Enfim 21/12/2012 - O Fim?
Estou sentado na varanda da casa de meu irmão olhando a escuridão lá fora, a noite está calma e morna, nada anuncia o fim dos tempos como previsto nas profecias. Estou tranqüilo e confiante, o mundo não vai acabar agora. (espero)
Os humanos estão apavorados, foram tantos os apelos da mídia em cima desse assunto que acabou imprimindo no cérebro da maioria o medo da incerteza que afugenta para longe o pensamento racional e lógico. Todos aguardam ansiosos o final deste dia. (eu também, mas por outro motivo) O que espero é a confirmação, mais uma vez entre milhares, que essas previsões catastróficas só servem para nos lembrar da nossa pequenez em relação ao Universo.
As horas passam devagar. Os ponteiros parecem não ter pressa. (22:10) Estou acompanhando o horário de Honira, capital das Ilhas Salomão que é um dos últimos lugares onde o dia termina, de acordo com o fuso horário mundial; mas não sei se os profetas de eras passadas levaram isso em consideração. (Será que eles um dia imaginaram que os seres humanos iriam instituir essa forma de marcar (dividir) o tempo no Planeta? Não sei! Tenho minhas dúvidas.
Converso com uma amiga que acabou de ler um livro a respeito do fim do mundo em 2012, e ela está bastante intranqüila. Digo para que fique em paz, o que tiver de ser será. Sua angústia não irá mudar os eventos desta noite, sejam eles quais forem. Explico a ela que se houvesse que haver mudanças essas mesmas mudanças já deveriam ter começado a muito tempo e não deixariam para ocorrer apenas no último momento.
O relógio avançou mais um pouco. (22:55)
Minha mulher se aproxima olhando a mata em nossa frente, sua expressão é suave e doce, como a maioria das vezes, ela compartilha comigo da incredibilidade nessas profecias cataclísmicas.
Ficamos ali calados por um bom tempo sentindo o calor de nossos corpos, o pulsar de nossas veias, o aroma de nossos perfumes... Estamos rindo por dentro. Rindo da insanidade da raça humana, dos temores sem sentido, do medo do desconhecido. (23:30)
Engraçado, não sei porque mas começa a dar um friozinho na barriga.
As pessoas que estão na casa começam a se aproximar de nós, algumas riem nervosas, outras não procuram disfarçar seus temores; enquanto as crianças brincam despreocupadas. Alguém olha para o céu e “pensa” ver uma estrela que não estava lá a alguns momentos. Todos passam a acompanhar o astro celeste com olhares congelados. Minha sobrinha diz que a estrela está crescendo. (começo a me interessar pelo assunto e olho também) (23:45)
Realmente alguma coisa diferente está acontecendo. De onde veio aquilo? E pior... Para onde vai aquilo?
Uma das mulheres presentes começa a gritar que é o fim do mundo, que a Profecia Maia estava certa. Logo outros seguem na mesma histeria coletiva. (23:52) A luz no céu está cada vez maior. (Será?) Penso eu. Será que realmente vai acontecer? Será que desta vez eles estavam certos? (23:58) A noite se fez dia em poucos minutos, dá pra sentir o calor que se aproxima, agora não resta dúvidas: Aquilo no céu não é uma estrela.
Mas espere!... Não parece que agora está se afastando? Sim! Está indo embora do mesmo jeito que chegou. Ela se aproximou pelo norte e agora se distancia pelo sul. Deve estar passando por nós. Disse alguém. Deve ter passado perto demais do Planeta.(24:00) Agora todos parecem estar mais calmos. A “estrela” vai ficando cada vez menor.
Essa foi por pouco.