Fábula fabulosa:
Era uma vez um pardalzinho que odiava ter que voar para o sul por causa do inverno. Ficava tão apavorado com a idéia de deixar seu lar que decidiu adiar a viagem até o último momento possível. Depois de se despedir carinhosamente de todos os seus amigos pardais que partiam, voltou ao seu ninho e lá ficou por mais quatro semanas. Finalmente, o tempo se tornou tão desesperadamente frio que ele não pode adiar mais. Quando o pardalzinho partiu e iniciou seu vôo para o sul, começou a nevar. Rapidamente, começou a se formar gelo sobre suas asinhas. Quase morto de frio e exausto, foi perdendo altura e caiu por terra em um pátio de estrebaria. Quando estava exalando o que pensava ser seu último suspiro, um cavalo saiu da estrebaria e, virando o traseiro em sua direção, recobriu o pardalzinho de merda. A princípio, o pardalzinho não podia pensar em outra coisa, a não ser que aquele era um modo horrível de morrer: todo cagado! Porém, quando a merda começou a subir e penetrar em suas penas, aquela passou a aquecê-lo e a vida recomeçou a voltar a seu corpo. Ele descobriu também que tinha espaço para respirar. Subitamente, o pardalzinho sentiu-se tão feliz que começou a cantar. Naquele momento, um grande gato entrou na estrebaria e, ouvindo o gorjeio do pássaro, começou a remexer o monte de merda, para descobrir de onde vinha o som. O gato, finalmente, descobriu a ave. E a comeu.Esta história contém quatro ensinamentos morais:
1. Nem sempre aquele que caga em você é seu inimigo;
2. Nem sempre aquele que te tira da merda é seu amigo;
3. Desde que você se sinta quente e confortável, mesmo que seja num monte de merda, conserve o bico calado;
4. Quem está na merda não canta.
*** A fábula não é minha, mas achei interessante publicá-la aqui no recanto para trazer à tona a reflexão – ou discussão – em torno das verdades que o mesmo representa.