Vida longa ao Rei!

Muito além do horizonte, numa terra distante, pertinho do imaginário dos contos de fábulas, há um pedaço de chão enorme, de dimensões continentais, cheinha de gente de todos os tipos, chamada de Reino de São Tomé. Há desambiguação no termo “São Tomé”, que nada tem a ver com o San Tomé e Príncipe. O Reino de São Tomé, no rol das lendas urbanas e sociais é uma terra que muito se assemelha com um país latino americano que fica do lado debaixo do Equador.

A história real do Reino de São Tomé ninguém sabe ao certo; dizem alguns que foi descoberto após espionagem de uma nação antiga que fala espanhol, mas oficialmente foi registrado após uma trapalhada circense ocorrida há cerca de 500 anos por uma nação que falava meio latim, meio português e que sempre teve fama de possuir monarcas idiotas, sem muita percepção do real, enfim, este reinado novo foi colonizado por este povo antigo que veio lá das bandas da Europa.

Dizem alguns escribas que ao chegar nesta terra, àqueles europeus atrapalhados e vingativos, trataram de colonizar a nova descoberta com uma população de prostitutas, ladrões, segregados e todos os tipos de prisioneiros, gente que ninguém queria por lá, mandaram para o novo reino; esta gente da melhor qualidade acabou se misturando a outro povo igualmente inteligente e capaz, os apaches e deste consórcio acabou gerando a maior parte do povo atual que recebe o nome científico de lusustupys imbecilis espertus.

Esta miscigenação ocorreu de imediato numa província do reinado que tem o nome de Enseada de Todos os Milagres, alguns a batizaram carinhosamente de Baía de Todas as Rezas. Foi nesta província que tudo começou; toda a história de São Tomé nasceu de fato neste lugar mágico e logo ele foi habitado por gente disposta a alavancar o progresso da nação, ou melhor, do reinado.

O tempo foi passando e a turma de progressistas em nome do Monarca Soberano de igual índole tratou logo de deixar o lugar com a mesma cara da nação mãe; tiraram árvores, construíram abrigos, tiraram muito ouro e pedras preciosas e como eles as vezes ficavam indispostos para tanto trabalho, acabaram mandando algumas expedições à África para gentilmente convidar alguns africanos desocupados à vir emprestar suas mãos de obra em nome do crescimento deste novo imperado. Foram tantos africanos gentilmente trazidos em navios luxuosos e desfrutando de pompas inimagináveis que eles mandaram cartas à seus parentes e os convidaram para vir morar por lá.

Todos os povos juntos, os africanos, os apaches e aquela turma de gentis cavalheiros honestos vindos da Europa fizeram uma revolução nas terras de São Tomé; era uma harmonia só e todos cantarolavam durante o dia e a noite numa festa que se imaginava jamais terminar.

Uns tais Bandeirantes, gente dócil e de muita nobreza, desarmados e sem auxiliares, resolveram entranhar-se nas matas de São Tomé para convidar mais apaches a movimentar as fileiras de homens, mulheres e crianças que já estavam na colônia de férias dos mandatários europeus. Estes Bandeirantes foram os responsáveis inclusive pela elaboração das maiores rodovias deste reinado; eles eram exímios engenheiros e traçaram de modo espetacular os trajetos mais importantes da atualidade deste reinado, aliás, eles são invejados e copiados até hoje pelas nações vizinhas, que igualmente a São Tomé, se importam em demasia com o bem estar e a segurança de seus povos.

Milhões de apaches e africanos estavam satisfeitíssimos com seus salários e suas mordomias para trabalharem em São Tomé; já naquela época, eles tinham vale refeição, férias de 60 dias por ano, décimo quarto salário, ganho pela produtividade, habitação confortável, seguro saúde e o direito a se organizarem em sindicatos. Dizem alguns que um partido político atual de São Tomé, o Partido dos Traficantes (PT) nasceu de ideais antigos que remontam da época da colonização do reinado.

Os apaches foram ainda mais sortudos, eles tiveram aulas intensivas com uns clérigos europeus e após as suas formaturas eles podiam até ser chamados de sãotomerianos, sem ter que ver para crer. Antes dos europeus, estes apaches andavam nus, passavam fome e sofriam muito; depois, eles ganharam roupas, médicos, remédios e um emprego digno que jamais interferiu em suas culturas e costumes.

A meta era transformar aquele monte de florestas feias e inúteis em uma nação progressista, com muitas cidades bem planejadas, tipo as brasileiras Paraty no Rio de Janeiro e Salvador na Bahia; eles planejaram os melhores sistemas de esgotos, as ruas eram modelos da época com traçados finamente delineados, enfim, as cidades que nasceram durante a época da colonização de São Tomé pelos europeus davam gosto de se ver; em tudo que se enxergava havia harmonia e concórdia e nestas cidades, os melhores locais eram reservados aos amigos convidados africanos e aos recém residentes apaches.

