O POÇO
Na aldeia que morava
Um poço profundo alimentava
Todos que dele se furtava
Levando um balde para casa
A água pura e sagrada
No poço algo mágico transbordava
Quem bebia ou se banhava
Sentia que se imortalizava
Menos eu..nem bebia ou me banhava
Queria saber até onde sem ele eu chegava
Percebi que entre uma estação e outra eu definhava
Um dia de outono ventando estava
Me debrucei para puxar a água que imortalizava
Cai...e senti que me afogava
E afundei como pedra pesada
Em desespero...nem notei que respirava
Alguém esticou-me a mão abençoada
Me retirou já toda molhada
Me joguei ao chão ...e chorava
Do medo da morte que me aguardava
Me virei e um Anjo ao meu lado estava
Pensei!! Ai morri afogada!!
Ele abriu suas enormes asas
Me aquecia e acalentava
Senti que eu nada lamentava
Afinal foi bom não ser imortalizada!
Pois um Anjo me abrigava
Eu olhei para Anjo , ele me fitava
Disse-me....Seque suas asas!
Volte a aldeia que morava
Proteja o poço das pragas !
Serás para sempre eternizada
Das águas primordiais serás a fada !
Cumpra agora sua caminhada
Todas as energias por ti será IMORTALIZADA...