presas ponte aguda. Olhei com remorso para aquela criatura indefesa, mais não pude controlar, peguei seu pescoço como se estivesse dando um beijo, meus dentes penetraram sua pele com muita facilidade, comecei a sugar seu sangue, é um prazer inexplicável, quando não havia mais nada de sangue fiquei observando-o, Maicon pegou-o de minha mão e apenas jogou para dentro do riacho.

- Não pode ter pena de suas vitimas, ou você passara a ter dificuldades para se adaptar como também para sobreviver em nosso meio.

Tudo começava a fazer sentido agora, os barulhos na casa da Isha, a atração que sentia quando estava perto do Maicon. Fiquei ali inerte, apenas refletindo e olhando fixamente para lua. Era como se me comunicasse com ele, me mostrando tudo que devia fazer, me dava força, me mostrava o lado mais macabro que poderia existir na vida de uma pessoa. As imagens não paravam de passar em minha mente, mortes, mortes cada uma diferente da outras, das maneiras mais trágicas que uma pessoa poderia enfrentar.

- O que são essas imagens que não para de passar em minha mente? Já não estou entendendo mais nada.

- Não se preocupe com isso, são apenas visões e memórias de seus ancestrais vampirescos, para que saiba da sua origem e de tudo que passaram para chegar onde estamos hoje.

Fazia sentido tudo o que ele me disse, pois vinha imagens medievais, com grande numero de vampiros, onde saiam por territórios desconhecidos matando pessoas, destruindo vilarejos, começaram a perseguição de alguns fanáticos e em especial a Igreja, onde foram dominando e até certo ponto julgaram nossa extinção, passei a ver que toda ficção sobre este submundo eram reais, e agora eu fazia parte dele.

- Já que não tem como voltar atrás, como é a vida de vampiro? O que podemos fazer? Como vai ser daqui para frente?

Ele veio me explicar com muita calma e com aqueles dentes super- afiados, que na verdade somos mortos e que precisamos realmente do sangue para nossa sobrevivência, podemos às vezes tomar sangue de animais para saciar nossa fome, porém nem sempre podemos nos alimentar somente de animais, e dependendo do local é necessário roubarmos sangue em bancos de sangue, como as vezes podemos fazer várias vitimas em alguns locais, que na verdade devemos analisar tudo que nos cerca para saber de qual maneira agir para manter viva nossa espécie. Me alertando sobre possíveis ataques de lobisomens, fato que poderia ser fatal tanto para nós como para eles, é bom sempre nos abster do dia para dormirmos, sempre camuflando de alguma maneira para não deixarmos suspeitas, pois somos verdadeiras criaturas da noite, onde encontramos energias nas profundezas das trevas e no sangue humano.

- Tenho bons planos para todos nós, pode ficar tranqüila, muito sangue, muita morte, muito êxtase, sexo e prazer para todos nós. Com você foi bem mais fácil do que imaginei, com a Isha está sendo um pouco mais complicado para o Max devido algumas frustrações que sofreu durante a vida ela segue muito revoltada e agora descobriu seu poder de matar, ela tem cede de sangue, ela e o Max estão em uma reserva ambiental com vários animais de pequeno e grande porte até que ela se controle e possamos montar um plano para os próximos meses.

- E quando eles vêem? Por que não vamos para lá? Quero muito conversar com ela.

- Como sempre te falei sobre nossa situação, tudo tem o momento certo não adianta você ir para lá agora, pode acabar com tudo. Vou te deixar um pouco sozinha para refletir. Se ver algum animal pode pegar para se exercitar, não ataca nem uma pessoas e nem saia para cidade com os dentes para fora para não levantar suspeitas. Temos muito que fazer nesta pequena cidade. Vou dar uma pequena volta e te deixar ai, tente controlar seus impulsos ou eles te controlarão e terei que tomar algumas medidas corretivas e não seria muito bom para ninguém.

Fiquei com aquilo na cabeça, o que poderia ser essas medidas corretivas? Toda minha história que havia ficado para traz e eu não tive como escolher que caminho a seguir, como pude me deixar me levar por uma pessoa que em tão pouco tempo havia me conhecido e me conquistado por toda eternidade. Era assim que eu pensava sobre Maicon, alguém que em tão pouco tempo mudou toda minha existência.

Fiquei inerte por quase uma hora, minha cabeça estava a mil por hora, as cenas iam piorando a cada instante, mortes em sequências, pessoas caçando vampiros, mudando de região e sempre a mesma coisa, pude perceber que vivemos como os antigos nômades ou eu não estaria hoje como estou, pois está forma de viver que mantêm viva toda essa raça.

Meus impulsos ficaram mais fortes, meus sentidos mais sensíveis, o mais sutil farfalhar de folhas eu estava sendo capaz de ouvir, percebi que havia algum animal por perto, fiquei observando para ver se conseguia pegar minha primeira presa neste mundo obscuro, logo avistei um...

CONTINUA

Renato D Oliveira
Enviado por Renato D Oliveira em 04/02/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2069006
Classificação de conteúdo: seguro
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