ENCONTREI EM UM LIVRO ANTIGO = E C
OS CONTOS DA MAITH
Meu nome é Maith.
Recebi este nome em homenagem a uma ancestral que viveu nos séculos XX e XXI.
Dizem, na família, que ela foi uma escritora famosa no seu tempo que fez muito sucesso que seus livros publicados todos foram best seller, que suas edições esgotavam-se em poucos dias, etc.
Eu sempre achei que era lorota e tinha muita vontade de conhecer os tais livros, ou, pelo menos, ter uma informação mais concreta sobre ela, mas parece que tudo era mesmo fantasia.
Cheguei até a pensar que tudo não passava de uma lenda, que essa minha homônima nunca existiu. (desculpe bibibibisa!)
Um dia, porem, entrei em um “sebo” para adquirir um livro e qual não foi a minha surpresa ao ver em um cesto junto à porta, no meio de outros livros puídos pelo tempo e vendido a 1,99, nada mais nada menos do que o “OS CONTOS DA MAITH”
Até esqueci o que tinha ido procurar ali. Para surpresa do vendedor peguei o livro, paguei o preço e disse a ele que um livro como aquele não podia estar ali no meio daquele lixo.
O homem deve ter pensado que eu estava doida!
Chegando em casa deitei-me na cama e abri o livro deliciando-me com as histórias contadas há séculos atrás.
O mundo de então era muito diferente do de agora.
Seus habitantes eram muito atrasados, poluíam os rios, devassavam as florestas, sacrificavam animais e acabavam sofrendo as conseqüências, ou seja, bebiam do próprio veneno.
Enchentes destruíam-lhes as casas e doenças se propagavam pela falta de saneamento adequado.
Além disso, os homens se matavam nas guerras, as casas eram trancadas, fechados os quintais com cercas elétricas, porque havia ladrões e bandidos que podiam lhes roubar ou assassinar.
A elite, ou seja, a classe nobre, as autoridades, aqueles que são o exemplo para a plebe, nem sempre faziam jus à confiança neles depositada pelo povo e a política era tão mal vista e mal falada que pessoas honestas temiam pertencer a ela.
Havia, entretanto, muita gente voltada para o Bem, mas, não posso entender porque, isso não era notícia.
Furo de reportagem eram as catástrofes,os crimes bárbaros ou o último escândalo na hoste governamental.
E tais notícias eram repetidas a exaustão nos meios de comunicação, nos bate papos, sempre acrescidas de mais um pouco de pimenta, mais um pouco de maldade.
Um famoso escritor de novelas disse até que só abordava desgraças em suas produções porque a “felicidade não dá ibope”.
Eu estava a ponto de fechar o livro. Aquilo me parecia tão horroroso que cheguei a pensar que minha escritora-xará não devia ser grande coisa para viver num mundo assim.
Mas, apesar de tudo Maith era uma pessoa feliz.
Amava o seu mundo e a sua gente, com todas suas imperfeições e acreditava em dias melhores.
Afirmava que havia muita coisa boa e muita coisa bonita também.
Havia flores enfeitando os jardins e frutos saborosos ao nosso alcance
O firmamento era tão azul quanto o de hoje, a noite podia-se contemplar as estrelas e a lua estava sempre visível para iluminar os caminhos ou inspirar os namorados.
E, principalmente, havia corações voltados para o Bem, prontos para fazer a opção certa assim que surgisse uma oportunidade.
Fazia questão de abordar em seus contos, pessoas corretas e finais felizes.
Será que foi por isso que não fez sucesso?
Hoje estamos vivendo num planeta regenerado onde impera a paz e o amor.
Todos trabalham, se ajudam, se protegem.
Ninguém precisa temer ninguém, pois todos se unem para o Bem comum.
Não consigo entender porque não foi sempre assim.
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Encontrei num Livro Antigo...
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