[O Legado dos Dragões] Cap. 1 - Um presente inesperado (Parte I)
Nota: Este capítulo faz parte do projeto O Legado. Se quiserem conferir ilustrações sobre a história, assim como outros capítulos (aqui postarei as coisas com alguma atraso), entrem no site do projeto e saibam tudo sobre O Legado dos Dragões. É um projeto bem legal, que visa não só valorizar a Literatura de Fantasia, como também contar com a participação dos leitores.
Ao longe, Sir Robert Lance e os demais soldados assistiram à cena incrédulos e extasiados. Eles sabiam que tinham presenciado um momento raro, um evento histórico. Sabiam que muitas histórias seriam contadas sobre aquela batalha, sobre aquele mágico instante em que Sir Thomas Brickmond derrotou Raugh, O Destruidor. Mas mais do que isso: a morte do dragão significava a vitória, significava a vida, a liberdade. A Grande Guerra, enfim, havia terminado, e eles estavam mais do que felizes por terem sobrevivido, esta era a grande dádiva que Sir Brickmond lhes concedera.
[continua]
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Nota: Este capítulo faz parte do projeto O Legado. Se quiserem conferir ilustrações sobre a história, assim como outros capítulos (aqui postarei as coisas com alguma atraso), entrem no site do projeto e saibam tudo sobre O Legado dos Dragões. É um projeto bem legal, que visa não só valorizar a Literatura de Fantasia, como também contar com a participação dos leitores.
Os últimos raios de sol começavam a abandonar as planícies; deixavam lentamente para trás um cenário desolador, uma mancha de queimadas e de destruição. A penumbra, aos poucos, escondia as dezenas de corpos humanos e as enormes carcaças de dragões que se espalhavam por todo o campo de batalha, um lugar que por muito tempo seria lembrado como a Planície da Grande Guerra.
Naquele dia, terminava uma lendária disputa entre os poderosos dragões que por tanto tempo povoaram o continente. O embate se dava entre aqueles que amavam a humanidade, seguidores do grande Deus Bahamuth, e os que queriam destruí-la e escravizá-la.
Depois de muitos dias e de terríveis combates, restava ainda de pé o último de todos os dragões, um gigante de escamas douradas e olhos vermelhos como a mais intensa chama, aquele que planejara e iniciara a Grande Guerra: Raugh, O Destruidor. Ele sobrevoava o campo de batalha sem medo, sabia que não tinha mais rivais. Agora que todos os dragões que se opuseram a ele haviam sido derrotados, finalmente reinaria sobre todos os humanos.
Enquanto houvesse luz, porém, ainda haveria esperança: era isso que Sir Thomas Brickmond recitava para si e para seus comandados; sabia que ainda podia contar com suas armas para sair vitorioso. Ele e Sir Robert Lance, ambos governantes dos dois maiores feudos do continente, tinham se unido aos dragões na guerra e marchado com seus exércitos para o campo de batalha. Poucos de seus homens tinham sobrevivido, mas ainda assim era possível tentar resistir.
- Thomas! Precisamos recuar! Precisamos sair daqui se não quisermos morrer, ele é muito poderoso para nós! – gritava Sir Robert Lance enquanto manobrava o seu cavalo e preparava seus soldados para bater em retirada.
Sir Brickmond o olhou um pouco confuso. Dentre seus homens, apenas um tinha sobrevivido: o jovem Gabriel, um soldado recém-graduado que pela primeira vez pisava em um campo de batalha.
- Robert... eu preciso tentar... preciso tentar. Não podemos deixar que ele viva, nossos reinos dependem do desfecho dessa guerra. Se recuarmos, nós seremos escravizados.
- Então o que sugere que a gente faça?
- Leve Gabriel consigo, não posso arriscar a vida do garoto. Bata em retirada com seus comandados em direção a Cidade de Mármore, acho que será possível encontrar abrigo por lá. Eu... – Thomas engoliu em seco – Eu tentarei segurar Raugh pelo tempo que for necessário.
Sir Robert fitou seu velho amigo por algum tempo e depois partiu em disparada. Embora não concordasse com o plano, não quisesse que ele se arriscasse daquela maneira, sabia que de nada adiantaria discutir. Em todos os seus anos nos campos de batalha, nunca encontrara um homem como Sir Thomas Brickmond: um combatente capaz de se sacrificar mesmo pelo mais simples de seus comandados, um general excelente e um governante ainda melhor, um dos mais respeitados homens de todo o continente.
Dos céus, Raugh fitava o movimento do pequeno grupo de humanos sem conseguir crer naquilo que via; não podia acreditar que um homem ousasse o desafiar. Depois de ter derrotado os mais poderosos dragões da Cidade de Mármore, era inconcebível que um ser fraco como aquele sequer cogitasse a possibilidade de derrotá-lo. Mas Thomas Brickmond não era homem de se deixar abater pelo medo. Ele sabia das conseqüências de sua escolha, sabia que somente um milagre seria capaz de o salvar, mas ainda assim se mantinha de pé, alimentado pelo dever que tinha com seus soldados e também com a humanidade.
O enorme dragão dourado não perdeu tempo e desceu dos céus em uma velocidade assustadora, aterrissando com um baque terrível a poucos metros de Sir Brickmond. À distância, era possível visualizar duas sombras iluminadas pelo sol que se punha no horizonte. Um pequeno homem se colocava agora com a sua espada e seu escudo diante de uma criatura gigantesca, um ser monstruoso e vil, um combatente muito mais experiente e poderoso do que ele.
