Pensamentos

Mesmo de olhos fechados eu via o farfalhar das árvores açoitadas pelo vento noturno. Podia sentir o gosto do ar frio que envolvia meu corpo, fazendo-me tremer vez ou outra. Sentada sobre folhas secas me recostara no tronco de uma bela árvore e ali meditava sobre a vida, colocando em cheque os prós e os contras de um mundo tão cruel e arredio. Pensava nos próprios problemas e chegara a conclusão de como tudo era tão fútil, beirando o ridiculo. Sorria para mim mesma abrindo novamente os olhos e observando a escuridão do bosque, apenas a luz da casa poucos metros atrás iluminava alguma coisa. Eu ouvia o som de uivos e minha mente viajava pelo fantastico mundo sobrenatural, abandonando os pensamentos sobre minha vida tediosa. Lembrava das paginas dos livros que devorava com tanto prazer desejando com grande força que pelo menos parte de toda a fantasia ali contida fosse realidade. Rezava para que vampiros sedutores viessem tomar meu sangue ou que lobisomens tentadores me amassem. Quem sabe não poderia bater de frente com uma fada sorridente ou com um elfo fugido de arcadia e perdido ali. Ah, como era tola, infantil, ri de mim mesma parecendo uma adolecente tola e sonhadora. Pelo menos ser sonhadora tinha suas compenssações, aliviavam o stresse de minha mente cansada e me davam algum alento nas horas dificeis. Por fim me levanto bantendo as mãos no vestido claro e retirando as folhas que ali estavam grudadas, ajeito os cabelos bagunçados pelo vento e me ponho a caminha de volta para casa, ouvindo o uivo na mata e passos sobre as folhas secas. Um olhar para trás era apenas uma constatação de que eu estava sozinha e de que minha imaginação fértil demais apenas pregava mais uma peça, me fazendo pensar que havia alguém a me observar. Adentro a casa sem ao menos notar o homem em meio a mata, os cabelos longos e escuros emoldurando um belo rosto. Quem seria e o que faria? Se eu o visse diria que estava sonhando e como não o via, estava apenas imaginando tudo aquilo.