Escravo

Trabalho forçado, escravidão, cansaço, suor, tudo o que faz parte da sua rotina. Mas será que não tem nada que se possa fazer? Revolução, liberdade? Nada disso é o seu desejo. Foi uma escolha própria. Ele quis assim! Sua vontade era de servi-la. Cumprir da melhor maneira, não medindo esforços para realizar seus desejos e utopias por mais loucas que fossem. Sabia que grande parte de sua beleza, conquista e de tudo que girava em torno dela, tinha sua parcela de contribuição. Isso era o suficiente para satisfazê-lo. Tinha prazer e alegria sabendo disto, mesmo ela não reconhecendo seus méritos. Seu orgulho e ego não se preocupavam com isso, não fazia a menor diferença saber se ela o admirava, se importava ou não com ele. Apenas cumpria o que lhe era imposto.

Era seu escravo. Apenas isso era o que sabia. Seu desejo era sua lei...

Certas coisas não precisava nem esperar que fosse ordenado para fazer, sabia o que tinha que ser feito. Sabia sua rotina, seus gostos, seu paladar, seu cheiro, tudo o que lhe interessava. Não importava com quem ela falava, sobre o que falava ou quando falava. Não importava para onde ela fosse, estava sempre perto, como se estivesse perseguindo-a. Ficava de longe, não gostava de incomodá-la e nem pensava em deixá-la nervosa.

Estava cansado das outras, não chegavam nem perto dela. Seu jeito enfeitiçava qualquer um. Sua beleza era admirada por todos, mas apenas ele tinha o privilégio da apreciá-la por perto.

Ele era escravo, ela era rainha. Mundos diferentes, ligado por desejos. Qualquer que fosse, tanto dela quanto dele.

William Nunes
Enviado por William Nunes em 14/08/2009
Código do texto: T1754653
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