São Tomé prosperava ao tom do mais cristalino e honroso trabalho; da Europa vinham ainda mais gente de boa qualidade e índole e o jovem reinado já produzia seus frutos, sua própria gente e esta gente já começava a ser incentivada pelos colonizadores a formar seu próprio governo e tomar o rumo de seu próprio curso histórico. Da Europa, duas nações amigas e apenas interessadas no progresso de São Tomé se revezavam na elaboração de planos e esforços para garantir ao novo país que tivesse seu próprio sustento; nenhuma destas duas nações queria nada além de alianças em torno da bonança sãotomeriana, da prosperidade de seu povo e do fortalecimento de suas riquezas.

São Tomé é banhado por um oceano, mas pertinho de sua costa Oeste há outro oceano cujas terras espremidas por uma grande cordilheira foram colonizadas pelos europeus que falavam meio latim, meio castelhano; fincava-se então a maior baliza demarcatória daquelas bandas de terras ao sul do Equador, parte pertencia aos atrapalhados de língua portuguesa e a outra parte pertencia aos auspiciosos que falava castelhano e ambos viveram felizes sempre; não foi preciso fazer acordos, guerras, tratados, muito menos intrigas.

Passados muitos anos de harmoniosa colonização, sem mortes trágicas, sem conseqüências traumáticas e com muita bonança para São Tomé, as cidades importantes já estavam plenamente ocupadas e consolidadas entre as mais importantes do mundo; há quem diga que houve a rotulação de cidades esquecidas pós-colonização como Lençóis, que fica lá na província da Enseada de Todos os Milagres. Esta cidade chegou a possuir uma sede do Consulado da França quando ainda tinha lençóis de diamantes para dar e vender, depois disso, com a retomada da liberdade plena de São Tomé, ela praticamente morreu, prova concreta de que São Tomé sempre foi mais alegre quando era colônia do que quando passou a andar com suas próprias pernas.

Séculos se passaram até que São Tomé pudesse bater em seu próprio peito e se afirmar grande, livre e feliz; hoje ela pode emprestar dinheiro para o mundo inteiro, sobretudo para quem só faz o bem ao povo, como Bolívia, Equador, Venezuela, Paraguai, Irã, Líbia e em alguns meses, se o Governo se mantiver, irão emprestar dinheiro ao Sudão e já falam até em Osama Bin Laden.

A coisa é tão farta e próspera no Reino de São Tomé que o Rei Drula, certo homem do povo, culto e bondoso, mas que há décadas não pisa nas ruas do país, tenta fazer uma revolução de fora para dentro. É a sua estratégia! Primeiro ele cuida dos outros povos do mundo, deixando-os sadios, fortes e soberanos; depois ele pretende cuidar de seu povo, isso se lhe sobrar forças e dinheiro!

Agora São Tomé prepara uma das mais agressivas investidas no cenário mundial; eles inventaram uma nova base de exploração de riquezas, que carinhosamente chamam de Pré-Açúcar. Esta nova fonte de riqueza provavelmente só lhes dará dividendos em 50 ou 100 anos, mas como o Rei Drula é muito inteligente, já passou a vender quotas, principalmente aos trouxas, para arrecadar dinheiro para sustentar seus filhotes do PT e pagar ao povo uma espécie de Vale Esmola, para que estes se lembrem da próxima eleição que será neste ano. O Rei Drula afirma que deixará o trono, porque está cansado, mas antes, tentará fazer da Condessa Rilma, uma espécie de lacaio real, a mais nova soberana da nação.

Em São Tomé é assim, se elege Rei quem tiver mais dinheiro e a Condessa Rilma, que ninguém sabe ao certo se é homem ou mulher, há quatro anos prepara um programa muito peculiar chamado PAC (Programa de Ativação Carismática). O PAC constrói uma casinha aqui, uma ponte ali, uma favela acolá; gastam-se 1 milhão nas obras, 5 milhões na propina e 10 milhões na propaganda. Ela acredita que desta forma ganham-se todos, principalmente seus amigos!

Na oposição do Rei Drula estão os cansados membros do Partido Bicudo cuja liderança está a cargo do ex-Rei Ferdinando e a tropa de elite do Partido dos Demolóides, gente que só se mete em enrascada, principalmente na cidade sede do reinado.

Até outubro próximo ainda teremos muito que ouvir falar do Rei Drula, da Condessa Rilma e das histórias que envolvem os bastidores políticos de São Tomé, um país que não sabe o que fazer com seu povo feliz, mas que estuda a solução para outros povos que sequer os conhece.

Qualquer fato que ligue o Reino de São Tomé com outra nação do mundo será mera coincidência. Os nomes utilizados neste texto são frutos de imaginação do autor e em nada lembram pessoas reais que por ventura tenham nomes similares.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 26/01/2010
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