A diarista...
E de um momento para o outro, meus olhos recaíram sobre ela, com um novo e diferente fulgor...
Fazia já algum tempo, que ela vinha cuidando das coisas em meu lar, lavava, passava, cozinhava, sempre com o mesmo jeito de ser...
Não tinha despertado em mim, uma curiosidade que fosse, para melhor a conhecer...
Nossas palavras eram poucas, as delas sempre meigas, a minhas sempre curtas e meio roucas...
Mas eis que agora, meus olhos se prendem nela!
Grudaram-se em seu ser...
E todos os meus sentidos sem encaminham a ela, querendo-a, desejando-a, com loucura e frenesi!
Enquanto arruma as roupas de cama, imagino que estamos deitados rentes um ao outro, e que seu rosto esta grudado com o meu... Que os seus lábios, se me ofertam docemente!
Imagino os seus cabelos, soltos, revestindo o meu corpo com a sua macies...
Enquanto lava as louças, imagino as suas mãos delicadas, deslizando com sabonete, sobre o meu corpo, enlouquecido de paixão...
Enquanto esta no tanque, e seu corpo dobra, para pegar alguma peça, fico olhando suas pernas, sua cintura... E me imagino junto a ela!
E na hora de colocar as roupas para secar no varal, fico estático, olhar fixo em seu pescoço, em seus braços, nas delicadas mãos e em seus dedos...
Sua pele é fina, suas carnes encorpadas, seus braços são curtos o que a força a fazer malabarismos para colocar as roupas no varal que é um pouco alto...
E as mãos tão firmes, seguram, apertam, alisam...
E seus dedos delicados, vez e outra passa pelas mechas dos cabelos, que um vento súbito, houve por desalinhar...
Eu cá, de soslaio, como queria ser este vento incomodo, e desbaratar os seus cabelos, só para ver aqueles dedos tão delicados os alinhar, frente ao rosto, sobre o pescoço tão alinhado!
Eu, cá, em silêncio, tenho esperado um momento a sós para lhe falar...
Mas o que lhe dizer?
Falar das loucuras que me provocam o seu ser? O seu estar em minha vida, que dantes não tinha uma razão sequer de ser?
Como encarar o teu olhar?
Mas os dias vêm e vão... Eu hei de lhe falar de meus sonhos e de minha emoção!
Hoje pensei em vê-la, olhando-me meio ás escondidas, pensei senti-la mais atenta as minhas palavras...
O seu dia já esta acabando, e meu prazo para sonhar já finda, eu preciso lhe falar...
É preciso que eu lhe diga do que sinto em meu coração, da emoção que ela despertou dentro de mim, da emoção que transborda de meu coração...
-Sonia!
-Pois não?
Súbito, um par de olhos castanhos esverdeados fuzila-me com o olhar!
Seus olhos me olham, sem ao menos me olhar, sem se fixarem em meu rosto...
Ao mesmo tempo, que parecem que fogem de um contato comigo, e que a sua voz meiga e doce, insinuar-se profundamente só...
Como lhe falar o que sinto, se sinto que de mim ela se distância e se esconde?
Este pequeno contato mostra-me que ela é mais do que mostra, bem mais, mas que se evade de um contato mais próximo... Como falar-lhe do que sinto, se sinto que nem a conheço, e que ela não quer dar-se á conhecer?
-Não, não é nada, me desculpe!
E ela, que não sei o que sente, o que se esconde, que não mostra satisfação pelo contato, nem desassossego pela conversa tão breve, vira-se rapidamente...
Ainda faltam algumas tarefas, para que o dia da diarista finde definitivamente.
Edvaldo Rosa
20/12/2009
WWW.SACPAIXAO.NET
E de um momento para o outro, meus olhos recaíram sobre ela, com um novo e diferente fulgor...
Fazia já algum tempo, que ela vinha cuidando das coisas em meu lar, lavava, passava, cozinhava, sempre com o mesmo jeito de ser...
Não tinha despertado em mim, uma curiosidade que fosse, para melhor a conhecer...
Nossas palavras eram poucas, as delas sempre meigas, a minhas sempre curtas e meio roucas...
Mas eis que agora, meus olhos se prendem nela!
Grudaram-se em seu ser...
E todos os meus sentidos sem encaminham a ela, querendo-a, desejando-a, com loucura e frenesi!
Enquanto arruma as roupas de cama, imagino que estamos deitados rentes um ao outro, e que seu rosto esta grudado com o meu... Que os seus lábios, se me ofertam docemente!
Imagino os seus cabelos, soltos, revestindo o meu corpo com a sua macies...
Enquanto lava as louças, imagino as suas mãos delicadas, deslizando com sabonete, sobre o meu corpo, enlouquecido de paixão...
Enquanto esta no tanque, e seu corpo dobra, para pegar alguma peça, fico olhando suas pernas, sua cintura... E me imagino junto a ela!
E na hora de colocar as roupas para secar no varal, fico estático, olhar fixo em seu pescoço, em seus braços, nas delicadas mãos e em seus dedos...
Sua pele é fina, suas carnes encorpadas, seus braços são curtos o que a força a fazer malabarismos para colocar as roupas no varal que é um pouco alto...
E as mãos tão firmes, seguram, apertam, alisam...
E seus dedos delicados, vez e outra passa pelas mechas dos cabelos, que um vento súbito, houve por desalinhar...
Eu cá, de soslaio, como queria ser este vento incomodo, e desbaratar os seus cabelos, só para ver aqueles dedos tão delicados os alinhar, frente ao rosto, sobre o pescoço tão alinhado!
Eu, cá, em silêncio, tenho esperado um momento a sós para lhe falar...
Mas o que lhe dizer?
Falar das loucuras que me provocam o seu ser? O seu estar em minha vida, que dantes não tinha uma razão sequer de ser?
Como encarar o teu olhar?
Mas os dias vêm e vão... Eu hei de lhe falar de meus sonhos e de minha emoção!
Hoje pensei em vê-la, olhando-me meio ás escondidas, pensei senti-la mais atenta as minhas palavras...
O seu dia já esta acabando, e meu prazo para sonhar já finda, eu preciso lhe falar...
É preciso que eu lhe diga do que sinto em meu coração, da emoção que ela despertou dentro de mim, da emoção que transborda de meu coração...
-Sonia!
-Pois não?
Súbito, um par de olhos castanhos esverdeados fuzila-me com o olhar!
Seus olhos me olham, sem ao menos me olhar, sem se fixarem em meu rosto...
Ao mesmo tempo, que parecem que fogem de um contato comigo, e que a sua voz meiga e doce, insinuar-se profundamente só...
Como lhe falar o que sinto, se sinto que de mim ela se distância e se esconde?
Este pequeno contato mostra-me que ela é mais do que mostra, bem mais, mas que se evade de um contato mais próximo... Como falar-lhe do que sinto, se sinto que nem a conheço, e que ela não quer dar-se á conhecer?
-Não, não é nada, me desculpe!
E ela, que não sei o que sente, o que se esconde, que não mostra satisfação pelo contato, nem desassossego pela conversa tão breve, vira-se rapidamente...
Ainda faltam algumas tarefas, para que o dia da diarista finde definitivamente.
Edvaldo Rosa
20/12/2009
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