O Velho e o Mago
Um Velho, conhecido pela Paciência e Generosidade, teve a visita de um Mago. O visitante explicou que pela admiração, lhe deixaria naquele momento, um Poder Especial. Decidiria a vida e morte de quem quisesse, poderia curar, molestar, ficar invisível e ler os pensamentos das pessoas. Depois voltaria para saber sua opinião. O velho, homem de estudos, achou que poderia aprender alguma coisa e concordou. Dia seguinte pôs-se na estrada bem cedo, rumo ao Vilarejo e misturou-se ao povo. Logo nos primeiros contatos teve uma sensação e um aperto no peito que nunca sentira. Voltando para casa, sentou-se embaixo de uma árvore e refletiu com tristeza. Percebera pessoas preocupadas apenas com os próprios interesses. Pais carregando filhos apenas pelo receio da opinião alheia. Irmãos se invejando. Autoridades querendo apenas Prestígio e Riqueza. Crianças perversas, nas brincadeiras visando humilhar quem viesse. Concluiu então que aquele poder não lhe fazia bem. Preferia não saber e não lidar com aquilo. Sentiu vergonha de ser um igual e cabisbaixo voltou ao refúgio do lar. Passado alguns dias, o Mago voltou e indagou a sua conclusão: “Estou me sentindo um miserável. Respondeu. Sou de uma espécie ruim e cruel. Que será de mim ? Se tenho a mesma origem, terei o mesmo fim. Não tenho valor. Nada fiz com o Poder. A tristeza e a Vergonha abateram as minhas forças". O Mago calmamente respondeu: “Bom homem, o Poder que lhe deixei chama-se Motivação. Pela sua Generosidade o amigo vê uma Bondade que não existe nas pessoas e com a exagerada Paciência tem Tolerância com quem não merece. Sabedoria principalmente é não esperar demais dos outros e valorizar o que se tem nas mãos”. Falando isto, foi embora.
O velho pensou um pouco e voltando-se para suas plantas, sorriu para aquelas pequenas e coloridas criaturas e para os seus fiéis cãezinhos Peão e Neguinho, sempre dispostos às brincadeiras. -