Raugh partiu para o ataque, saltou com violência na direção de seu inimigo. Sir Thomas Brickmond esperava, mantinha seus olhos fixos no enorme dragão que se atirava em sua direção. Foi quando o inesperado aconteceu. Os últimos raios do sol que se punha no horizonte tocaram o escudo de Sir Brickmond e produziram um brilho intenso, uma explosão branca que cegou momentaneamente o dragão que já abaixara a cabeça para o ataque.
Em um ato reflexo, Raugh tentou recuar e acabou abrindo as suas defesas. Sir Brickmond, com a certeza dos grandes cavaleiros, avançou e cravou a sua espada entre os olhos da enorme criatura. O inimaginável tinha acontecido. Raugh estava morto, o senhor de todos os dragões malignos estava morto.
Naquele dia, terminava uma lendária disputa entre os poderosos dragões que por tanto tempo povoaram o continente. O embate se dava entre aqueles que amavam a humanidade, seguidores do grande Deus Bahamuth, e os que queriam destruí-la e escravizá-la.
Depois de muitos dias e de terríveis combates, restava ainda de pé o último de todos os dragões, um gigante de escamas douradas e olhos vermelhos como a mais intensa chama, aquele que planejara e iniciara a Grande Guerra: Raugh, O Destruidor. Ele sobrevoava o campo de batalha sem medo, sabia que não tinha mais rivais. Agora que todos os dragões que se opuseram a ele haviam sido derrotados, finalmente reinaria sobre todos os humanos.
Enquanto houvesse luz, porém, ainda haveria esperança: era isso que Sir Thomas Brickmond recitava para si e para seus comandados; sabia que ainda podia contar com suas armas para sair vitorioso. Ele e Sir Robert Lance, ambos governantes dos dois maiores feudos do continente, tinham se unido aos dragões na guerra e marchado com seus exércitos para o campo de batalha. Poucos de seus homens tinham sobrevivido, mas ainda assim era possível tentar resistir.
- Thomas! Precisamos recuar! Precisamos sair daqui se não quisermos morrer, ele é muito poderoso para nós! – gritava Sir Robert Lance enquanto manobrava o seu cavalo e preparava seus soldados para bater em retirada.
Sir Brickmond o olhou um pouco confuso. Dentre seus homens, apenas um tinha sobrevivido: o jovem Gabriel, um soldado recém-graduado que pela primeira vez pisava em um campo de batalha.
- Robert... eu preciso tentar... preciso tentar. Não podemos deixar que ele viva, nossos reinos dependem do desfecho dessa guerra. Se recuarmos, nós seremos escravizados.
- Então o que sugere que a gente faça?
- Leve Gabriel consigo, não posso arriscar a vida do garoto. Bata em retirada com seus comandados em direção a Cidade de Mármore, acho que será possível encontrar abrigo por lá. Eu... – Thomas engoliu em seco – Eu tentarei segurar Raugh pelo tempo que for necessário.
Sir Robert fitou seu velho amigo por algum tempo e depois partiu em disparada. Embora não concordasse com o plano, não quisesse que ele se arriscasse daquela maneira, sabia que de nada adiantaria discutir. Em todos os seus anos nos campos de batalha, nunca encontrara um homem como Sir Thomas Brickmond: um combatente capaz de se sacrificar mesmo pelo mais simples de seus comandados, um general excelente e um governante ainda melhor, um dos mais respeitados homens de todo o continente.
Dos céus, Raugh fitava o movimento do pequeno grupo de humanos sem conseguir crer naquilo que via; não podia acreditar que um homem ousasse o desafiar. Depois de ter derrotado os mais poderosos dragões da Cidade de Mármore, era inconcebível que um ser fraco como aquele sequer cogitasse a possibilidade de derrotá-lo. Mas Thomas Brickmond não era homem de se deixar abater pelo medo. Ele sabia das conseqüências de sua escolha, sabia que somente um milagre seria capaz de o salvar, mas ainda assim se mantinha de pé, alimentado pelo dever que tinha com seus soldados e também com a humanidade.
O enorme dragão dourado não perdeu tempo e desceu dos céus em uma velocidade assustadora, aterrissando com um baque terrível a poucos metros de Sir Brickmond. À distância, era possível visualizar duas sombras iluminadas pelo sol que se punha no horizonte. Um pequeno homem se colocava agora com a sua espada e seu escudo diante de uma criatura gigantesca, um ser monstruoso e vil, um combatente muito mais experiente e poderoso do que ele.
Raugh partiu para o ataque, saltou com violência na direção de seu inimigo. Sir Thomas Brickmond esperava, mantinha seus olhos fixos no enorme dragão que se atirava em sua direção. Foi quando o inesperado aconteceu. Os últimos raios do sol que se punha no horizonte tocaram o escudo de Sir Brickmond e produziram um brilho intenso, uma explosão branca que cegou momentaneamente o dragão que já abaixara a cabeça para o ataque.
Em um ato reflexo, Raugh tentou recuar e acabou abrindo as suas defesas. Sir Brickmond, com a certeza dos grandes cavaleiros, avançou e cravou a sua espada entre os olhos da enorme criatura. O inimaginável tinha acontecido. Raugh estava morto, o senhor de todos os dragões malignos estava morto.
Ao longe, Sir Robert Lance e os demais soldados assistiram à cena incrédulos e extasiados. Eles sabiam que tinham presenciado um momento raro, um evento histórico. Sabiam que muitas histórias seriam contadas sobre aquela batalha, sobre aquele mágico instante em que Sir Thomas Brickmond derrotou Raugh, O Destruidor. Mas mais do que isso: a morte do dragão significava a vitória, significava a vida, a liberdade. A Grande Guerra, enfim, havia terminado, e eles estavam mais do que felizes por terem sobrevivido, esta era a grande dádiva que Sir Brickmond lhes concedera.
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