COM VOCÊ, EU VOU!...

Todo caminho conduz para trás.

A cada jornada, nos aproximamos do final que é o início de tudo.

Estamos vivendo um momento muito particular, só nós dois sabemos a importância dessa “traição”.

Traição maravilhosa via satélite. É só o "BIP" cantar e...

Como tudo nos conduz para trás, cheguei hoje numa curva maravilhosa, a curva da vida, que me remete a outras curvas não menos deliciosas...

Curvas é incerteza.

Curvas é sabedoria.

Curvas é o elemento purificador e testador da capacidade do Ser.

Se assim não fosse, as estradas seriam sempre retas.

É na curva que os sentidos se aguçam.

É na curva que os pneus se agarram e “cantam”, deixando gravada a marca da perícia ou do fracasso.

É nas suas curvas que o meu devaneio surge e o meu coração capota.

Capotando agora na recordação, lembrei-me de quando era pequenino e feio, numa cidade feia e pequenina, de pernas finas e feias, cinzentas e riscadas, e sobre os velhos chinelos, e dentro do surrado calção, tremiam.

Tremiam, e tremiam; tremiam tanto que às vezes me jogava ao chão quando ela surgia;

Linda, grande e formosa!

Parecia a deusa da lua ou a encantada do mar.

Então, aí, as pernas tremiam, o coração batia, o mundo se partia e eu... caía!

A deusa tinha um nome, e o seu nome era... Amor, paixão e dor!

Na pequenez do meu ser, ela se agigantava.

Enquanto crescia, eu encolhia dentro da minha insignificância.

Como era linda, grande, divina e formosa.

Nas suas curvas e na minha ilusão, eu capotava e morria. Na mão!...

Morria seguidamente; morria todos os dias...!

Era um amor tão grande, tão intenso, que eu quase não comia, não dormia, não bebia. Só brincava de morrer, e morria!...

As vezes tinha até dúvidas se existia!

Simplesmente vivia...,

Numa agitada apatia...

Alimentada pela ilusão produzida pelo pensamento;

E quando ela novamente surgia, era um novo dia;

Um novo sofrimento, uma nova e linda ilusão;

Naquele instante eu deixava de ser "um joão..." e me Transformava no Ser mais iluminado da região;

Para logo depois, verificar que era somente ilusão...

Eu morria, mas logo depois nascia;

Aí sim! eu realmente tremia, e verificava que existia.

Era um sofrimento de alegria e de contentamento que sempre surgia...

Era a dor da vitória, a dor que não doía, a dor da tristeza que se transformava em alegria;

aí sim! a dor não doia; dava prazer, dava contentamento e gozo;

Era a vitória do "Sado.."

Ummm! como eu amava o deus da perversidade!...

Eu chorava,e também sorria, como gritava e gemia.

Ah! Que tempo bom, e quão bom é o caminho do tempo...

E agora, depois de curvas e aclives, me aproximo realmente do final que é o meu início!

E, quando um beijo me deu, o mundo fendeu, e eu....

Amor da minha vida, retornei!

As minhas pernas novamente tremem; meu coração acelera, o chão se abre e eu desfaleço com um simples “Bip”!

Não sei se é amor ou paixão, tesão ou...

Só sei que é...VOCÊ!

QUE VOCÊ É A MINHA RAZÃO OU IN-RAZÃO...

Que veio me rejuvenescer;

a vida me devolver;

Me conduzir pelo caminho do amor;

Segurando na minha mão, disparando meu coração, soprando no meu ouvido suas loucuras sem razão, me lambendo com tesão e, quando me olha com a cara angelical...;

Esqueço meu passado,

Não escrevo meu futuro,

chuto as regras sociais e...,

simplesmente digo:

EU VOU!...

EU VOU!...

EU VOU!...

MIL VEZES EU VOU!...

COM VOCÊ, EU VOU!...

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Na condição de seres multicelulares, e gerados da unicelularidade (zigoto), a falência constante das células, nos conduz ao retorno, ao princípio das coisas, à unidade.